Na ressaca do clássico: cap.4 – o Rui, as alheiras e os blocos baixos
Não podia avançar para o jogo de hoje, sem fechar o capítulo do clássico. No final do jogo, com a irritação causada pela merda do empate, não quis ver nem flashes nem conferências de imprensa. Vi a press do Rui... Ler mais →

Não podia avançar para o jogo de hoje, sem fechar o capítulo do clássico.
No final do jogo, com a irritação causada pela merda do empate, não quis ver nem flashes nem conferências de imprensa. Vi a press do Rui Borges no dia seguinte, e eis que dei por mim a assistir a uma sequência de perguntas sobre “baixar linhas”, numa espécie de eco de muito do que tinha lido nas redes sociais, logo a seguir ao jogo.
De um momento para o outro, o nosso mister parecia ser o culpado de tudo e mais alguma coisa, com o extra de começar a correr a teoria de que “o gajo é treinador de equipa pequena, assim que se apanha a ganhar vai de recuar linhas”.
Ora, caso não tenham reparado, desde que pegou na equipa, o “alheiras”, como também vai sendo tratado de forma carinhosa, conseguiu que o Sporting somasse tantos pontos quanto o panelas e o framboesas juntos. Ao pormenor, juntemos as seguintes notas:
– temos Pote desaparecido em parte incerta (com jeitinho, nem calça mais esta época)
– Gyokeres à beira de se rebentar todo
– Trincão em constante gestão de esforço
– temos Morita a fazer meditação p conseguir jogar meia hora
– Bragança a meio ritmo, depois de regressar de lesão
– Geny lesionado
– Nuno Santos fora de combate
– temos Quaresma a vir de lesão e Juste vá lá saber-se como
– temos Hjulmand a tentar estar em todo o lado (até quando?)
– temas apenas Fresneda, Maxi, Quenda e Harder com total disponibilidade física
– ah, ficámos sem Simões ainda na primeira parte do clássico
Posto isto, acham mesmo assim tão estranho que a equipa tenha recuado no Dragão? Ou que recue, à medida q vai dando o berro?
Ah, mas é o Rui que manda recuar. Pois, também é o Rui que, de três em três dias, tem que ir à sala de imprensa dar a cara, dizendo que está a gerir o dia a dia, e que, há mês e meio, muitas vezes é no dia do jogo que percebe com quem pode e com quem não pode contar.
Hoje, é mais um jogo desses.
Provavelmente, alguns dos que dizem que até devíamos “abdicar” da Champions porque estamos esticados e quase a rasgar e que o mais importante é o bicampeonato, serão os primeiros a questionar o que vale ou deixa de valer o Rui (o alheiras, para os “amigos”).
Da parte que me toca, só tenho a agradecer ao Rui, chegado após a passagem do comboio fantasma do João Pereira, ter conseguido voltar a unir aquele balneário em torno de um objectivo traçado por quem abandonou o barco.
Da parte que me toca, só tenho a agradecer ao Rui, que que ficou de mãos a abanar na reabertura de mercado quando todos vemos a necessidade de ajustes, estar a conseguir, de três em três dias, juntar cacos para formar uma equipa e, com essas pequenas obras de arte transmontanas, continuar a dar-nos esperança de que pintaremos Portugal de verde e branco outra vez.
Consegui-lo, será algo para contar durante gerações.
As análises aos blocos, mais altos ou mais baixos, eu deixava para quando o Rui, depois de comer umas belas alheiras num churrasco de verão, tiver oportunidade de gerir um plantel pensado por si e sem metade dos jogadores no estaleiro.