Inspiração modernista e marcenarias em tom nogueira dão ar sofisticado a apê
Fabiano Ravaglia, do FPRstudio, incorporou a coleção de obras de arte dos moradores na decoração, criando um projeto elegante.

Um empresário e seu marido já moravam em ‘Copanema’ com o chihuahua Theo, mas sempre desejaram um imóvel mais amplo, na mesma região. Depois de encontrar o imóvel de 225 m², ele encomendou um projeto ao arquiteto e amigo Fabiano Ravaglia, do FPRstudio: “Mesmo no estado original, com ambientes bem compartimentados, fiquei muito bem impressionado com o apartamento, localizado acima das copas das árvores, com janelas amplas. Notamos que havia tábuas corridas de madeira sob o piso laminado bem deteriorado, que poderiam ser restauradas. Além disso, a planta permitia tornar a cozinha, que já era grande, ainda maior, bastando eliminar os quartos de serviço”, conta Fabiano.
Com a reforma, a área de serviço foi aberta para a cozinha e esta foi integrada à sala íntima com tv, separadas apenas por uma grande bancada de cocção (tipo ‘península’), que também serve de apoio para refeições rápidas e reuniões informais. Além disso, os dois quartos de serviço foram integrados para criar a lavanderia e a despensa.
Já na área íntima, o primeiro quarto foi preservado no original, o segundo quarto foi reduzido e transformado em escritório e o terceiro quarto foi incorporado à suíte do casal, abrindo espaço para um open closet.

Todos banheiros passaram por uma reforma completa, incluindo a remoção dos aquecedores de gás e banheiras, sem mexer nas alvenarias originais.
O conceito do projeto partiu, então, da coleção de arte dos moradores – composta de mais de 100 obras de artistas modernistas e artistas e fotógrafos contemporâneos que transitam na cultura pop (como Marcelo Solá, Terry Richardson, Burle Marx, Otto Stupakoff, Andy Warhol, Barsotti, Ivan Serpa, Djanira, Miguel Rio Branco, Volpi, Nelson Leirner, Di Cavalcanti, Ianelli, Eduardo Sued, Tomie Ohtake, Ângelo Venosa, Jeff Koons, Vik Muniz, Rubens Gerchman, Maritza Caneca, entre outros) – e do desejo do casal de viver em um apartamento com clima de galeria de arte.
O projeto também buscou imprimir nos interiores a atmosfera modernista dos anos 1960, com elementos arquitetônicos de linhas puras e estética minimalista, a exemplo dos banheiros com cerâmicas monocromáticas, a referência ao granilite no piso da cozinha e área de serviço, as marcenarias em madeira mais escura com partes em muxarabi, as paredes brancas e o piso de madeira em tábua corrida.
“Atualizamos o conceito modernista, acrescentando mais texturas aos materiais, especialmente tecidos, cerâmicas, pedras e madeiras, para trazer acolhimento e aconchego”, diz o arquiteto.

O hall de entrada foi projetado para impactar logo na chegada, com paredes e portas revestidas com painéis de marcenaria em MDF no padrão nogueira, piso de tacos aproveitados dos antigos quartos de serviço (que foram eliminados na obra) e teto coberto com Tensoflex, que distribui a luz igualmente, de forma suave.
Para acompanhar a madeira mais escura presente no piso de tábua corrida da área social e no taco na área íntima, o arquiteto elegeu o MDF no padrão nogueira para as marcenarias da sala e dos quartos. Como os moradores sonhavam em ter uma cozinha preta e minimalista, o espaço ganhou bancadas em granito preto escovado, armários em MDF no padrão madeira ebanizada e piso de porcelanato em tons de cinza, que lembra granilite. Com exceção da parede da sala íntima com tv, revestida com painel de MDF amadeirado que mimetizada a porta de acesso aos quartos, todas as paredes foram pintadas de branco para destacar as obras de arte.
“No lavabo, o piso e a bancada são de granito preto, os metais tem acabamento all black e as paredes e o teto foram pintados de cinza escuro para seguir a estética da cozinha, já que são cômodos vizinhos”, explica o arquiteto.