Risco de crédito: como funciona e qual a sua importância para a gestão da empresa

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Abr 26, 2025 - 00:20
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Risco de crédito: como funciona e qual a sua importância para a gestão da empresa
Ilustração de score de rating de crédito - risco de crédito

Há décadas, parcelar as compras tem sido um hábito recorrente na vida financeira dos brasileiros. Se, por um lado, estender o prazo para pagamento é uma forma de turbinar as vendas, por outro, isso aumenta o risco de crédito das empresas, especialmente em tempos de juros altos.

Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) apontou que 42% dos entrevistados tinham compras parceladas em cartão de crédito, crediário ou cheque pré-datado no final de 2024. Esses dados, segundo a CNDL, levaram à estimativa de 68,7 milhões de consumidores com contas parceladas em janeiro de 2025.

E vem aí o Pix parcelado, que deve ser lançado em setembro de 2025, conforme divulgado pelo Banco Central. Com tantas facilidades para comprar, a gestão do risco de crédito é cada vez mais importante para que a empresa mantenha sua saúde financeira.

A seguir, saiba mais sobre este importante conceito para a gestão financeira de uma organização.

O que é risco de crédito?

Risco de crédito nada mais é do que a possibilidade de que a parte devedora de uma negociação não honre com o pagamento de parte ou do total de sua dívida.

É praticamente impossível realizar uma venda totalmente livre de risco, pois ninguém está livre de imprevistos financeiros. Porém, uma inadimplência excessivamente alta pode gerar sérios problemas ao fluxo de caixa de uma empresa. Sem receber o dinheiro das vendas e com compromissos vencendo todo mês, provavelmente ela tenha que recorrer a um financiamento bancário, o que pode agravar ainda mais o desequilíbrio financeiro da operação.

Risco de crédito é o mesmo que risco financeiro?

Na verdade, o risco de crédito é um dos cinco componentes do risco financeiro de uma empresa. Os outros quatro são: risco de liquidez, risco de mercado, riscos operacionais e riscos legais.

O risco de liquidez se refere à facilidade que a organização tem para saldar compromissos como salários, fornecedores, impostos e outros relativos à operação. Para isso, é importante ter uma reserva de emergência que dê cobertura a esses pagamentos.

Já o risco de mercado tem a ver com as oscilações do cenário econômico. Inflação, mudança nas taxas de juros, volatilidade dos ativos financeiros e outros fatores que mexem com o mercado se refletem também no risco financeiro das empresas.

Os riscos operacionais são os que impactam diretamente a atividade da empresa. Entre eles, estão possíveis falhas na produção, processos inadequados, erros humanos, ou mesmo fatos alheios ao contexto do negócio – como desastres naturais ou crimes cibernéticos, por exemplo.

Por fim, os riscos legais são aqueles que causam prejuízos à organização por questões relacionadas ao ordenamento jurídico. Contratos mal elaborados, descumprimento de leis trabalhistas, problemas ambientais, violação de direitos autorais e fraudes são alguns exemplos desse tipo de risco financeiro.

Exemplos de risco de crédito

Como vimos, todo tipo de transação que envolva crédito está sujeita a risco, em maior ou menor grau a depender do caso.

Um exemplo clássico é o varejo, pois o financiamento das vendas é um dos principais diferenciais das empresas do segmento. Para conquistar o cliente, muitas varejistas entram em guerras de preços e prazos, o que potencializa o risco de crédito.

Outro exemplo são alguns empréstimos bancários facilitados, com foco em determinados perfis de clientes (aposentados, pensionistas, funcionários públicos e assim por diante). Muitas vezes, a facilidade de acesso a essas linhas de crédito ocasionam um superendividamento, que facilmente leva consumidores à inadimplência.

Como é feita a análise do risco de crédito?

O primeiro passo é coletar informações sobre o solicitante do crédito. Dados de identificação (CPF/CNPJ), informações sobre patrimônio, renda, dívidas e histórico de pagamentos são necessários nesta etapa.

Com isso, já se pode analisar o risco de crédito. Normalmente, empresas e instituições financeiras costumam observar cinco aspectos básicos na avaliação de risco, popularmente conhecidos como os 5 C’s do crédito. São eles:

Caráter

Um dos pilares mais importantes do crédito, o caráter está relacionado à reputação da pessoa como pagadora.

Basicamente, esse aspecto abrange o histórico do tomador de crédito. Isso inclui não só a pontualidade nos pagamentos, mas também a relação da pessoa ou da empresa com o endividamento de forma geral – se costuma utilizar empréstimos e financiamentos de forma contumaz, qual o volume de compras parceladas, e assim por diate.

Capacidade

Já a capacidade avalia a relação entre a geração de renda e as despesas de quem recebe o crédito. Por exemplo, quem possui uma renda estável e suficiente para cobrir os gastos básicos e eventuais financiamentos assumidos, teoricamente possui boa capacidade de crédito.

Capital

O capital considera todos os recursos dos quais o devedor dispõe para honrar o crédito que recebeu. No caso das pessoas físicas, isso inclui aplicações financeiras, imóveis e demais bens que formam o patrimônio. Quanto às empresas, podemos considerar itens como patrimônio líquido, equipamentos e estoques, por exemplo, como parte do capital.

Condições

As condições no crédito dizem respeito ao propósito do crédito e ao contexto econômico de forma mais ampla.

Aqui, entra uma análise sobre o objetivo da operação em si, ou seja, sobre como a pessoa ou a empresa utilizarão os recursos – capital de giro, expansão da atividade, investimento em algum projeto específico, ou qualquer outro fim. Junto disso, é preciso avaliar aspectos específicos da negociação, como taxa de juros e prazo, pois isso também influencia no risco de crédito.

Colateral

Por fim, colateral se refere a garantias que podem ser solicitadas para mitigar o risco de crédito de uma operação. Bens, aplicações financeiras ou garantias de terceiros (como fiança) podem dar mais segurança e reduzir as chances de inadimplência.

Quem assume o risco de crédito de uma empresa?

Quem concede o crédito (instituições financeiras, fornecedores, investidores ou outro credor) é quem se expõe ao risco do devedor, seja ele uma pessoa física ou empresa.

Como vimos, dependendo da situação, podem ser solicitadas garantias em uma operação de crédito. No caso de fiança ou seguro garantia, por exemplo, se o devedor não pagar o segurado pode acionar a garantia para que seja indenizado pela inadimplência.

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