Seguradoras ativaram comités de crise em reação ao apagão
Durante o apagão, as seguradoras contactadas por ECOseguros continuaram com os sistemas operacionais, mas foram afetadas pelas falhas na comunicação. A Zurich, a Ageas e a Mapfre ativaram os respetivos comités de crise para gerir os impactos. Ainda é cedo para perceber “a tipologia dessas situações que irão ser reportadas”, visto que é natural que […]


Durante o apagão, as seguradoras contactadas por ECOseguros continuaram com os sistemas operacionais, mas foram afetadas pelas falhas na comunicação. A Zurich, a Ageas e a Mapfre ativaram os respetivos comités de crise para gerir os impactos.
Ainda é cedo para perceber “a tipologia dessas situações que irão ser reportadas”, visto que é natural que os consumidores tentem mitigar os efeitos do apagão, avaliar os danos e só depois contactem as seguradoras, explica Rosário Lima, chief claims officer da Zurich Portugal. Também a Ageas indica que é ainda cedo para apurar os danos decorrentes da falha de eletricidade e comunicações. Aliás, “os eventuais sinistros ainda estão a começar a ser participados“, refere também a Generali Tranquilidade.
Apesar disso, a especialista da Zurich antecipa possíveis participações: “É possível que ocorram danos decorrentes da sobrecarga elétrica, resultando em avarias de eletrodomésticos ou máquinas industriais, bem como danos em bens refrigerados no âmbito das nossas apólices multirriscos, tanto lar – para clientes particulares – como comércio e indústria – para clientes empresas”.
Que seguros cobrem danos decorrentes deste apagão?
“Não existem seguros especificamente para eventos deste género. Existem sim coberturas em seguros de multirrisco que poderão cobrir alguns destes potenciais danos” explica a Generali Tranquilidade.
Ainda que as coberturas para riscos elétricos, como sobretensões e danos em bens de empresas sejam geralmente incluídas nas coberturas base, podem não abranger os prejuízos provocados pela quebra de energia registada em Portugal Continental.
Por exemplo, “no caso dos seguros de habitação existe cobertura de deterioração de bens refrigerados, que garante danos causados por falhas de energia quando superiores a 12 horas”, indica a Mapfre, acrescentando que há coberturas para empresas que podem cobrir os impactos do apagão.
“Em regra, teremos sempre de analisar casuisticamente as coberturas contratadas, face aos danos verificados (franquias, capital, entre outras variáveis)”, refere Rosário Lima.
Como atuaram as seguradoras durante o apagão?
As seguradoras não foram afetadas pela falha de eletricidade, mas a quebra das comunicações afetou o contacto com os clientes.
A Zurich e a Mapfre confirmaram que os seus serviços permaneceram ativos e tiveram autonomia durante a falha de energia desta segunda-feira. Também na Ageas Portugal “os sistemas e serviços estiveram disponíveis durante todo o período” e a Generali Tranquilidade também conseguiu “manter o contacto com os clientes para situações críticas (por exemplo, assistência em viagem) durante a maior parte do tempo, ainda que com restrições no nível de serviço”.
No entanto, nenhuma seguradora ficou imune às falhas nas telecomunicações e internet que dificultaram os contactos com os clientes.
O setor segurador tem como missão quantificar, prevenir e mitigar riscos. Perante uma situação como a ocorrida nesta segunda-feira, a Zurich, a Mapfre e a Ageas acionaram os respetivos comités de crise para garantir a disponibilidade dos serviços aos clientes com capacidade de comunicação durante o apagão, monitorizar em tempo real os acontecimentos e assegurar o apoio aos restantes, logo após o restabelecimento da energia.
“Reunimos várias vezes ao longo do dia para avaliarmos a evolução das consequências do apagão e definir como estarmos presentes para quem precisa de nós. Hoje de manhã, voltámos a reunir o Comité de Crise, sendo o regresso à normalidade a principal conclusão desta reunião”, afirma Rosário Lima.
A Mapfre, assim como a Zurich, “tem um plano de continuidade de negócio para estas situações de crise, que foi acionado de imediato”, indica a seguradora.
Nas situações de imprevisibilidade, como a desta segunda-feira, a prioridade da Generali Tranquilidade “passa por garantir” que mantém os “clientes, parceiros e colaboradores informados” e focar os esforços e recursos para dar resposta às situações mais urgentes, por exemplo, cirurgias já programadas ou assistência em viagem.