Poder360 explica o poder para os brasileiros, diz Fernando Rodrigues

Jornal digital completa 25 anos nesta 6ª feira (18.abr.2025); diretor de Redação credita crescimento à "obsessão" pela precisão, das vírgulas no texto à apuração

Abr 18, 2025 - 10:03
 0
Poder360 explica o poder para os brasileiros, diz Fernando Rodrigues

O jornal digital Poder360 completa 25 anos nesta 6ª feira (18.abr.2025). A operação editorial começou no ano 2000 com o antigo Blog do Fernando Rodrigues, à época hospedado no portal UOL. Em novembro de 2016, tornou-se o Poder360 ainda em fase experimental. Em janeiro de 2017, iniciou a fase solo, independente e definitiva. O último post no UOL havia sido publicado em 31 de dezembro de 2016.

O Drive, newsletter única no mercado e exclusiva para assinantes, completa 10 anos em 2025. Começou a circular em 25 de maio de 2015 no formato atual –antes disso, entretanto, já era publicada no Blog do Fernando Rodrigues.

Formulário de cadastro
E-mail

“Muitos veículos digitais nasceram e morreram nos últimos 25 anos. Tudo parece ser mais fugaz na internet. Sobreviver um quarto de século talvez seja equivalente a durar 50 ou 100 anos na mídia impressa”, afirma Fernando Rodrigues, 62 anos, fundador e diretor de Redação do Poder360. Ele resume uma das funções deste jornal digital: “Explicar o poder para os brasileiros”.

Para Rodrigues, o crescimento do Poder360 se deve à busca “obsessiva” pela precisão “desde a colocação das vírgulas, a concisão e o rigor na produção da informação”.

“Acredito na padronização da produção jornalística. O leitor aprende a consumir jornalismo daquela forma e se achar que é boa, acostuma-se com ela e se informa de maneira mais rápida e eficaz”, diz o diretor de Redação.

Assista à entrevista com Fernando Rodrigues (6min13s):

A seguir, leia trechos da entrevista com Fernando Rodrigues:

Poder360 – O Poder360 vai completar 25 anos. É ¼ de século. Como se sobrevive no meio digital?
Fernando Rodrigues – Tem uma frase de Yuval Harari nesse último livro, “Nexus”, em que ele fala algo mais ou menos assim: que informação não é sinônimo de verdade. Tudo é informação. E hoje em dia há um oceano de informações no mundo. Isso é bom, mas nem tudo é verdade. E nem tudo é informação apurada para ser apresentada com credibilidade para as pessoas. Isso quem faz é o jornalismo profissional.

Acredito que o jornalismo seja relevante para uma parte significativa da sociedade. Eu debito muito do sucesso da operação do jornal digital Poder360 e da sobrevivência desse empreendimento à qualidade que se busca de maneira obsessiva no trabalho diário aqui no Poder.

Este jornal digital é um dos mais antigos em exercício e o mais antigo na cobertura de política. O senhor poderia fazer uma retrospectiva de como chegou até aqui?
Houve uma dificuldade grande para entender como seria possível ter uma empresa de jornalismo digital financeiramente saudável e editorialmente independente. Sem independência financeira não existe independência editorial, e sem lucro para se sustentar, você não consegue fazer bom jornalismo. Você fica vulnerável.

Era necessário circunscrever o negócio de alguma forma [a um tipo de cobertura específica]. Nos EUA começaram a aparecer vários modelos de negócios e o que prosperou é parecido com o que inspirou o Poder360: um jornal digital que se especializou num determinado quadrante do noticiário.

Acho que tem que ter isso muito claro: depois de definida a estratégia, tem que perseguir de maneira contínua, com disciplina, até que o negócio se consolide.

Copyright Poder360
“Acho que o jornalismo tem uma função importante na sociedade. Todos nós que praticamos o bom jornalismo ajudamos de fato a aperfeiçoar a democracia”, diz Fernando Rodrigues

Quais foram as maiores dificuldades nessa trajetória?
O maior medo era chegar ao fim de um mês e não ter dinheiro para pagar as contas. Mas você sabe que o sentimento mais poderoso da humanidade é o medo. Ele move as pessoas. É o desejo de sobreviver.

Tem uma frase que Fernando Henrique [ex-presidente da República] me falou uma vez: a vida da gente não tem sentido, quem dá sentido para ela somos nós. Cada um gosta de alguma coisa. Eu sou apaixonado pelo jornalismo.

Acho que o jornalismo tem uma função importante na sociedade. Todos nós que praticamos o bom jornalismo ajudamos de fato a aperfeiçoar a democracia. Foi isso que me moveu.

O senhor considera o lançamento de novos produtos do Poder360 como um avanço? O que esperar dos próximos anos?
Acho que é o caminho natural. É necessário sempre tentar inovar e oferecer o que é demandado pelo público, mas sem ser escravo do que pedem os consumidores de notícia. 

Não se pode ter medo do novo. Às vezes, deve-se arriscar e fazer coisas que talvez o leitor intuitivamente não soubesse que queria.

Espero que o Poder360 se consolide ainda mais em Brasília e que haja operações em várias capitais com esse modelo, de um jornal digital que explica o poder para os brasileiros e ou para estrangeiros que tenham interesse em entender o que se passa aqui. Que oferece notícias qualificadas, bem apuradas e corretas. Apenas a verdade dos fatos, separando opinião de notícia. 

Tem um espaço enorme para fazer isso. Há um oceano de informações na internet, só que nem toda informação é sinônimo de verdade.


Leia mais sobre os 25 anos do Poder360:


Esta reportagem foi produzida pelos trainees do Poder360 Gabriel Lopes, Gabriel Romeiro, Lara Brito, Laurent Keller, Leo Garfinkel, Mylla Marcolino e Pedro Linguitte sob a supervisão do chefe de Redação, Brunno Kono.