Ministério da Previdência dispensa Guilherme Serrano, que foi presidente do INSS na gestão Bolsonaro

Serrano ocupava a função de coordenador-geral de Estudos Estatísticos, Atendimento e Relacionamento Institucional. Ele é citado no inquérito que apura os descontos indevidos de aposentados e pensionistas no INSS, contudo não é investigado. O Ministério da Previdência Social dispensou do cargo nesta quinta-feira (8) o coordenador-geral de Estudos Estatísticos, Atendimento e Relacionamento Institucional, Guilherme Serrano. A decisão foi publicada no "Diário Oficial da União (DOU)". Serrano foi presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, e é citado no inquérito que apura os descontos indevidos de aposentados e pensionistas, contudo não é investigado (leia mais abaixo) (CORREÇÃO: ao publicar esta reportagem, o g1 errou ao informar que Guilherme Serrano era chefe de gabinete do Ministério da Previdência. Na verdade, ele é coordenador-geral de Estudos Estatísticos. A reportagem foi corrigida às 9h40.) INSS anuncia medidas para reembolsar descontos nas aposentadorias Quando houve a troca de governo, o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, alocou Serrano numa espécie de secretaria/assessoria especial. No período em que Guilherme Serrano estava à frente do INSS, foram assinados vários Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) com entidades atualmente investigadas no esquema de fraude. No inquérito da Polícia Federal sobre a fraude no INSS o nome de Serrano aparece em um trecho que fala sobre "potencial conflito de interesses" envolvendo uma associação. O que se sabe sobre a fraude Segundo a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU), as entidades investigadas ofereciam o pagamento de propina a servidores do INSS para obter dados dos beneficiários. Há registros de aposentados que, no mesmo dia, foram filiados a mais de uma entidade. A liberação de descontos "em lote" pelo INSS, sem autorização individual dos beneficiários, também foi identificada como um fator para a "explosão" de fraudes. O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, pediu demissão na última sexta-feira (2). A avaliação do governo é que houve omissão de Lupi. Uma reportagem do Jornal Nacional revelou que o ministro recebeu os primeiros alertas em junho de 2023 e levou quase um ano para agir. Alessandro Stefanutto, que presidia o INSS e foi indicado ao cargo por Lupi, foi demitido após o escândalo ser revelado. Ele foi alvo de uma operação da PF para colher provas da fraude.

Mai 8, 2025 - 16:28
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Ministério da Previdência dispensa Guilherme Serrano, que foi presidente do INSS na gestão Bolsonaro
Serrano ocupava a função de coordenador-geral de Estudos Estatísticos, Atendimento e Relacionamento Institucional. Ele é citado no inquérito que apura os descontos indevidos de aposentados e pensionistas no INSS, contudo não é investigado. O Ministério da Previdência Social dispensou do cargo nesta quinta-feira (8) o coordenador-geral de Estudos Estatísticos, Atendimento e Relacionamento Institucional, Guilherme Serrano. A decisão foi publicada no "Diário Oficial da União (DOU)". Serrano foi presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, e é citado no inquérito que apura os descontos indevidos de aposentados e pensionistas, contudo não é investigado (leia mais abaixo) (CORREÇÃO: ao publicar esta reportagem, o g1 errou ao informar que Guilherme Serrano era chefe de gabinete do Ministério da Previdência. Na verdade, ele é coordenador-geral de Estudos Estatísticos. A reportagem foi corrigida às 9h40.) INSS anuncia medidas para reembolsar descontos nas aposentadorias Quando houve a troca de governo, o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, alocou Serrano numa espécie de secretaria/assessoria especial. No período em que Guilherme Serrano estava à frente do INSS, foram assinados vários Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) com entidades atualmente investigadas no esquema de fraude. No inquérito da Polícia Federal sobre a fraude no INSS o nome de Serrano aparece em um trecho que fala sobre "potencial conflito de interesses" envolvendo uma associação. O que se sabe sobre a fraude Segundo a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU), as entidades investigadas ofereciam o pagamento de propina a servidores do INSS para obter dados dos beneficiários. Há registros de aposentados que, no mesmo dia, foram filiados a mais de uma entidade. A liberação de descontos "em lote" pelo INSS, sem autorização individual dos beneficiários, também foi identificada como um fator para a "explosão" de fraudes. O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, pediu demissão na última sexta-feira (2). A avaliação do governo é que houve omissão de Lupi. Uma reportagem do Jornal Nacional revelou que o ministro recebeu os primeiros alertas em junho de 2023 e levou quase um ano para agir. Alessandro Stefanutto, que presidia o INSS e foi indicado ao cargo por Lupi, foi demitido após o escândalo ser revelado. Ele foi alvo de uma operação da PF para colher provas da fraude.