Mercados recuam com os olhos em Powell. Segue-se reação ao discurso

As principais bolsas europeias registaram descidas inferiores a 1% antes do discurso de Powell. Os investidores aguardavam as palavras do presidente da Fed e vão reagir durante esta quinta-feira.

Mai 8, 2025 - 07:10
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Mercados recuam com os olhos em Powell. Segue-se reação ao discurso

Os mercados europeus registaram descidas entre os principais índices, na sessão de quarta-feira. O foco dos investidores esteve na decisão de política monetária da Fed, com particular incidência no discurso de Jerome Powell, pelos sinais deixados sobre o futuro da inflação e das taxas de juro.

Houve descidas generalizadas, mas pouco acentuadas, o que leva a crer que, mais do que otimistas ou pessimistas, os investidores estavam expectantes sobre aquela decisão.

Nesse sentido, houve descidas de 0,91% em França, 0,57% na Alemanha, 0,53% em Itália, 0,42% no Reino Unido e 0,37% em Espanha, ao passo que o índice agregado Euro Stoxx 50 contraiu 0,59%. O setor farmacêutico esteve entre os mais castigados, de tal modo que a francesa Sanofi registou uma perda de 4,30%, a mais expressiva de entre as 50 maiores cotadas das praças europeias.

Outro setor com perdas agressivas foi o do retalho, no qual a Inditex (dona da Zara, entre outras marcas) caiu 2,85%.

Por cá, a bolsa de Lisboa contrariou o sentimento geral, na medida em que o índice PSI se adiantou 0,19%, ao beneficiar de subidas de 4,56% na Mota-Engil, 1,99% na Altri, 1,77% na Sonae e 0,96% no BCP. Em sentido oposto, a EDP Renováveis tombou 2,83%, ao passo que a NOS recuou 1,50%.

Mercados aguardavam decisão da Fed sobre os juros

As descidas observadas nos índices de referência europeus coincidiram com a expetativa dos mercados relativa à decisão da Fed sobre política monetária. Aquele banco central optou, sem surpresa, por manter as taxas de juro de referência.

A decisão adensa o clima de tensão entre Jerome Powell, presidente da Fed, e Donald Trump, já que o presidente dos Estados Unidos insistiu várias vezes, no passado recente, que baixar os juros no imediato é uma necessidade. De acordo com o próprio, uma redução iria representar um estímulo para a economia norte-americana, mas sem acarretar um disparo na inflação, nem mesmo com as empresas já pressionadas pela guerra de tarifas.