PM impede baile funk que teria Oruam: “Problema pessoal comigo”

Polícia alega operação contra criminosos armados

Policiais militares do 41º BPM (Irajá) impediram a realização de um baile funk no Complexo da Pedreira, Zona Norte do Rio de Janeiro, na manhã de sábado (19/4). O evento contaria com show de Oruam e vinha sendo promovido nas redes sociais havia cerca de dois meses. Segundo a PM, houve troca de tiros com suspeitos armados, e dois homens foram baleados. Os feridos foram levados a um hospital da região e estão sob custódia policial. O caso foi registrado na 39ª DP (Pavuna).

Segundo a Polícia Militar, a ação foi dividida em duas frentes. Enquanto uma equipe se dirigiu ao Campo da Pedreira, local da apresentação, outra realizou buscas no interior da comunidade. Os policiais afirmam que foram recebidos a tiros por criminosos e revidaram.

O que Oruam disse sobre a operação?

Oruam, nome artístico de Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, usou as redes sociais para criticar a ação da PM e o cancelamento do show. “Tô boladão. Os caras estão com problema pessoal comigo, não querem deixar meu show rolar, meus bailes, entendeu? Cancelaram meu show no AP [Cidade de Deus] e na Pedreira. […] Fizeram operação lá na Pedreira só para não ter o show. Mas suave também. Sabe como é. É só uma fase, vai passar”, disse o cantor, que também mencionou o impacto das decisões sobre sua agenda artística.

A apresentação contaria ainda com a participação do cantor Príncipe, e o evento vinha sendo promovido por produtores locais.

Histórico do cantor envolve polêmicas e projeto de lei

Oruam é filho de Marcinho VP, traficante preso apontado como um dos principais líderes do Comando Vermelho. Em entrevista ao programa “Domingo Espetacular”, da Record, ele declarou: “Ele me ensinou o caminho certo. Sabia que tinha que trabalhar, estudar, seguir o caminho certo. É um ótimo pai, um exemplo de pai para mim. Meu tudo”.

Em fevereiro, o cantor foi detido em flagrante por favorecimento pessoal. Na ocasião, a Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) encontrou em sua residência um amigo com mandado de prisão em aberto, referente a um processo por envolvimento com organização criminosa. Oruam alegou desconhecer a situação jurídica do amigo.

Além disso, o artista é alvo de um projeto de lei apelidado informalmente de “Lei Anti-Oruam”. De autoria da vereadora Talita Galhardo (PSDB), com coautoria de Pedro Duarte (Novo), a proposta pretende proibir a contratação de artistas que exaltem o uso de entorpecentes ou o crime organizado por órgãos públicos municipais. O texto será analisado pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro.