Trump anuncia imposto total de 104% sobre produtos chineses após China sobretaxar importações americanas
A incerteza sobre o futuro econômico dos EUA paralisa empresários. Sem saber quanto vão gastar com importações, algumas empresas suspenderam contratações e investimentos. Donald Trump sobretaxa produtos chineses novamente Primeiro, Donald Trump anunciou tarifas maiores para produtos chineses. Aí, a China revidou, taxando produtos americanos. Mas o presidente dos Estados Unidos dobrou a aposta e decidiu cobrar ainda mais imposto de tudo que importar da China. Ao todo, a sobretaxa às importações chinesas será agora de 104%. Uma combinação de três sobretaxas anunciadas por Trump. A última delas, uma punição por a China ter anunciado que vai revidar a guerra tarifária e também impor sobretaxas a produtos americanos. Segundo a Casa Branca, representantes de quase 70 países já procuraram o governo americano para negociar as tarifas. Mas a incerteza sobre o futuro econômico do país paralisa empresários. Sem saber quanto vão gastar com importações, algumas empresas suspenderam contratações e investimentos. 69% dos presidentes das empresas listadas na bolsa de valores de Nova York acreditam que os Estado Unidos caminham para entrar em uma recessão. Nesta terça-feira (8) de manhã, a bolsa de valores de Nova York chegou a operar em alta na expectativa de que saísse um acordo para que as tarifas fossem suspensas ou adiadas, mas no fim do dia - quando os investidores viram que esse acordo não sairia -, o cenário virou e os principais indicadores econômicos de Wall Street fecharam novamente em queda. Bolsa de valores dos EUA Reprodução/TV Globo O rumo das tarifas criou uma rachadura dentro da Casa Branca. Segundo fontes do governo americano, na segunda-feira (7), Elon Musk tentou persuadir Trump a mudar de ideia sobre as sobretaxas. Sem sucesso. Nesta terça-feira (8), em uma publicação na internet, Musk chamou de imbecil o principal conselheiro econômico de Trump, Peter Navarro, defensor das tarifas. Questionada sobre a divergência dentro do governo, a porta-voz da Casa Branca afirmou: “Isso é coisa de menino. O presidente ouve a opinião de todos e decide pela melhor”. A estratégia dos Estados Unidos de sobretaxar as importações para estimular a indústria nacional não é novidade na história. E a possibilidade de que isso prejudique a economia americana também não. A entediante aula de história do filme sucesso dos anos 1980, “Curtindo a Vida Adoidado”, já explicava o risco de aumentar as tarifas. "Aumentou as taxas em um esforço de coletar mais fundos para o governo federal. Funcionou? Alguém sabe? Alguém sabe as consequências Não adiantou nada e os Estados Unidos despencaram na Grande Depressão”, diz um trecho do filme. Como consequência, as exportações e importações americanas caíram 40% naquela época. Brasil pode sair ganhando com tarifaço de Trump? Os Estados Unidos recorrem às sobretaxas para proteger os produtores americanos da concorrência estrangeira praticamente desde a fundação do país, no século 18. Mas nem sempre a medida trouxe resultados positivos para os americanos. Em 1948, os Estados Unidos ajudaram a criar o “Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio” - que definiu regras globais para importações e exportações e deu início a uma era de tarifas baixas. Elas continuaram assim até o início do primeiro mandato de Donald Trump, em 2017, quando novas sobretaxas foram criadas para importações. A medida foi mantida durante o governo de Joe Biden. No primeiro minuto desta quarta-feira (9), os Estados Unidos vão iniciar um novo capítulo na história das tarifas, quando entram em vigor sobretaxas adicionais a cerca de 60 países que, segundo o governo americano, são os que mais impõem taxas – financeiras ou não - ao país. LEIA TAMBÉM Casa Branca confirma que tarifas de 104% contra a China serão cobradas a partir de quarta (9) Vice de Trump chama China de 'camponeses'; Pequim retruca e diz que fala é 'ignorante e desrespeitosa' Lula diz que comportamento de Trump 'não vai dar certo' e que presidente dos EUA acha que pode 'ditar regras' para o mundo O mundo está caminhando para uma recessão?


A incerteza sobre o futuro econômico dos EUA paralisa empresários. Sem saber quanto vão gastar com importações, algumas empresas suspenderam contratações e investimentos. Donald Trump sobretaxa produtos chineses novamente Primeiro, Donald Trump anunciou tarifas maiores para produtos chineses. Aí, a China revidou, taxando produtos americanos. Mas o presidente dos Estados Unidos dobrou a aposta e decidiu cobrar ainda mais imposto de tudo que importar da China. Ao todo, a sobretaxa às importações chinesas será agora de 104%. Uma combinação de três sobretaxas anunciadas por Trump. A última delas, uma punição por a China ter anunciado que vai revidar a guerra tarifária e também impor sobretaxas a produtos americanos. Segundo a Casa Branca, representantes de quase 70 países já procuraram o governo americano para negociar as tarifas. Mas a incerteza sobre o futuro econômico do país paralisa empresários. Sem saber quanto vão gastar com importações, algumas empresas suspenderam contratações e investimentos. 69% dos presidentes das empresas listadas na bolsa de valores de Nova York acreditam que os Estado Unidos caminham para entrar em uma recessão. Nesta terça-feira (8) de manhã, a bolsa de valores de Nova York chegou a operar em alta na expectativa de que saísse um acordo para que as tarifas fossem suspensas ou adiadas, mas no fim do dia - quando os investidores viram que esse acordo não sairia -, o cenário virou e os principais indicadores econômicos de Wall Street fecharam novamente em queda. Bolsa de valores dos EUA Reprodução/TV Globo O rumo das tarifas criou uma rachadura dentro da Casa Branca. Segundo fontes do governo americano, na segunda-feira (7), Elon Musk tentou persuadir Trump a mudar de ideia sobre as sobretaxas. Sem sucesso. Nesta terça-feira (8), em uma publicação na internet, Musk chamou de imbecil o principal conselheiro econômico de Trump, Peter Navarro, defensor das tarifas. Questionada sobre a divergência dentro do governo, a porta-voz da Casa Branca afirmou: “Isso é coisa de menino. O presidente ouve a opinião de todos e decide pela melhor”. A estratégia dos Estados Unidos de sobretaxar as importações para estimular a indústria nacional não é novidade na história. E a possibilidade de que isso prejudique a economia americana também não. A entediante aula de história do filme sucesso dos anos 1980, “Curtindo a Vida Adoidado”, já explicava o risco de aumentar as tarifas. "Aumentou as taxas em um esforço de coletar mais fundos para o governo federal. Funcionou? Alguém sabe? Alguém sabe as consequências Não adiantou nada e os Estados Unidos despencaram na Grande Depressão”, diz um trecho do filme. Como consequência, as exportações e importações americanas caíram 40% naquela época. Brasil pode sair ganhando com tarifaço de Trump? Os Estados Unidos recorrem às sobretaxas para proteger os produtores americanos da concorrência estrangeira praticamente desde a fundação do país, no século 18. Mas nem sempre a medida trouxe resultados positivos para os americanos. Em 1948, os Estados Unidos ajudaram a criar o “Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio” - que definiu regras globais para importações e exportações e deu início a uma era de tarifas baixas. Elas continuaram assim até o início do primeiro mandato de Donald Trump, em 2017, quando novas sobretaxas foram criadas para importações. A medida foi mantida durante o governo de Joe Biden. No primeiro minuto desta quarta-feira (9), os Estados Unidos vão iniciar um novo capítulo na história das tarifas, quando entram em vigor sobretaxas adicionais a cerca de 60 países que, segundo o governo americano, são os que mais impõem taxas – financeiras ou não - ao país. LEIA TAMBÉM Casa Branca confirma que tarifas de 104% contra a China serão cobradas a partir de quarta (9) Vice de Trump chama China de 'camponeses'; Pequim retruca e diz que fala é 'ignorante e desrespeitosa' Lula diz que comportamento de Trump 'não vai dar certo' e que presidente dos EUA acha que pode 'ditar regras' para o mundo O mundo está caminhando para uma recessão?