O dia que descobri que usuários mentem

Quanto antes aprender isso, melhor.É 1928.A antropóloga Margaret Mead terminou de escrever seu livro, “Coming of Age in Samoa” (Chegando à Maioridade em Samoa), um estudo sobre a vida de adolescentes locais: como elas atingiram a maioridade, como eram suas estruturas familiares e assim por diante.O ponto da história de Mead é que ela viveu com as moradoras, perguntou sobre suas vidas e ouviu suas histórias — muitas das quais mais tarde se revelaram terem sido inventadas pelas adolescentes.Ela aceitou essas histórias como verdadeiras, em vez de observar seu comportamento.Anos depois, o antropólogo Derek Freeman retornou à vila, onde as adolescentes (agora idosas) do estudo de Mead admitiram inventar histórias apenas por diversão.— Scott Hurff. Tradução e adaptação de “Designing Products People Love”.­Esse foi um dos primeiros livros de design que li. Ainda não tinha feito nenhuma entrevista com usuários, mas uma coisa ficou clara:Usuários mentiriam pra mim.Não tomei isso como uma ofensa ou algo negativo que pudesse se tornar desconfiança exagerada; era apenas um fato.Me preocupei em estudar como fazer perguntas melhores, cruzar falas com dados comportamentais e tentar ter mais ciência dos meus vieses e contextos que estava.Mas de tempos em tempos, a dúvida vem na cabeça: “será que mentiram pra mim?”Qual foi a maior mentira que um usuário já te contou?ClicouSe for ver um link essa semana, veja esse.Será que a verdadeira força do design estratégico não pode estar na intuição humana, a arte e ousadia? Esse é o questionamento de Al Lucca:“Para que o design permaneça estratégico, ele precisa resgatar sua essência humana. Intuição, narrativa e talento artístico são o que tornam o design transformador. Sem eles, corremos o risco de transformá-lo em apenas mais uma linha de montagem de entregas sem alma.”Onde o design encontra (e perde) sua almaPra viagemLeve com você nessa semana.Já disse aqui: adoro descobrir como outras pessoas trabalham e pensam; principalmente sobre design.Essa curta mas longa entrevista me atingiu muito. Ele fala muito sobre como o bom design é muito mais sobre sentir.Será que estamos nos preocupando em como as pessoas vão sentir o que projetamos?A Definição de Bom Design | Naoto FukasawaO que achou dessa edição?Comente ou responda a esse e-mail e vamos conversar :)O dia que descobri que usuários mentem was originally published in UX Collective

Abr 14, 2025 - 11:37
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O dia que descobri que usuários mentem

Quanto antes aprender isso, melhor.

É 1928.
A antropóloga Margaret Mead terminou de escrever seu livro, “Coming of Age in Samoa” (Chegando à Maioridade em Samoa), um estudo sobre a vida de adolescentes locais: como elas atingiram a maioridade, como eram suas estruturas familiares e assim por diante.
O ponto da história de Mead é que ela viveu com as moradoras, perguntou sobre suas vidas e ouviu suas histórias — muitas das quais mais tarde se revelaram terem sido inventadas pelas adolescentes.
Ela aceitou essas histórias como verdadeiras, em vez de observar seu comportamento.
Anos depois, o antropólogo Derek Freeman retornou à vila, onde as adolescentes (agora idosas) do estudo de Mead admitiram inventar histórias apenas por diversão.
— Scott Hurff. Tradução e adaptação de “Designing Products People Love”.

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Esse foi um dos primeiros livros de design que li. Ainda não tinha feito nenhuma entrevista com usuários, mas uma coisa ficou clara:

Usuários mentiriam pra mim.

Não tomei isso como uma ofensa ou algo negativo que pudesse se tornar desconfiança exagerada; era apenas um fato.

Me preocupei em estudar como fazer perguntas melhores, cruzar falas com dados comportamentais e tentar ter mais ciência dos meus vieses e contextos que estava.

Mas de tempos em tempos, a dúvida vem na cabeça: “será que mentiram pra mim?”

Qual foi a maior mentira que um usuário já te contou?

Clicou

Se for ver um link essa semana, veja esse.

Será que a verdadeira força do design estratégico não pode estar na intuição humana, a arte e ousadia? Esse é o questionamento de Al Lucca:
“Para que o design permaneça estratégico, ele precisa resgatar sua essência humana. Intuição, narrativa e talento artístico são o que tornam o design transformador. Sem eles, corremos o risco de transformá-lo em apenas mais uma linha de montagem de entregas sem alma.”
Onde o design encontra (e perde) sua alma

Pra viagem

Leve com você nessa semana.

Já disse aqui: adoro descobrir como outras pessoas trabalham e pensam; principalmente sobre design.
Essa curta mas longa entrevista me atingiu muito. Ele fala muito sobre como o bom design é muito mais sobre sentir.
Será que estamos nos preocupando em como as pessoas vão sentir o que projetamos?
A Definição de Bom Design | Naoto Fukasawa

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Comente ou responda a esse e-mail e vamos conversar :)


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