Quantas horas tem um dia e por que não são 24h completas
Você já se perguntou quantas horas tem um dia? A resposta pode até parecer óbvia, afinal, nossos relógios mostram 24 horas. Na verdade, a duração dos dias na Terra não é exatamente esta, e varia de acordo com a referência que usamos para nos orientar no tempo. Fim do Sistema Solar | Como a Via Láctea vai nos destruir em 1 trilhão de anos Saiba mais sobre os planetas do Sistema Solar com estas curiosidades A duração dos dias e das noites depende da rotação da Terra, ou seja, o movimento do nosso planeta ao redor do nosso próprio eixo. Só que este movimento de 360º acontece ao longo de mais ou menos 23 horas e 56 minutos, e não de 24 horas exatas. Esta diferença de aproximadamente quatro minutos vem da diferença entre o dia sideral e o dia solar. -Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.- Dia sideral Para entender a diferença, vamos começar pelo dia sideral. Imagine que você escolheu uma estrela e que vai observá-la ao longo do dia, ou seja, vai ver a estrela se "movendo" enquanto a Terra gira em sua rotação até notar que o astro voltou ao ponto inicial. Pois bem, a estrela iria levar 23 horas, 56 minutos e 4 segundos para voltar à posição em que estava no início da observação. Essa é a duração de um dia sideral. Dia solar E o dia solar? Como o nome indica, trata-se do tempo "normal" ao qual estamos acostumados. Neste caso, os minutos extras entram na conta porque as 24 horas são contadas com base no movimento do Sol no céu, visto da nossa perspectiva conforme a Terra se move ao redor do astro. O que acontece é que, enquanto a Terra se move, ela fica um pouco "atrasada" em relação ao Sol, que se desloca em relação a nós. Assim, nosso planeta teria que girar "um pouco mais" para alcançar o Sol na mesma posição. Portanto, ficamos com 24 horas no dia. Para entender melhor, veja o vídeo abaixo produzido por James O'Donoghue, cientista planetário da agência espacial japonesa JAXA, que mostra as diferenças entre o dia sideral e o dia solar: Se nós usássemos os dias siderais, o Sol iria nascer cerca de quatro minutos mais cedo todos os dias e "depois de seis meses fazendo isso, o Sol estaria nascendo 12 horas antes", explica o cientista. A duração dos dias na Terra pode aumentar ou diminuir devido a diferentes fenômenos — as interações gravitacionais entre nosso planeta e a Lua, por exemplo, levaram a um aumento de 1,7 milissegundos nos nossos dias ao longo do último século. Terremotos fortes também podem causar mudanças de milissegundos no tempo que a Terra leva para completar uma rotação. Duração dos anos O ano solar e o sideral também têm uma pequena diferença entre si, e para entender, voltemos ao exemplo da estrela. Se imaginar que está observando a Terra bem acima do seu plano orbital, veria nosso planeta se movendo ao redor do Sol. A estrela vai servir como seu ponto de referência para medir o movimento do planeta. Com a ajuda dela, você perceberia que a Terra iria se mover até voltar ao ponto inicial em 366 dias (um ano sideral). Se o Sol fosse sua referência, este tempo iria cair para 365,25 dias. Você deve ter percebido que a órbita da Terra não tem esta duração. A diferença é pequena, mas se acumula com o passar dos anos e precisa ser compensada no nosso calendário. É aí que entra o ano bissexto. Uma pequena confusão nos calendários O ano solar não fica naturalmente sincronizado com as estações do ano — o que foi um verdadeiro problema para povos antigos, que dependiam destes ciclos para suas atividades em períodos remotos da nossa história. Por exemplo, em 3.100 a.C., os povos egípcios usavam calendários lunares para se orientar. Contudo, o mês lunar dura cerca de 29,5 dias, enquanto o ano lunar tem 354 dias. Por isso, as sociedades que usavam esses calendários ficavam 11 dias fora da sincronia com as estações do ano. Os egípcios sabiam disso e acrescentavam cinco dias no final do ano para corrigir a defasagem. Conforme a Terra gira em seu eixo e orbita o Sol, a posição aparente da nossa estrela parece mudar (Imagem: Reprodução/César Cantú/Astrocolors/Starts with a Bang) O imperador romano Júlio César tentou corrigir de uma só vez o desalinhamento de quase três meses entre o calendário e as estações decretando um ano com 445 dias; depois, ele implementou o ano de 365,25 dias, que contava também um ano extra a cada quatro anos. O sistema não funcionou, porque o calendário continuava 11 minutos mais curto que o ano solar. Após alguns anos, isso se traduzia em uma diferença de um dia. A falta de sincronia afetou também as datas dos feriados católicos. No fim, a solução ficou com o papa Gregório XIII, que reformou em 1582 o calendário e tirou dez dias do mês de outubro da época; posteriormente, ele estabeleceu a regra dos anos bissextos que seguimos hoje, com o mês de fevereiro com 29 dias a cada quatro anos. O sistema confere meio minuto a mais de duração do que

Você já se perguntou quantas horas tem um dia? A resposta pode até parecer óbvia, afinal, nossos relógios mostram 24 horas. Na verdade, a duração dos dias na Terra não é exatamente esta, e varia de acordo com a referência que usamos para nos orientar no tempo.
A duração dos dias e das noites depende da rotação da Terra, ou seja, o movimento do nosso planeta ao redor do nosso próprio eixo. Só que este movimento de 360º acontece ao longo de mais ou menos 23 horas e 56 minutos, e não de 24 horas exatas.
Esta diferença de aproximadamente quatro minutos vem da diferença entre o dia sideral e o dia solar.
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Dia sideral
Para entender a diferença, vamos começar pelo dia sideral. Imagine que você escolheu uma estrela e que vai observá-la ao longo do dia, ou seja, vai ver a estrela se "movendo" enquanto a Terra gira em sua rotação até notar que o astro voltou ao ponto inicial.
Pois bem, a estrela iria levar 23 horas, 56 minutos e 4 segundos para voltar à posição em que estava no início da observação. Essa é a duração de um dia sideral.
Dia solar
E o dia solar? Como o nome indica, trata-se do tempo "normal" ao qual estamos acostumados. Neste caso, os minutos extras entram na conta porque as 24 horas são contadas com base no movimento do Sol no céu, visto da nossa perspectiva conforme a Terra se move ao redor do astro.
O que acontece é que, enquanto a Terra se move, ela fica um pouco "atrasada" em relação ao Sol, que se desloca em relação a nós. Assim, nosso planeta teria que girar "um pouco mais" para alcançar o Sol na mesma posição. Portanto, ficamos com 24 horas no dia.
Para entender melhor, veja o vídeo abaixo produzido por James O'Donoghue, cientista planetário da agência espacial japonesa JAXA, que mostra as diferenças entre o dia sideral e o dia solar:
Se nós usássemos os dias siderais, o Sol iria nascer cerca de quatro minutos mais cedo todos os dias e "depois de seis meses fazendo isso, o Sol estaria nascendo 12 horas antes", explica o cientista.
A duração dos dias na Terra pode aumentar ou diminuir devido a diferentes fenômenos — as interações gravitacionais entre nosso planeta e a Lua, por exemplo, levaram a um aumento de 1,7 milissegundos nos nossos dias ao longo do último século. Terremotos fortes também podem causar mudanças de milissegundos no tempo que a Terra leva para completar uma rotação.
Duração dos anos
O ano solar e o sideral também têm uma pequena diferença entre si, e para entender, voltemos ao exemplo da estrela. Se imaginar que está observando a Terra bem acima do seu plano orbital, veria nosso planeta se movendo ao redor do Sol.
A estrela vai servir como seu ponto de referência para medir o movimento do planeta. Com a ajuda dela, você perceberia que a Terra iria se mover até voltar ao ponto inicial em 366 dias (um ano sideral). Se o Sol fosse sua referência, este tempo iria cair para 365,25 dias.
Você deve ter percebido que a órbita da Terra não tem esta duração. A diferença é pequena, mas se acumula com o passar dos anos e precisa ser compensada no nosso calendário. É aí que entra o ano bissexto.
Uma pequena confusão nos calendários
O ano solar não fica naturalmente sincronizado com as estações do ano — o que foi um verdadeiro problema para povos antigos, que dependiam destes ciclos para suas atividades em períodos remotos da nossa história. Por exemplo, em 3.100 a.C., os povos egípcios usavam calendários lunares para se orientar. Contudo, o mês lunar dura cerca de 29,5 dias, enquanto o ano lunar tem 354 dias.
Por isso, as sociedades que usavam esses calendários ficavam 11 dias fora da sincronia com as estações do ano. Os egípcios sabiam disso e acrescentavam cinco dias no final do ano para corrigir a defasagem.
O imperador romano Júlio César tentou corrigir de uma só vez o desalinhamento de quase três meses entre o calendário e as estações decretando um ano com 445 dias; depois, ele implementou o ano de 365,25 dias, que contava também um ano extra a cada quatro anos. O sistema não funcionou, porque o calendário continuava 11 minutos mais curto que o ano solar. Após alguns anos, isso se traduzia em uma diferença de um dia.
A falta de sincronia afetou também as datas dos feriados católicos. No fim, a solução ficou com o papa Gregório XIII, que reformou em 1582 o calendário e tirou dez dias do mês de outubro da época; posteriormente, ele estabeleceu a regra dos anos bissextos que seguimos hoje, com o mês de fevereiro com 29 dias a cada quatro anos.
O sistema confere meio minuto a mais de duração do que existe no ano solar, mas mesmo assim, em alguns milhares de anos o calendário gregoriano vai ficar desalinhado outra vez em relação às estações. Por isso, as próximas gerações também vão ter que pensar em uma forma de corrigir isso.
Como são os dias em outros planetas?
Cada planeta do Sistema Solar viaja em torno do Sol em diferentes períodos orbitais. Aqueles que estão mais próximos do astro têm anos mais curtos que o ano terrestre, e os mais distantes, anos mais longos. A diferença existe devido aos efeitos que a gravidade do Sol, o astro mais massivo do nosso sistema, exerce nos planetas que o orbitam.
Mercúrio está a 58 milhões de quilômetros de distância do Sol, os dias por lá têm mais de mil horas, mas cada ano dura apenas 88 dias terrestres. Já em Marte, que a 227 milhões de km da estrela, um ano dura 687 dias terrestres, enquanto um dia marciano tem 24 horas e 37 minutos.
Em Júpiter, a mais de 700 milhões de quilômetros do Sol, os dias têm 10 horas e os anos duram 4.333 dias terrestres. Por fim, em Netuno, que fica a 4,5 bilhões de quilômetros da nossa estrela, os dias duram 16 horas terrestres, e os anos, 60.190 dias.
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