MCTI não está nas prioridades de Lula

A ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos (PCdoB), está a 102 dias sem ter uma conversa privada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Com isso, Santos fica com o pessoal da lanterninha no campeonato da popularidade em Brasília, junto com outros sete ministros que não foram recebidos por Lula nos últimos 100 dias.

Quem levantou os números (uma tarefa chata, visto que o governo tem 38 ministros) foi o site Poder360.

O motivo são os rumores de reforma ministerial e as reclamações nos bastidores de chefes de órgãos do 1º escalão sobre a falta de acessibilidade de Lula.

As críticas a um isolamento do petista não são novas, com uma ala de políticos culpando a primeira-dama Janja da Silva pelo fato. 

O Poder360 contabilizou as reuniões registradas na agenda oficial em que até 5 pessoas estiveram presentes, contando com Lula. Também não foram contabilizadas reuniões ministeriais. Os dados incluem encontros de 1º de janeiro de 2023 a 7 de março de 2025. 

Olhando a tabela como um todo, Santos não chega a estar no grupo dos realmente desprestigiados. 

A ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, por exemplo, nunca foi recebida por Lula para uma reunião privada. General Amaro (Gabinete de Segurança Institucional) é o recordista, com um hiato de 322 dias sem ver o petista em audiência privada, segundo a agenda oficial. 

Em seguida, Margareth Menezes (sem partido, Cultura) não se reúne com o presidente há 186 dias, desde 2 de setembro de 2024. Celso Sabino (União Brasil, Turismo) está há 170 dias sem reunião, enquanto André Fufuca (PP, Esporte) e Cida Gonçalves (PT, Mulheres) não encontram Lula há 155 e 149 dias, respectivamente. Sônia Guajajara (PSOL, Povos Indígenas) e André de Paula (PSD, Pesca) estão há 143 dias sem reunião.

Com 102 dias, Santos está mais na zona intermediária, perto de Márcio França (PSB, Empreendedorismo) que não se reúne com o presidente Lula há 95 dias e. Carlos Lupi (PDT, Previdência Social), com 93 dias. 

Todos estão muito longe do topo: Paulo Teixeira (PT, Desenvolvimento Agrário), Carlos Fávaro (PSD, Agricultura), Geraldo Alckmin (PSB, Desenvolvimento e Indústria) e Sidônio Palmeira (sem partido, Secom), Fernando Haddad (PT, Fazenda) e Mauro Vieira (sem partido, Relações Exteriores) tiveram todos reuniões há menos de nove dias ou menos.