O partido da guerra não desiste
Não compreendo o partido da guerra. Após três anos de combates, a Ucrânia está de rastos, sem recursos ou soldados, perdeu um quinto do território e centenas de milhares de homens, mas há quem ache que a tragédia tem de continuar. Um quarto da população emigrou ou vive na zona ocupada pelos russos, houve deserções em massa, a infraestrutura foi arrasada e os custos da reconstrução serão imensos. A Rússia ficou mais forte e a Ucrânia perdeu a sua muito frágil democracia: foram impostas limitações à liberdade política e religiosa, acentuaram-se as perseguições linguísticas e o presidente não tem legitimidade. Esta é a situação, não houve rendição russa, como previam os otimistas, mas há políticos europeus que querem continuar o conflito. Não se entende: derrotar a Rússia é uma fantasia, continuar a luta implica destruição do que resta da Ucrânia e, de qualquer forma, não há munições nem dinheiro ou militares disponíveis para morrer. Prosseguir a matança tem elevados riscos económicos e pode até provocar um conflito nuclear que transforme todo o continente num novo campo de ruínas. Até agora, quem defendesse uma negociação de paz era considerado traidor, até o Vaticano, afinal era bom senso. A estratégia de sangrar a Rússia virou-se contra o ocidente, mas o partido da guerra não desiste, a ponto de querer agora sangrar a Europa. imagem gerada por IA, Deep Dream

Não compreendo o partido da guerra. Após três anos de combates, a Ucrânia está de rastos, sem recursos ou soldados, perdeu um quinto do território e centenas de milhares de homens, mas há quem ache que a tragédia tem de continuar. Um quarto da população emigrou ou vive na zona ocupada pelos russos, houve deserções em massa, a infraestrutura foi arrasada e os custos da reconstrução serão imensos. A Rússia ficou mais forte e a Ucrânia perdeu a sua muito frágil democracia: foram impostas limitações à liberdade política e religiosa, acentuaram-se as perseguições linguísticas e o presidente não tem legitimidade. Esta é a situação, não houve rendição russa, como previam os otimistas, mas há políticos europeus que querem continuar o conflito. Não se entende: derrotar a Rússia é uma fantasia, continuar a luta implica destruição do que resta da Ucrânia e, de qualquer forma, não há munições nem dinheiro ou militares disponíveis para morrer. Prosseguir a matança tem elevados riscos económicos e pode até provocar um conflito nuclear que transforme todo o continente num novo campo de ruínas. Até agora, quem defendesse uma negociação de paz era considerado traidor, até o Vaticano, afinal era bom senso. A estratégia de sangrar a Rússia virou-se contra o ocidente, mas o partido da guerra não desiste, a ponto de querer agora sangrar a Europa.
imagem gerada por IA, Deep Dream