O que a reviravolta de tarifas na China significa para as marcas
Com informações do Ad Age Enquanto as marcas tentam lidar com as incertezas geradas pela guerra fiscal de Donald Trump, um relatório divulgado nesta segunda-feira sobre uma pausa nas tarifas chinesas gerou um novo desdobramento. As tarifas americanas sobre os bens de consumo chineses chegaram a 145%, mas agora serão reduzidas para 30%. A redução é resultado de um novo acordo com 90 dias de duração, enquanto os dois países negociam um acordo final. As... O post O que a reviravolta de tarifas na China significa para as marcas apareceu primeiro em Meio e Mensagem - Marketing, Mídia e Comunicação.


Guerra fiscal entre China e Estados Unidos gera novos desdobramentos que podem mudar os planos das marcas (Créditos: Divulgação)
Com informações do Ad Age
Enquanto as marcas tentam lidar com as incertezas geradas pela guerra fiscal de Donald Trump, um relatório divulgado nesta segunda-feira sobre uma pausa nas tarifas chinesas gerou um novo desdobramento. As tarifas americanas sobre os bens de consumo chineses chegaram a 145%, mas agora serão reduzidas para 30%. A redução é resultado de um novo acordo com 90 dias de duração, enquanto os dois países negociam um acordo final.
As notícias chegam após as varejistas chinesas, como Shein e Temu, terem aumentado os preços de seus produtos, alertando aos consumidores. Algumas marcas, como a Adidas, já alertaram sobre o aumento de preços por vir. Porém, ao passo que essa redução pode gerar algum alívio, a incerteza permanece para as marcas, que estão lidando com cortes de custos enquanto tentam organizar agendas de marketing, de acordo com os experts.
Os consumidores também estão indecisos sobre quando comprar em meio ao medo crescente de as prateleiras esvaziarem, devido a queda de importações dos EUA.
“O consumidor está lidando com uma tremenda quantidade de incertezas – eu não tenho certeza se as novidades sobre as tarifas da China vão mudar algo para eles,” conta John Dick, CEO e fundador da CivicScience, em um webinar que aconteceu segunda-feira. “Independentemente dos resultados pelos aumentos e quedas das tarifas, existem algumas razões para sentir que surgirão algumas dificuldades com o consumidor,” acrescentou.
A CivicScience revelou que 20% dos consumidores disseram que não pretendem fazer cortes nos gastos neste mês, um declínio de 8% em relação ao mês de março.
Nathan Jun Poekert, consultor de marketing e assessor de CMO, apontou que mesmo os 30% de tarifas são altos de mais para as marcas, que terão que decidir entre cortar gastos ou “jogar os dados” e anunciar aumentos nos preços. Poekert disse que as mudanças deverão ser reavaliadas em 90 dias se as tarifas voltarem ao valor de 145%.
“O desafio é que as empresas estavam se preparando nos últimos 45 dias para o impacto que as tarifas iriam causar neste mês,” escreveu Poekert em um e-mail, acrescentando que agora as marcas deverão refazer seus planos. “A melhor abordagem agora é seguir em frente como se os 30% fosse algo concreto e, se os valores subirem novamente, pelo menos você tem uma carta na manga.”
Sob o governo de Biden, as tarifas entre a China e EUA “se mantiveram estáveis,” com exceção “do aumento nas tarifas de importados chineses que aconteceu em setembro de 2024, o que elevou a média de tarifas em exportados para a China, atingindo o marco de 20,8%,” de acordo com um analista do Instituto Peterson de Economia Internacional.
Problemas com a cadeia de suprimentos
Outra área preocupante para as marcas é o inventário, conforme os suprimentos vão declinando. Um relatório publicado nesta semana pela Federação Nacional de Varejo e pela Hackett Associates, prevê que as importações de cargas deverão declinar mais de 10% neste ano.
Especialistas dizem que os profissionais de marketing provavelmente terão que redirecionar o foco de seu trabalho para longe do marketing de performance, de maneira a impulsionar atividades de vendas a curto prazo em direção ao brand marketing a longo prazo. De acordo com Patti Williams, professora de marketing da Warthoen School na Universidade da Pensilvânia, as marcas não vão querer incentivar os consumidores a esvaziarem as prateleiras nas lojas.
“A questão é: o que significa ter uma organização otimizada para o marketing de performance quando não há produtos nas prateleiras?”, conta ao Ad Age, destacando que as marcas precisam pensar em como planejar seu orçamento conforme os objetivos mudam. “O que acontece com os recursos que os profissionais de marketing têm para alocar? Como eles criam um case para ações de marketing que visam fortalecer uma marca a longo prazo, em vez de impulsionar vendas de curto prazo?”
Williams afirma que as marcas precisam pensar em como gerenciar a reação dos consumidores diante da falta de estoque. A lealdade as marcas pode mudar, e os profissionais de marketing precisam pensar em como convencer os compradores a voltarem quando os produtos estiverem disponíveis nas prateleiras novamente.
Mas é claro, enquanto algumas marcas trabalham para reconquistar consumidores que foram perdidos, outras marcas podem enxergar uma oportunidade no meio da troca de lealdade dos consumidores. Um sentimento negativo por parte dos consumidores leva ao desejo de mudança, de acordo com Dick.
“No geral, quando as pessoas estão com uma mentalidade mais negativa, elas tentam mudar as coisas, e conceitos como lealdade de marca são dissolvidos,” explica. “Nós ainda veremos muitas mudanças na participação de mercado entre as categorias de marcas, à medida que essa ansiedade e incerteza se instalam no consumidor.”
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