Roteirista de “Taxi Driver” é acusado de assédio sexual por ex-assistente

Paul Schrader teria atacado funcionária durante o Festival de Cannes de 2024

Abr 6, 2025 - 00:09
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Roteirista de “Taxi Driver” é acusado de assédio sexual por ex-assistente

Acusação foi formalizada em Nova York

O cineasta Paul Schrader, conhecido pelos roteiros de “Taxi Driver”, “Touro Indomável” e pela direção de “Gigolô Americano” e “Aflição”, foi acusado de assédio sexual e conduta retaliatória por sua ex-assistente, em uma ação movida na última quinta-feira (4/4) na Suprema Corte de Nova York. A denunciante, identificada apenas com o pseudônimo de Jane Doe, afirma que Schrader a atacou durante o Festival de Cannes de 2024, quando estavam no local para a estreia de “Oh, Canada”, seu filme mais recente.

O que aconteceu?

Segundo o processo, o diretor de 77 anos teria “atraído a assistente para seu quarto de hotel e, ignorando suas negativas verbais, a agarrou à força e a beijou”. A mulher de 26 anos trabalhou com Schrader entre maio de 2021 e setembro de 2024. Após conseguir se desvencilhar, ela teria deixado o local imediatamente.

Exposição e intimidação

Três dias após o incidente, a ex-assistente retornou ao quarto de hotel a pedido do diretor, que a contatou por ligações e mensagens com tom alarmista. Schrader teria alegado que estava “morrendo” e que não conseguia arrumar as malas sozinho. Ao abrir a porta, ele estaria “vestindo apenas um roupão aberto, com o pênis totalmente exposto”, segundo o texto da ação.

A mulher afirma que arrumou as malas em “silêncio apavorado” e saiu o mais rápido possível. O processo alega que Schrader reconheceu em mensagens que seu comportamento era inadequado. Um e-mail enviado em 22 de maio de 2023 teria afirmado: “Percebo que você está desconfortável com meu afeto por você”.

Demissão e tentativa de acordo

Após recusar os avanços do cineasta, a ex-assistente afirma ter sido demitida de forma retaliatória em setembro de 2024. Dois dias depois, Schrader teria enviado outro e-mail reconhecendo seu comportamento: “Então eu caguei tudo. Feio. […] Se eu me tornei um Harvey Weinstein na sua cabeça, então claro que você não tem escolha a não ser me deixar para trás”.

Ela contratou um advogado, e as duas partes teriam chegado a um acordo de confidencialidade com valor de indenização não revelado. No entanto, segundo a denúncia, Schrader se recusou a assinar formalmente o documento e mais tarde declarou que “não poderia viver consigo mesmo” se aceitasse o acordo, rompendo o compromisso.

Defesa nega acusações

O advogado de Paul Schrader, Philip Kessler, classificou a ação como “um processo desesperado, oportunista e frívolo para tentar forçar um acordo que nunca foi assinado por Schrader”. Em nota ao The Hollywood Reporter, Kessler afirmou que as alegações são “em muitos aspectos imprecisas e, em outros, materialmente enganosas e exageradas”.

“Schrader nunca teve relações sexuais com sua ex-assistente. Nunca tentou ter relações sexuais com ela. As circunstâncias serão demonstradas como amplamente distorcidas em relação à realidade”, declarou o advogado. “Pretendemos defender o caso de forma vigorosa.”