Polícia impede ataque terrorista em show de Lady Gaga no Rio: “Seria um massacre”
Grupo investigado planejava matar o público LGBTQIA+ com bombas durante a apresentação em Copacabana


Polícia identifica plano de ataque terrorista em Copacabana
A Polícia Civil do Rio de Janeiro impediu um atentado a bomba no show de Lady Gaga em Copacabana, realizado na noite de sábado (3/5). Segundo o secretário da corporação, Felipe Curi, o plano envolvia o uso de coquetéis molotov e explosivos improvisados contra o público presente na praia, e queria realizar um massacre.
“Eles estavam se articulando para fazer esse ataque. Então é uma investigação justamente sobre ataques terroristas”, afirmou Curi. “Foi uma operação que impediu que um mal muito maior fosse executado.”
Batizada de Operação Fake Monster, a ofensiva resultou no cumprimento de 15 mandados de busca e apreensão contra nove alvos em diferentes cidades do país. Foram apreendidos dispositivos eletrônicos e materiais que, segundo a polícia, serão analisados como parte da apuração.
Quem são os alvos da operação?
Oito pessoas investigadas estariam envolvidas no plano, segundo a corporação. Um adolescente foi apreendido no Rio de Janeiro, e um homem de 44 anos foi preso em flagrante no Rio Grande do Sul por porte ilegal de três armas. De acordo com a polícia, os dois são apontados como coordenadores do ataque e teriam proposto desafios em redes sociais para incentivar ações extremistas.
Felipe Curi detalhou que os suspeitos atuavam na plataforma Discord, promovendo discurso de ódio e incentivando crimes contra a comunidade LGBTQIA+, além de compartilharem pornografia infantil. “Desde a última segunda-feira (28/4), vínhamos monitorando um possível plano de atentado voltado para atingir a comunidade LGBTQIA+”, declarou o secretário.
A operação teve alvos nos municípios do Rio de Janeiro, Niterói, Duque de Caxias e Macaé (RJ), Cotia, São Vicente e Vargem Grande Paulista (SP), São Sebastião do Caí (RS) e Campo Novo do Parecis (MT).
Qual a motivação do ataque?
A investigação identificou que os ataques seriam crimes de ódio direcionados ao público LGBTQIA+, que compareceu em peso ao show da artista. A Polícia Civil estima que centenas de vidas foram poupadas com a desarticulação do plano. Talvez mais.
“O show teve mais de 2 milhões de pessoas e seria um massacre, com motivações claras de ódio”, destacou Curi. Os investigadores acreditam que os autores buscavam notoriedade e visibilidade ao promover o atentado durante o evento.
Houve outras ameaças durante a apresentação?
Paralelamente ao caso central, um homem de 44 anos foi preso em Macaé após afirmar em uma rede social que mataria uma criança durante o show, transmitindo o crime ao vivo como parte de um ritual. Segundo a polícia, o suspeito alegava que Lady Gaga era satanista e planejava a ação como retaliação.
“Ele dizia que a cantora era satanista e que ele iria fazer um ritual satanista também, matando uma criança durante o show”, relatou Curi.
Apesar da gravidade do caso, a polícia esclareceu que essa ameaça não tinha ligação direta com o grupo investigado na operação principal.
Lady Gaga foi avisada sobre os riscos?
A equipe de Lady Gaga declarou que não foi comunicada pelas autoridades brasileiras sobre o plano de ataque frustrado. Segundo representantes da cantora, tanto ela quanto sua equipe só tomaram conhecimento do caso após a divulgação da operação pela imprensa.
Nenhum alerta foi emitido ao staff antes da apresentação, o que impediu qualquer avaliação sobre a possibilidade de cancelamento.
O secretário da Polícia Civil justificou a decisão de manter o sigilo. “Sem criar qualquer tipo de pânico, qualquer tipo de alarde, prendemos os dois principais líderes dessa organização criminosa, esses terroristas”, afirmou Curi.