Museu de Arte Contemporânea de Lisboa abre em Junho para expor colecção da Câmara

A abertura está marcada para 26 de Junho, no edifício até agora conhecido como Galeria Avenida da Índia. Ao todo, a colecção é composta por cerca de 150 obras de arte contemporânea.

Mai 16, 2025 - 15:52
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Museu de Arte Contemporânea de Lisboa abre em Junho para expor colecção da Câmara
Museu de Arte Contemporânea de Lisboa abre em Junho para expor colecção da Câmara

Desde Outubro de 2024 que a Colecção de Arte Contemporânea da Câmara Municipal de Lisboa tem para onde ir. A Galeria Avenida da Índia, em Belém, passará a expor as obras de arte adquiridas pela Câmara durante os últimos anos. A abertura ao público deste espaço – que deverá passar a chamar-se Museu de Arte Contemporânea de Lisboa – está marcada para 26 de Junho.

"A Câmara Municipal tem vindo a comprar obras da ARCO e essas obras ficam escondidas, ficam em depósito", começa por explicar Carlos Moedas, em conversa com a Time Out. São cerca de 150 peças, resultado de aquisições feitas pela autarquia na ARCOlisboa, feira de arte internacional que acontece desde 2016, mas também no Drawing Room. É um acervo em construção, com uma predilecção por artistas emergentes, nacionais e internacionais. Anualmente, a Câmara dispõe de um orçamento de 150 mil euros para estas aquisições e, com uma nova edição à porta, o júri incumbido da tarefa vai voltar a ir às compras.

Para o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, o espaço vem reforçar a criação de um novo pólo dedicado à arte moderna e contemporânea na zona de Belém, que há dois meses viu nascer um novo museu privado, o MACAM. "Uma das maneiras de regular o turismo é fazer com que a cidade tenha clusters, sítios que não sejam apenas os mais centrais", continua o presidente. Fortalecer o eixo Baixa-Belém no que à oferta cultural diz respeito é uma das premissas de Moedas. Embora o nome ainda não esteja fechado, Museu de Arte Contemporânea de Lisboa é, actualmente, a designação mais provável.

Um pavilhão ali ao lado

O futuro museu fica mesmo ao lado do Pavilhão Julião Sarmento, que inaugura a 4 de Junho. O espaço vai albergar a colecção de arte privada do artista português, composta por cerca de 1500 peças, dos mais renomados artistas nacionais e estrangeiros. Para assinalar a abertura, a entrada será gratuita até ao dia 8 de Junho. Além das exposições temporárias, a programação compromete-se a tocar as áreas do cinema, da literatura, performance, música e moda.

Pavilhão Azul
Pedro Serrazina | SRUPavilhão Azul

"TAKE 1" será a primeira exposição, com curadoria de Isabel Carlos, que é também a directora do Pavilhão. Dividida em dois núcleos temáticas, a exposição irá focar a partilha e a celebração entre artistas – Arte e Vida –, mas também o fascínio do artista pelo "desenho arquitectónico e pela materialidade", como se lê no descritivo – Espaço e Arquitectura. Marina Abramović, Ernesto Neto, Robert Morris, Juan Muñoz, Cristina Iglesias, Rui Chafes, Richard Long, Lawrence Weiner, Ângela Ferreira, John Baldessari, Rita McBride são alguns dos artistas presentes nesta mostra inaugural. Outro dos momentos altos da abertura será o concerto da austríaca Dorit Chrysler. Música e investigadora, é actualmente uma das grandes virtuosas do theremin.

MUDE e memorial: os assuntos pendentes da cultura de Moedas

No eixo cultural idealizado por Carlos Moedas, o Museu do Design é a casa de partida. A reabertura, em Julho do ano passado, reavivou uma conversa antiga e intermitente: a integração do museu na EGEAC, empresa que gere todos os outros museus municipais. "Um museu tem de ter flexibilidade, tem de ter autonomia. E os museus de Lisboa têm maior flexibilidade. Para mim, a decisão tem de ser tomada com base no que dá mais autonomia ao MUDE. Eu acho que essa é de grande probabilidade, mas a decisão não está totalmente tomada", resume Carlos Moedas, que afirma retomar conversações com a directora do museu, Bárbara Coutinho, sobre a integração na rede de gestão municipal.

Mude, reabertura
© Francisco Romão Pereira

Sobre o Memorial às Pessoas Escravizadas, projecto vencedor do Orçamento Participativo de Lisboa em 2017 – e que continua por concretizar – a Câmara Municipal de Lisboa esclarece que, após vários impasses relacionados com a localização, "a decisão está agora do lado da associação DJASS (Associação dos Afrodescendentes), a entidade proponente. A localização agora proposta pelo município é o relvado da Avenida Ribeira das Naus, ao lado da doca seca. A próxima reunião entre a Câmara e a DJASS está agendada ainda para este mês.