Trump ameaça de impeachment juízes que barraram medidas polêmicas e abre crise com Judiciário nos EUA
Magistrados limitam decisões do republicano no novo mandato e travam batalhas contra algumas das principais promessas de campanha do presidente. Trump sofre derrotas sucessivas no campo judicial O presidente dos EUA, Donald Trump, não está tendo facilidade para adotar algumas das medidas mais polêmicas que prometeu durante a campanha presidencial no ano passado. Desde o início do novo mandato, em 20 de janeiro, o republicano vem sofrendo derrotas sucessivas no campo judicial. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Decisões recentes da Justiça americana tentam limitar as medidas tomadas por Trump desde que voltou à Casa Branca. Juízes federais do país afirmam que o presidente está ferindo a Constituição com as decisões mais recentes, confrontando o presidente e seus aliados. Veja algumas dessas tensões, a seguir. Pessoas transgênero no Exército Trump Reuters/Kevin Lamarque Uma juíza federal bloqueou a ordem executiva de Donald Trump que proibia pessoas transgênero de servir no exército, uma determinação feita logo após o retorno do presidente à Casa Branca. Em 27 de janeiro, Trump assinou uma ordem executiva alegando que a identidade sexual de membros transgêneros do serviço "entra em conflito com o compromisso de um soldado com um estilo de vida honrado, verdadeiro e disciplinado, mesmo na vida pessoal" e é prejudicial à prontidão militar. A juíza distrital Ana Reyes, de Washington, decidiu que a ordem de Trump de excluir tropas transgênero do serviço militar provavelmente viola os direitos constitucionais e o princípio de igualdade. A magistrada citou a Declaração de Independência dos EUA, que estabelece que "todos os seres humanos são criados iguais". Na época da determinação de Trump, o Departamento de Defesa dos EUA afirmou que não só seria proibido o recrutamento de pessoas trans para o Exército, mas que aqueles que já faziam parte seriam expulsos — a menos que tivessem alguma isenção especial. As forças armadas americanas têm cerca de 2 milhões de militares, dos quais cerca de 15 mil são trans. A liberação para pessoas transgênero entrarem no Exército aconteceu somente no governo Obama e foi considerada uma grande evolução para a comunidade LGBTQIA+. Porém, Trump reverteu a medida no primeiro mandato. No governo de Biden, o democrata restaurou a decisão, que foi revertida mais uma vez pelo republicano. Agora, o governo americano pode apelar da decisão. Reyes afirmou que "o tribunal sabe que esta opinião levará a um debate público acalorado e apelações." “Em uma democracia saudável, ambos são resultados positivos. Devemos todos concordar, no entanto, que cada pessoa que atendeu ao chamado para servir merece nossa gratidão e respeito", escreveu a juíza. LEIA TAMBÉM Homem que levou ex-marido da namorada a deserto e o matou a tiros é executado com injeção letal nos EUA Saúde do papa Francisco melhora, e médicos suspendem ventilação mecânica não invasiva, diz Vaticano Trump diz que Houthis serão 'completamente aniquilados' e volta a ameaçar Irã USAID Segurança revista caixas da USaid, maior agência humanitária dos EUA que Elon Musk quer fechar. Fernando Vergara/ AP Em outra decisão recente, um juiz federal deliberou sobre os cortes da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID), uma instituição de ajuda humanitária. O juiz do estado de Maryland bloqueou temporariamente o bilionário Elon Musk e o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), atualmente chefiado por Musk, de tomarem mais medidas para desmantelar a agência. Ele também ordenou que medidas fossem tomadas para permitir que a agência reocupasse sua sede no edifício Ronald Reagan, em Washington, e que o DOGE restaurasse o e-mail e outros acessos a milhares de funcionários que foram cortados da agência. O juiz proibiu o DOGE de divulgar informações pessoais de funcionários da USAID fora da agência e disse que qualquer outra ação relacionada à USAID deveria ser feita com a "autorização expressa de um funcionário da USAID com autoridade legal". Segundo o juiz, Elon Musk não tinha autoridade para acabar com a USAID e, portanto, as ações que ele ordenou "provavelmente violaram a Constituição americana". Segundo o juiz, a determinação deveria partir do Congresso dos EUA. Deportação de imigrantes 'Voos de deportação começaram', afirmou a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, em 24 de janeiro de 2025. Divulgação/Casa Branca Uma das principais promessas de campanha de Trump foi a deportação de imigrantes nos EUA. Em outra tensão judicial, o juiz federal James Boasberg emitiu uma ordem de restrição de 14 dias, bloqueando temporariamente qualquer deportação no país com base na aplicação da Lei de Inimigos Estrangeiros de 1798. A lei de guerra, pouco utilizada, é do século 18 e permite maior margem de manobra em políticas e ações executivas para acelerar deportações em massa. Horas depois da determinação, Trump deportou mais de 200 venezuelanos sob a justificativa dessa mesma lei para


Magistrados limitam decisões do republicano no novo mandato e travam batalhas contra algumas das principais promessas de campanha do presidente. Trump sofre derrotas sucessivas no campo judicial O presidente dos EUA, Donald Trump, não está tendo facilidade para adotar algumas das medidas mais polêmicas que prometeu durante a campanha presidencial no ano passado. Desde o início do novo mandato, em 20 de janeiro, o republicano vem sofrendo derrotas sucessivas no campo judicial. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Decisões recentes da Justiça americana tentam limitar as medidas tomadas por Trump desde que voltou à Casa Branca. Juízes federais do país afirmam que o presidente está ferindo a Constituição com as decisões mais recentes, confrontando o presidente e seus aliados. Veja algumas dessas tensões, a seguir. Pessoas transgênero no Exército Trump Reuters/Kevin Lamarque Uma juíza federal bloqueou a ordem executiva de Donald Trump que proibia pessoas transgênero de servir no exército, uma determinação feita logo após o retorno do presidente à Casa Branca. Em 27 de janeiro, Trump assinou uma ordem executiva alegando que a identidade sexual de membros transgêneros do serviço "entra em conflito com o compromisso de um soldado com um estilo de vida honrado, verdadeiro e disciplinado, mesmo na vida pessoal" e é prejudicial à prontidão militar. A juíza distrital Ana Reyes, de Washington, decidiu que a ordem de Trump de excluir tropas transgênero do serviço militar provavelmente viola os direitos constitucionais e o princípio de igualdade. A magistrada citou a Declaração de Independência dos EUA, que estabelece que "todos os seres humanos são criados iguais". Na época da determinação de Trump, o Departamento de Defesa dos EUA afirmou que não só seria proibido o recrutamento de pessoas trans para o Exército, mas que aqueles que já faziam parte seriam expulsos — a menos que tivessem alguma isenção especial. As forças armadas americanas têm cerca de 2 milhões de militares, dos quais cerca de 15 mil são trans. A liberação para pessoas transgênero entrarem no Exército aconteceu somente no governo Obama e foi considerada uma grande evolução para a comunidade LGBTQIA+. Porém, Trump reverteu a medida no primeiro mandato. No governo de Biden, o democrata restaurou a decisão, que foi revertida mais uma vez pelo republicano. Agora, o governo americano pode apelar da decisão. Reyes afirmou que "o tribunal sabe que esta opinião levará a um debate público acalorado e apelações." “Em uma democracia saudável, ambos são resultados positivos. Devemos todos concordar, no entanto, que cada pessoa que atendeu ao chamado para servir merece nossa gratidão e respeito", escreveu a juíza. LEIA TAMBÉM Homem que levou ex-marido da namorada a deserto e o matou a tiros é executado com injeção letal nos EUA Saúde do papa Francisco melhora, e médicos suspendem ventilação mecânica não invasiva, diz Vaticano Trump diz que Houthis serão 'completamente aniquilados' e volta a ameaçar Irã USAID Segurança revista caixas da USaid, maior agência humanitária dos EUA que Elon Musk quer fechar. Fernando Vergara/ AP Em outra decisão recente, um juiz federal deliberou sobre os cortes da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID), uma instituição de ajuda humanitária. O juiz do estado de Maryland bloqueou temporariamente o bilionário Elon Musk e o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), atualmente chefiado por Musk, de tomarem mais medidas para desmantelar a agência. Ele também ordenou que medidas fossem tomadas para permitir que a agência reocupasse sua sede no edifício Ronald Reagan, em Washington, e que o DOGE restaurasse o e-mail e outros acessos a milhares de funcionários que foram cortados da agência. O juiz proibiu o DOGE de divulgar informações pessoais de funcionários da USAID fora da agência e disse que qualquer outra ação relacionada à USAID deveria ser feita com a "autorização expressa de um funcionário da USAID com autoridade legal". Segundo o juiz, Elon Musk não tinha autoridade para acabar com a USAID e, portanto, as ações que ele ordenou "provavelmente violaram a Constituição americana". Segundo o juiz, a determinação deveria partir do Congresso dos EUA. Deportação de imigrantes 'Voos de deportação começaram', afirmou a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, em 24 de janeiro de 2025. Divulgação/Casa Branca Uma das principais promessas de campanha de Trump foi a deportação de imigrantes nos EUA. Em outra tensão judicial, o juiz federal James Boasberg emitiu uma ordem de restrição de 14 dias, bloqueando temporariamente qualquer deportação no país com base na aplicação da Lei de Inimigos Estrangeiros de 1798. A lei de guerra, pouco utilizada, é do século 18 e permite maior margem de manobra em políticas e ações executivas para acelerar deportações em massa. Horas depois da determinação, Trump deportou mais de 200 venezuelanos sob a justificativa dessa mesma lei para uma prisão de segurança máxima em El Salvador. O presidente do país, Nayib Bukele, sugeriu que a operação já estava em andamento antes da ordem judicial. O governo americano firmou um acordo de US$ 6 milhões por um ano para que o país mantivesse os imigrantes na megaprisão de CECOT, um acordo que não seria possível com a Venezuela. Nas redes sociais, Trump chamou o juiz de "linfático", "encrenqueiro" e "agitador", além de dizer que ele deveria ser removido do cargo. VÍDEOS: mais assistidos do g1