Menu à moda da casa: grifes que levaram suas marcas à gastronomia

Como maisons, como Armani e Louis Vuitton, construíram um lifestyle completo e transformaram seus códigos em restaurantes e cafés espalhados pelo mundo

Mai 17, 2025 - 01:02
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Menu à moda da casa: grifes que levaram suas marcas à gastronomia

Como seria se o vestido de seda de Giorgio Armani fosse traduzido num sabor? A pergunta exige um exercício de imaginação que vai além do óbvio — mas, antes mesmo que pensássemos muito, o estilista italiano já havia entregue sua visão ao abrir o primeiro Emporio Armani Caffè, em Paris, em 1998.

Curiosamente, a dedicação do mestre da elegância em adaptar suas referências e expandir seu universo para além das passarelas funciona como um complemento natural às peças que apresenta nas coleções. Não à toa, sua visão pioneira rendeu outros negócios que hoje fazem parte do cotidiano do público que conquistou.

Do final dos anos 1990 até então, são oito endereços de seu café, espalhados por Milão, Bolonha, Paris, Dubai, Osaka, Munique, Cairo e Doha, além de restaurantes e outros estabelecimentos. A assinatura carrega os elementos típicos da grife, incluindo o amor pela culinária saudável e descomplicada, ingredientes frescos e uma atmosfera que respira sofisticação.

Nessa busca por criar diálogos contínuos na vida dos seus consumidores, a tendência gastronômica (se assim podemos chamá-la) tornou-se uma realidade entre marcas de luxo. Quando a Louis Vuitton inaugurou sua butique na Via Montenapoleone, em Milão, instalou no interior seu café e restaurante, o DaV by Da Vittorio Louis Vuitton.

Grifes levaram a moda para a gastronomia
Os chefs Enrico e Roberto Cerea, que assinam o cardápio do Dav by Vittorio, da Louis VuittonMontagem: Luana Alves | Fotos: Divulgação/CLAUDIA

A ideia é conectar a essência da maison francesa com a cultura local. No cardápio do café, há uma combinação de influências, com criações sob medida elaboradas a partir de ingredientes sazonais selecionados.

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Pense em sanduíches, em uma interpretação tipicamente italiana, com três tipos de tomate (confitado, seco e fresco), além de mussarela e pesto, servidos em fatias de pão tostado e fechadas como uma concha. Há ainda gaufrette de king crab, carpaccio, além de um clássico milanês: ossobuco com risoto de açafrão, considerado pedida obrigatória. E, claro, as porcelanas seguem elegantemente os códigos da marca, salpicadas com o inconfundível monograma Louis Vuitton.

Do outro lado do globo, a Prada explorou sua excentricidade chique em Xangai. Conhecida pela obsessão por cinema, já mostrada no décor assinado por Wes Anderson para o Bar Luce, em Milão, a marca desta vez convocou o cineasta Wong Kar Wai para criar seu novo café.

O resultado? Uma intersecção delicada entre as culturas italiana e chinesa, onde o requinte e o charme de filmes como Amor À Flor da Pele são perceptíveis. O cardápio entrelaça ingredientes, sabores e técnicas em uma verdadeira expressão de diálogo cultural. Do jeito que a Sra. Prada gosta.

Além dos endereços fixos, algumas etiquetas apostam em experiências temporárias, mas não menos elaboradas. No formato pop-up, a Tiffany abriu as portas de seu Blue Box Café no Shopping Iguatemi, em São Paulo, para um momento Breakfast at Tiffany’s, em março deste ano.

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Inspirado no clássico imortalizado por Audrey Hepburn, o café oferecia menus com croissants amanteigados. A Fendi, por sua vez, escolheu o La Plaza, no espanhol Puente Romano Beach Resort, para criar receitas finalizadas com o seu emblemático Double F.

Já a Aquazzura leva sua feminilidade vibrante para um bar dentro do Hotel de Russie, em Roma. “Sempre sonhei em transportar o universo Aquazzura para um espaço de hospitalidade”, comentou Edgardo Osorio, fundador da grife. O lifestyle da marca foi traduzido em margaritas e tapas refinadas, assinadas pelo chef Fulvio Pierangelini, e, claro, servidas na coleção lúdica de porcelanas Aquazzura Casa.

E se o padrão Cannage, ícone da Dior, fosse reinterpretado em uma receita? Nas mãos do chef Jean Imbert, ele se tornou bolo: frangipane de avelã e amêndoa, envolto em massa folhada, coroada pelas linhas gráficas da maison, adaptadas há décadas em bolsas como a Lady Dior. O sabor é irresistivelmente crocante. Eis uma forma admirável — e deliciosa — de transcender as passarelas.

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