Raízen: RAIZ4 cai com balanço, mas analistas mantêm compra de olho em nova estratégia

EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado consolidado foi de R$ 3,1 bilhões, uma queda de 21% na base anual The post Raízen: RAIZ4 cai com balanço, mas analistas mantêm compra de olho em nova estratégia appeared first on InfoMoney.

Fev 17, 2025 - 18:38
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Raízen: RAIZ4 cai com balanço, mas analistas mantêm compra de olho em nova estratégia

As ações Raízen (RAIZ4) operam no vermelho nesta segunda-feira (17), com investidores os resultados trimestrais da companhia, que foram considerados fracos por analistas de mercado. Às 10h55 (horário de Brasília), o papel da companhia caía 1,13%, aos R$ 1,75.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado consolidado foi de R$ 3,1 bilhões, uma queda de 21% na base anual, refletindo declínios nas operações de Mobilidade no Brasil e na América Latina em comparações difíceis, embora as margens tenham permanecido decentes, na visão da XP, dado o ambiente desafiador, destacou a casa em relatório.

Segundo a XP, a queima de caixa foi maior do que o antecipado, totalizando R$ 907 milhões, e a relação Dívida Líquida/Ebitda ficou em 3,0 vezes contra projeção de 2,6 vezes.

O BTG, por sua vez, avalia que foi um trimestre desafiador e, em grande parte, abaixo do esperado.

A equipe de análise do BTG destaca que o terceiro trimestre de 2025 marca o primeiro período desde o anúncio das mudanças estratégicas e de gestão na tentativa da Raízen de voltar ao “básico”. Com a maior parte do ano-safra já concluída, há pouco que a nova administração possa fazer neste momento.

“Desde a divulgação dos dados operacionais trimestrais da Raízen, ficou evidente que o impacto dos incêndios florestais na composição da produção upstream e nos custos pressionaria as margens, e que os resultados do downstream não seriam particularmente expressivos”, comenta o BTG.

Considerando o ambiente mais difícil para a distribuição de combustível no Brasil e as margens mais fracas do que os pares apresentadas nos últimos trimestres, o Bradesco BBI acredita que os resultados da distribuição de combustível no Brasil foram o principal destaque do trimestre.

Por outro lado, segundo o BBI, a dívida líquida continuou subindo no 3T25, para R$ 38,6 bilhões (alta de 7% no comparativo trimestral), em função de uma geração de caixa menor, de apenas R$ 59 milhões, contra R$ 3,8 bilhões no trimestre anterior, impactado por consumo de capital de giro. Como resultado, a alavancagem também aumentou para 3 vezes a relação Dívida Líquida/Ebitda, de 2,6 vezes no 2T25 e 1,9 vez no ano anterior, o que deve levar a uma reação mista do mercado.

O Ebitda de Açúcar e Renováveis (A&R) atingiu R$ 1,8 bilhão, 15% acima do estimado, devido a custos e despesas menores.

O JPMorgan ressalta que a Raízen enfrentou uma significativa queima de caixa não apenas no trimestre, mas também nos primeiros nove meses do ano fiscal, com um consumo líquido de caixa de R$ 16,5 bilhões, o reflete uma menor geração de caixa operacional e maior consumo de capital de giro, com o fluxo de caixa operacional ficando negativo em R$ 4,4 bilhões no acumulado do ano.

Já o Itaú BBA acredita que a Raízen oferece uma intrigante proposta de risco-recompensa devido aos resultados potenciais de seu recém-iniciado processo de recuperação. No entanto, as atuais fraquezas em seu balanço e a visibilidade limitada sobre os processos de recuperação de eficiência e desalavancagem podem prejudicar o otimismo dos investidores de curto prazo.

Com relação as recomendações, o BTG, BBI e BBA reiteraram recomendação de compra e preço-alvo de, respectivamente, R$ 7, R$ 3,50 e R$ 4,50. O JPMorgan também manteve recomendação de compra.

“Seguimos com a nossa recomendação de compra por ora, enquanto acreditamos que mesmo uma pequena melhora no perfil de geração de fluxo de caixa poderia destravar um potencial significativo de valorização das ações”, ressaltou o BTG.

O JPMorgan reforça que a Raízen reconhecidamente embarcou em uma mudança estratégica significativa focada na criação de valor para os acionistas e na otimização de sua estrutura de capital. Isso inclui transições de liderança e uma revisão completa de seu portfólio de ativos para acelerar os esforços de simplificação e otimização. “Espera-se que isso fortaleça o posicionamento de longo prazo da empresa e acreditamos que deve ser bem-vindo pelos investidores”, avaliam os analistas do banco americano.

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