Três em cada quatro grandes empresas querem “selo de qualidade” na sustentabilidade

Quase todas as grandes empresas globais reportam informações sobre sustentabilidade e são cada vez mais aquelas que recorrem a entidades, como as auditoras e as consultoras, para as ajudarem a validar os relatórios que apresentam. Um passo que se torna inevitável de forma a irem ao encontro das exigências dos investidores, uma vez que as […]

Mai 15, 2025 - 12:26
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Três em cada quatro grandes empresas querem “selo de qualidade” na sustentabilidade

Quase todas as grandes empresas globais reportam informações sobre sustentabilidade e são cada vez mais aquelas que recorrem a entidades, como as auditoras e as consultoras, para as ajudarem a validar os relatórios que apresentam. Um passo que se torna inevitável de forma a irem ao encontro das exigências dos investidores, uma vez que as empresas que não alinharem a sua estratégia com os critérios de ESG podem enfrentar riscos financeiros e de reputação.

Um relatório divulgado esta semana pela International Federation of Accountants (IFAC) e pela AICPA & CIMA, a associação internacional de contabilistas certificados, revela que “73% das grandes empresas dos países do G-20 obtiveram validação para os seus reportes de sustentabilidade em 2023, acima dos 69% observados no ano anterior”. Há cinco anos, esta percentagem era de apenas 51%.

Esta análise mostra que Hong Kong, Indonésia, México, Rússia e Arábia Saudita foram os países onde esta procura por validação foi mais significativa em 2023, registando-se mesmo crescimentos de dois dígitos.

Auditoras lideram na validação de dados

As auditoras – em oposição a consultoras ou outros prestadores destes serviços – continuam a liderar (55%) nesta validação dos relatórios de sustentabilidade de grandes empresas globais. O relatório mostra também que houve um maior recurso a auditoras nos vários mercados, em 2023 face ao ano anterior, nomeadamente em Singapura, África do Sul, Reino Unido e EUA.

As auditoras têm de cumprir “regras rígidas de independência e têm uma visão profunda e holística dos negócios, processos e perfil de risco das empresas”, afirma Susan Coffey, responsável da AICPA & CIMA. São, por isso, as entidades “ideais” para fazer este trabalho de validação das informações associadas à sustentabilidade, acrescenta.

Esta análise revela ainda que a “utilização de informação sobre sustentabilidade em relatórios anuais continua a crescer”, revelando que “44% das empresas incluíram esta informação nos seus relatórios anuais [em 2023], acima de 18% há cinco anos”. As empresas que ainda apresentam relatórios de sustentabilidade autónomos situam-se sobretudo na China, Coreia do Sul e nos EUA.

“As maiores empresas globais responderam bem aos sistemas voluntários de reporte e de validação de informações associadas à sustentabilidade, perante as exigências dos investidores”, diz Lee White, CEO da IFAC. “Com a implementação de novos padrões globais, os reguladores têm agora as ferramentas para passarem de reportes voluntários para obrigatórios ao longo do tempo, o que esperamos que traga informações sobre sustentabilidade com mais qualidade, mais consistentes e comparáveis”, remata.