Rejeição a chanceler anti-China sobe quase 7 pontos em Taiwan

Popularidade de William Lai cai em meio a ofensiva contra parlamentares da oposição. A reprovação ao líder taiwanês William Lai Ching-te aumentou em meio a uma campanha de cassação de dezenas de deputados da oposição. Segundo pesquisa divulgada nesta terça-feira (16) pela Fundação de Opinião Pública de Taiwan, 45,9% dos entrevistados aprovam o desempenho de […] O post Rejeição a chanceler anti-China sobe quase 7 pontos em Taiwan apareceu primeiro em O Cafezinho.

Abr 16, 2025 - 16:13
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Rejeição a chanceler anti-China sobe quase 7 pontos em Taiwan

Popularidade de William Lai cai em meio a ofensiva contra parlamentares da oposição.

A reprovação ao líder taiwanês William Lai Ching-te aumentou em meio a uma campanha de cassação de dezenas de deputados da oposição.

Segundo pesquisa divulgada nesta terça-feira (16) pela Fundação de Opinião Pública de Taiwan, 45,9% dos entrevistados aprovam o desempenho de Lai — seu segundo pior índice desde que assumiu o cargo em maio do ano passado —, enquanto 45,7% o desaprovam, o maior número já registrado.

O levantamento foi realizado no início deste mês pela fundação independente com sede em Taipei e apontou queda de 3 pontos percentuais na aprovação de Lai em relação ao mês anterior, enquanto a desaprovação subiu 6,6 pontos.

Segundo o relatório da pesquisa, Lai enfrenta “níveis inéditos de insatisfação pública”. A fundação também alertou que as novas tarifas impostas por Donald Trump contra a ilha podem prejudicar ainda mais sua base de apoio.

Outra pesquisa, do portal mnews, mostrou que 37,8% dos eleitores estão insatisfeitos com o desempenho de Lai, enquanto 49,3% aprovam sua atuação.

Os levantamentos foram realizados em um contexto de crescente tensão com a China continental e de uma campanha de cassação na qual o governista Partido Progressista Democrático (DPP) tenta remover deputados do opositor Kuomintang (KMT) para retomar o controle do Legislativo.

De acordo com a Fundação de Opinião Pública, essa ofensiva tem provocado reações negativas e é um dos fatores por trás da queda de popularidade de Lai.

Atualmente, o Parlamento de Taiwan é controlado por uma aliança entre o KMT, o pequeno Partido do Povo de Taiwan e dois independentes, que juntos têm maioria estreita. O DPP havia controlado a casa por oito anos até perder para o KMT nas eleições do ano passado, ficando com 51 cadeiras contra 52 dos opositores.

Segundo dados da Comissão Eleitoral Central de Taiwan e de grupos cívicos envolvidos no movimento, 35 parlamentares do KMT, considerado pró-Pequim, estão sob risco de cassação.

A recente decisão de Trump de impor tarifas de 32% sobre produtos taiwaneses também ameaça a popularidade de Lai, segundo a fundação. A pesquisa indica que 44% aprovam a resposta inicial de Lai às tarifas, enquanto 41% desaprovam. Ainda assim, “a opinião pública segue dividida sobre a reação de Lai Ching-te, o que destaca a necessidade de mais diálogo e construção de consensos”.

O levantamento revelou ainda que 57% dos eleitores acreditam que os EUA, sob Trump, deixaram de ser aliados confiáveis, mas 49,3% ainda consideram Washington mais confiável do que a China continental — frente a 43% que discordam.

No total, 86% dos entrevistados acreditam que as tarifas terão impacto significativo na economia taiwanesa.

As pesquisas foram divulgadas em meio à escalada de tensões entre China e Taiwan. Pequim frequentemente acusa Lai de ser um “separatista” que ameaça a paz e a estabilidade no estreito.

Durante uma reunião de segurança nacional em 13 de março, Lai anunciou 17 medidas estratégicas em resposta às ameaças vindas da China. No tom mais contundente até agora, ele classificou Pequim como uma “força hostil estrangeira”. Segundo a pesquisa, 49% dos entrevistados apoiam essa definição, enquanto 43% discordam.

A China considera Taiwan parte de seu território e afirma que deve reunificá-la com o continente, se necessário, pela força. A maioria dos países, incluindo os Estados Unidos, não reconhece Taiwan como um Estado independente, mas Washington se opõe a qualquer tentativa de tomada da ilha à força e tem obrigação legal de armá-la para sua defesa.

Amber Wang
Amber Wang é repórter da editoria China, com foco em política e diplomacia chinesas. Ingressou no South China Morning Post em 2021 e já trabalhou para o The New York Times e o Southern Metropolis Daily.

Publicado em: 16 de abril de 2025
Fonte: South China Morning Post

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