O que deve acontecer com onça que teria atacado caseiro

Animal foi encaminhado para o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres, onde passa por exames

Abr 26, 2025 - 03:20
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O que deve acontecer com onça que teria atacado caseiro

A onça-pintada capturada no Mato Grosso do Sul após a morte do caseiro Jorge Ávalo, 60 anos, não deve voltar para a natureza. Em nota enviada nesta sexta-feira (25/4), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) informou que o animal deve ser encaminhado a uma instituição mantenedora da fauna, como centros de reabilitação e santuários, e vai integrar o Programa de Manejo Populacional da Onça-Pintada, coordenada pelo Instituto. 

Uma operação conduzida pela Polícia Militar Ambiental capturou a onça na quinta-feira (24/4). Após a ação, o animal, um macho de 94 quilos, foi encaminhado para cativeiro. O espécime está no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Cras-Imasul), em Campo Grande (MS), onde passa por avaliações sobre as condições de saúde e comportamento. 

Segundo a nota, os futuros encaminhamentos devem ser discutidos com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso do Sul (Semadesc) com o ICMBio. 

O órgão destaca que o animal apresentou comportamento de "alta habituação ao ser humano". “Diversos vídeos publicados nas redes sociais mostram que as onças da região eram frequentemente alimentadas por pessoas, caracterizando a prática de ceva”, pontua. “Tal prática traz riscos para todas as pessoas que transitam no local ou que ali residem, podendo culminar em acidentes fatais”.

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Na última segunda-feira (21/4), o caseiro Jorge Ávalo foi vítima de um ataque do animal próximo ao no pesqueiro onde trabalhava, às margens do rio Miranda, em Touro Morto (MS). Exames iniciais mostram sinais de mordidas e unhas no corpo da vítima.  

O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap) destaca que esses ataque são raros. Confira dicas do ICMBio para visitantes de áreas do habitat natural das onças pintadas:

  1. Evite caminhar sozinho: Trilhas em grupo são mais seguras, pois o barulho e o número de pessoas tendem a afastar os animais.
  2. Faça barulho durante a trilha: Converse, cante ou bata o bastão de caminhada nas pedras. O objetivo é não surpreender a onça — o maior risco é assustá-la.
  3. Evite trilhas à noite, ao amanhecer e ao entardecer: Onças são mais ativas nesses horários
  4. Não corra: Se avistar uma onça, mantenha a calma. Correr pode estimular o instinto de perseguição.
  5. Mantenha contato visual e recue devagar: Tenha o animal no campo de visão, mas olhe sem desafiá-lo, sem demonstrar medo, e afaste-se devagar, sem virar as costas.
  6. Jamais se aproxime de filhotes: A mãe pode estar por perto e se tornar agressiva ao tentar protegê-los.
  7. Evite levar cães: Cães podem provocar as onças, que os veem como ameaça ou presa, o que pode aumentar o risco de ataque.
  8. Preste atenção a sinais de presença: Pegadas frescas, fezes, arranhões em árvores ou carcaças de animais são indícios de que a onça pode estar por perto.