Seres humanos brilham, e essa luz provavelmente se apaga quando morremos

O fenômeno da bioluminescência humana, imperceptível a olho nu, foi recentemente objeto de um estudo inovador, publicado na The Journal of Physical Chemistry Letters, que revelou como esse brilho sutil se comporta em diferentes situações biológicas. Pesquisadores descobriram que todos os seres vivos, incluindo humanos, emitem luz em níveis extremamente baixos, um fenômeno conhecido como […]

Mai 12, 2025 - 19:05
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Seres humanos brilham, e essa luz provavelmente se apaga quando morremos

O fenômeno da bioluminescência humana, imperceptível a olho nu, foi recentemente objeto de um estudo inovador, publicado na The Journal of Physical Chemistry Letters, que revelou como esse brilho sutil se comporta em diferentes situações biológicas. Pesquisadores descobriram que todos os seres vivos, incluindo humanos, emitem luz em níveis extremamente baixos, um fenômeno conhecido como biofótons.

A descoberta de que os humanos brilham remonta a 2009, quando pesquisadores utilizaram câmeras extremamente sensíveis para observar pessoas adormecidas. “O corpo humano literalmente cintila”, afirmaram os autores do estudo, explicando que “a intensidade da luz emitida pelo corpo é 1000 vezes menor do que a sensibilidade dos nossos olhos nus”, o que explica por que não conseguimos perceber esse brilho natural.

Curiosamente, o rosto humano tende a brilhar mais intensamente, e a luminosidade varia ao longo do dia, provavelmente regulada pelos ritmos circadianos. Este padrão de variação foi o ponto de partida para uma nova pesquisa focada em camundongos e plantas.

Como o estresse e a morte afetam o brilho biológico

Utilizando sistemas de imagem de alta tecnologia, cientistas conseguiram detectar como a emissão biológica de fótons ultra fracos (UPE) se manifesta em diferentes cenários fisiológicos. O estudo examinou plantas sob estresse e comparou camundongos vivos e mortos para entender melhor este fenômeno.

Ao observar a árvore-guarda-chuva (Heptapleurum arboricola) após ser cortada, os pesquisadores notaram um aumento no brilho durante o processo de recuperação. Resposta semelhante ocorreu quando a planta foi exposta ao anestésico benzocaína. Estas descobertas sugerem que a detecção dessas mudanças luminosas pode se tornar uma ferramenta valiosa para monitorar a saúde florestal, identificando problemas antes que causem danos significativos.

Quanto aos animais, o estudo registrou uma dramática redução da UPE em camundongos após a morte. A intensidade luminosa diminuiu rapidamente, um resultado esperado considerando a relação conhecida entre biofótons e metabolismo celular.

A ciência por trás do brilho

A explicação para este fenômeno está nas mitocôndrias, as “usinas de energia” das células. Durante a produção de energia, as mitocôndrias liberam pequenas quantidades de espécies reativas de oxigênio (ROS) como subproduto. Estas ROS interagem com várias moléculas, incluindo proteínas, lipídios e fluoróforos, cujos estados excitados emitem biofótons.

É por isso que o corpo humano “cintila” seguindo o ritmo circadiano e, provavelmente, se apaga quando morremos. Embora a tradicional bioluminescência dependa de atividade enzimática específica, esta forma de emissão de luz está sendo descoberta em um número crescente de espécies.