O que aconteceu com o bebê de 9 meses de um dos “experimentos mais antiéticos de todos os tempos”?

Você já ouviu falar do experimento que tentou criar um “cão de Pavlov” humano — e acabou gerando um dos… Esse O que aconteceu com o bebê de 9 meses de um dos “experimentos mais antiéticos de todos os tempos”? foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.

Fev 20, 2025 - 22:05
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O que aconteceu com o bebê de 9 meses de um dos “experimentos mais antiéticos de todos os tempos”?
O que aconteceu com o bebê de 9 meses de um dos "experimentos mais antiéticos de todos os tempos"?

Você já ouviu falar do experimento que tentou criar um “cão de Pavlov” humano — e acabou gerando um dos casos mais polêmicos da psicologia?

No início do século XX, o psicólogo John B. Watson e sua assistente Rosalie Rayner decidiram testar o condicionamento clássico em um bebê de nove meses, conhecido na história apenas como “Pequeno Albert”. O objetivo era simples: provar que medos poderiam ser ensinados, não apenas herdados. O experimento começou em 1919, quando Albert foi exposto a objetos como um rato branco, um coelho, um macaco e até jornais em chamas. Inicialmente, o bebê não demonstrava receio — tudo era novidade para ele.

A mudança veio quando Watson introduziu um estímulo assustador. Toda vez que Albert via o rato, o pesquisador batia com um martelo em uma barra de metal, produzindo um som alto e abrupto. O barulho fazia o bebê chorar imediatamente. Repetindo a associação entre o rato e o ruído, Albert passou a associar o animal ao medo. Em pouco tempo, só de ver o rato, o menino entrava em pânico — e o mesmo ocorria com objetos similares, como o coelho ou um casaco de pele. O condicionamento funcionou, mas o experimento terminou sem que o medo de Albert fosse “desfeito”.

A história ganhou notoriedade não só pelos métodos, mas pelo destino desconhecido do menino. Por décadas, pesquisadores tentaram descobrir quem era “Pequeno Albert”. Em 2009, o psicólogo Hall Beck anunciou uma resposta trágica: ele identificou o bebê como Douglas Merritte, filho de uma funcionária do hospital Johns Hopkins, onde o estudo foi realizado. Beck usou registros médicos e análise facial para chegar à conclusão. Porém, Douglas morreu aos seis anos de hidrocefalia, uma acumulação de líquido no cérebro que, segundo registros, o deixou cego e com graves problemas de saúde.

Mas a história não acabou aí. Em 2012, outro grupo de pesquisadores, liderado por Russ Powell, contestou a descoberta. Eles encontraram evidências de que o verdadeiro Albert poderia ser William Albert Barger, filho de Pearl Barger, outra mulher que trabalhava no mesmo hospital. As datas de nascimento coincidiam, e o nome do menino — William Albert Barger — parecia uma pista. Diferente de Douglas, William viveu até os 87 anos, falecendo em 2007. Sua sobrinha revelou que ele nunca soube do experimento, mas tinha uma curiosidade: um aversão inexplicável a animais durante toda a vida.

A discussão continua. Alguns especialistas defendem que Douglas foi realmente o bebê do estudo, já que os registros de Watson mencionam complicações de saúde compatíveis com a hidrocefalia. Outros apontam que William Albert Barger teria sido um candidato mais plausível, já que sua história de vida se alinha com a descrição original — um menino saudável.

Independente da identidade, o experimento do Pequeno Albert permanece um marco controverso. Watson nunca tentou reverter o medo que criou no bebê, levantando questões éticas sobre os limites da pesquisa científica. Além disso, o caso expôs a falta de regulamentação em experimentos com humanos na época — algo que, felizmente, mudou nas décadas seguintes.

E quanto ao condicionamento em si? O medo de Albert generalizou-se para outros objetos peludos, mostrando como respostas emocionais podem ser ampliadas além do estímulo original. Esse fenômeno, chamado de “generalização de estímulos”, ainda é estudado hoje — mas, claro, de forma bem menos radical.

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