Qual a diferença entre buracos negros, buracos brancos e buracos de minhoca?

Buracos negros, buracos brancos e buracos de minhoca são conceitos físicos distintos, mas que se relacionam de alguma forma graças à Teoria Relatividade Geral de Albert Einstein. Os buracos negros são observáveis, já os buracos brancos e de minhoca são apenas conceitos físicos hipotéticos — eles nunca foram observados na prática.  Os maiores buracos negros já encontrados até agora Fenômeno misterioso no centro de galáxia pode revelar nova matéria escura A Teoria de Einstein prevê a existência de buracos de minhoca, mas eles ainda são um tema de muito debate na física e cientistas acreditam que a existência dessas estruturas é bastante improvável. Os buracos brancos, por sua vez, seriam fenômenos “opostos” aos buracos negros, e agiriam como “gêmeos do mal”: enquanto os buracos negros “engolem” qualquer coisa ao seu redor, os buracos brancos “expelem” o que cruzar o seu caminho.  A seguir, entenda melhor o que são essas estruturas e como elas se diferenciam entre si. -Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.- O que são buracos negros, buracos brancos e buracos de minhoca?  Buracos negros são fenômenos físicos bem conhecidos: eles foram previstos inicialmente na Teoria da Relatividade Geral, descrita por Einstein e, tempos mais tarde, foram observados na prática.  De maneira geral, um buraco negro pode ser descrito como um ponto no universo em que a matéria se condensou e criou um campo gravitacional tão forte que nada pode escapar. Tudo o que cruza o horizonte de eventos de um buraco negro é atraído por ele — até mesmo a luz é atraída por essa estrutura.  Esses fenômenos são tão poderosos que o próprio espaço-tempo se distorce próximo a um buraco negro, e a matéria capturada por ele pode ser desintegrada. Existem dois tipos de buracos negros observáveis: os de massa estelar e os supermassivos. Cientistas acreditam que os buracos negros supermassivos estão presentes no centro de quase todas as galáxias, equanto os de massa estelar se formam quando uma estrela colapsa sobre si mesma.  Buracos negros podem "engolir" qualquer coisa que cruze seu horizonte de eventos, inclusive a luz (Imagem: NASA/Goddard Space Flight Center) Além desses dois tipos, que são observáveis, existem outras duas categorias que, em tese, deveriam existir, mas não foram observadas, que são os buracos negros intermediários e os primordiais. Em teoria, os intermediários poderiam ser descritos como algo entre os buracos negros supermassivos e os estelares — eles seriam mais massivos que qualquer estrela, mas menores em comparação aos supermassivos.  Os primordiais, por sua vez, teriam se formado logo após o Big Bang, e poderiam ser buracos negros gigantes ou, ainda, nuvens compostas por vários buracos negros menores. De toda forma, eles são apenas hipotéticos e, caso existissem, provavelmente estariam muito distantes para serem observados. Até aqui, podemos resumir os buracos negros da seguinte forma: são regiões no espaço onde a gravidade é tão intensa que tudo o que atravessa o seu horizonte de eventos (incluindo a luz) é atraído e não pode escapar, sendo inevitavelmente conduzido para o interior do buraco negro.  O buraco branco, por sua vez, seria uma espécie de “contraponto” ao buraco negro. Diferentemente dos buracos negros, eles são apenas hipotéticos e nunca foram observados, e a ideia é que, em vez de “aprisionarem” qualquer coisa que atravesse seu horizonte de eventos (como acontece com os bruracos negros), os buracos brancos poderiam expelir tudo o que tentasse se aproximar. Na prática, é como se a gravidade agisse de maneira inversa nos buracos brancos, repelindo a matéria. Existem teorias que estudam a possibilidade de buracos negros se transformarem em buracos brancos, e há, ainda, hipóteses que consideram que o Big Bang poderia ser descrito como um buraco branco, já que ele representa um momento no tempo em que uma grande quantidade de energia foi “expelida” a partir um ponto denso.  Na teoria, os buracos brancos são o "oposto" aos buracos negros e repelem tudo o que se aproxima (Imagem: Baperookamo/Wikimedia Commons) No entanto, essas teorias são apenas suposições e, até o momento, nenhuma observação que comprove a existência dos buracos brancos foi feita. De forma semelhante, os buracos de minhoca também nunca foram observados e, embora se mostrem possíveis na teoria, na prática, são improváveis de acontecer. Os buracos de minhoca, inclusive, não representam um contraponto aos buracos negros ou brancos. Eles seriam, na verdade, supostas passagens no espaço-tempo capazes de conectar um ponto a um outro por uma espécie de “túnel” cósmico.  Uma analogia bastante utilizada para explicar como seriam os buracos de minhoca é o da folha de papel: imagine que você tem uma folha em suas mãos. Você pega a folha e a dobra ao meio e, com a ajuda de um lápis, faz um furo que atravessa os dois lados do papel. O

Mar 16, 2025 - 03:57
 0
Qual a diferença entre buracos negros, buracos brancos e buracos de minhoca?

Buracos negros, buracos brancos e buracos de minhoca são conceitos físicos distintos, mas que se relacionam de alguma forma graças à Teoria Relatividade Geral de Albert Einstein. Os buracos negros são observáveis, já os buracos brancos e de minhoca são apenas conceitos físicos hipotéticos — eles nunca foram observados na prática. 

A Teoria de Einstein prevê a existência de buracos de minhoca, mas eles ainda são um tema de muito debate na física e cientistas acreditam que a existência dessas estruturas é bastante improvável. Os buracos brancos, por sua vez, seriam fenômenos “opostos” aos buracos negros, e agiriam como “gêmeos do mal”: enquanto os buracos negros “engolem” qualquer coisa ao seu redor, os buracos brancos “expelem” o que cruzar o seu caminho. 

A seguir, entenda melhor o que são essas estruturas e como elas se diferenciam entre si.

-
Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.
-

O que são buracos negros, buracos brancos e buracos de minhoca? 

Buracos negros são fenômenos físicos bem conhecidos: eles foram previstos inicialmente na Teoria da Relatividade Geral, descrita por Einstein e, tempos mais tarde, foram observados na prática. 

De maneira geral, um buraco negro pode ser descrito como um ponto no universo em que a matéria se condensou e criou um campo gravitacional tão forte que nada pode escapar. Tudo o que cruza o horizonte de eventos de um buraco negro é atraído por ele — até mesmo a luz é atraída por essa estrutura. 

Esses fenômenos são tão poderosos que o próprio espaço-tempo se distorce próximo a um buraco negro, e a matéria capturada por ele pode ser desintegrada. Existem dois tipos de buracos negros observáveis: os de massa estelar e os supermassivos. Cientistas acreditam que os buracos negros supermassivos estão presentes no centro de quase todas as galáxias, equanto os de massa estelar se formam quando uma estrela colapsa sobre si mesma. 

Buracos negros podem "engolir" qualquer coisa que cruze seu horizonte de eventos, inclusive a luz (Imagem: NASA/Goddard Space Flight Center)

Além desses dois tipos, que são observáveis, existem outras duas categorias que, em tese, deveriam existir, mas não foram observadas, que são os buracos negros intermediários e os primordiais. Em teoria, os intermediários poderiam ser descritos como algo entre os buracos negros supermassivos e os estelares — eles seriam mais massivos que qualquer estrela, mas menores em comparação aos supermassivos. 

Os primordiais, por sua vez, teriam se formado logo após o Big Bang, e poderiam ser buracos negros gigantes ou, ainda, nuvens compostas por vários buracos negros menores. De toda forma, eles são apenas hipotéticos e, caso existissem, provavelmente estariam muito distantes para serem observados.

Até aqui, podemos resumir os buracos negros da seguinte forma: são regiões no espaço onde a gravidade é tão intensa que tudo o que atravessa o seu horizonte de eventos (incluindo a luz) é atraído e não pode escapar, sendo inevitavelmente conduzido para o interior do buraco negro. 

O buraco branco, por sua vez, seria uma espécie de “contraponto” ao buraco negro. Diferentemente dos buracos negros, eles são apenas hipotéticos e nunca foram observados, e a ideia é que, em vez de “aprisionarem” qualquer coisa que atravesse seu horizonte de eventos (como acontece com os bruracos negros), os buracos brancos poderiam expelir tudo o que tentasse se aproximar.

Na prática, é como se a gravidade agisse de maneira inversa nos buracos brancos, repelindo a matéria. Existem teorias que estudam a possibilidade de buracos negros se transformarem em buracos brancos, e há, ainda, hipóteses que consideram que o Big Bang poderia ser descrito como um buraco branco, já que ele representa um momento no tempo em que uma grande quantidade de energia foi “expelida” a partir um ponto denso. 

Na teoria, os buracos brancos são o "oposto" aos buracos negros e repelem tudo o que se aproxima (Imagem: Baperookamo/Wikimedia Commons)

No entanto, essas teorias são apenas suposições e, até o momento, nenhuma observação que comprove a existência dos buracos brancos foi feita. De forma semelhante, os buracos de minhoca também nunca foram observados e, embora se mostrem possíveis na teoria, na prática, são improváveis de acontecer.

Os buracos de minhoca, inclusive, não representam um contraponto aos buracos negros ou brancos. Eles seriam, na verdade, supostas passagens no espaço-tempo capazes de conectar um ponto a um outro por uma espécie de “túnel” cósmico. 

Uma analogia bastante utilizada para explicar como seriam os buracos de minhoca é o da folha de papel: imagine que você tem uma folha em suas mãos. Você pega a folha e a dobra ao meio e, com a ajuda de um lápis, faz um furo que atravessa os dois lados do papel. O buraco de minhoca seria mais ou menos isso: ele poderia conectar dois pontos do universo como um “atalho” — sendo assim, para chegar até o outro lado, basta atravessar o “túnel” que foi criado em vez de percorrer toda a extensão do papel.

Para que eles se formem, portanto, é necessário que dois “buracos” sejam formados no cosmos por algum tipo de deformação e, ainda, que haja uma espécie de túnel capaz de interligar um buraco ao outro. Hoje em dia, existem modelos teóricos capazes de descrever a forma como os buracos de minhoca poderiam se formar, mas eles exigem condições extremas para acontecer, como, por exemplo, uma quantidade gigantesca de energia ou, ainda, a presença de matéria exótica com massa negativa — o que também é um conceito hipotético.

Os buracos de minhoca poderiam conectar dois pontos distintos no universo por meio de um "atalho" (Imagem: Genty/Pixabay)

Por fim, concluímos, portanto, que buracos brancos e buracos de minhoca são conceitos físicos teóricos e hipotéticos, pois não há evidências observacionais diretas de sua existência. Os buracos negros, por sua vez, são estruturas físicas bastante conhecidas e estudadas, e muitos já foram observados. 

Veja mais do Canaltech:

Assista ao vídeo e veja 10 coisas que você não deve fazer com o seu celular

 

Leia a matéria no Canaltech.