Ministério do Esporte propõe suspensão de verba para clubes e federações que não combatam o racismo

Clubes, federações e confederações esportivas que não adotarem medidas efetivas contra o racismo podem perder acesso a recursos federais por meio da Lei Geral do Esporte. O Ministério do Esporte encaminhou um pedido à Casa Civil propondo essa alteração, com o objetivo de reforçar o combate à discriminação racial no esporte brasileiro.

O ministro do Esporte, André Fufuca, destacou a necessidade de endurecer as medidas contra o racismo, explicando que o ministério propõe condicionar o repasse de verbas federais à implementação de ações concretas para prevenir e punir casos de discriminação dentro das competições.

Segundo a proposta enviada à Casa Civil, clubes e entidades que não apresentarem iniciativas contra o racismo podem ter seus financiamentos suspensos. A ideia é que os recursos sejam liberados apenas para aqueles que demonstrem compromisso real com a erradicação da discriminação racial no esporte.

O pedido do Ministério ocorreu após o atacante Luighi, do Palmeiras, sofrer ofensas racistas durante partida contra o Cerro Porteño pela Libertadores Sub-20. A Conmebol penalizou a equipe paraguaia com multa de US$ 50 mil (cerca de R$ 288 mil) e a obrigação de atuar sem público na competição. O Palmeiras e a CBF classificaram a punição como branda e defenderam medidas mais severas, com o time brasileiro ameaçando levar a questão até a FIFA.

O Ministério do Esporte também se pronunciou sobre o caso, exigindo investigação da Conmebol. Para a pasta, o problema não se limita ao futebol sul-americano, mas também está presente no Brasil. Por isso, a nova medida busca ampliar as ferramentas de combate ao racismo dentro do país.

“Essa é uma medida dura, firme, mas que ajuda muito no combate ao racismo. Até porque é um absurdo o que a gente vê hoje. O caso do Luighi é um caso absurdo, mas igual a esse tem vários casos que acontecem todos os dias e a gente não vê ação de quem pode fazer algo. Então pensando nisso, a gente entrou com essa solicitação de mudança (repasse de recursos federais suspensos para quem não apoiar a causa) porque eu acredito que é um passo importante no combate a uma prática que já deveria ter sido abolida há muito tempo. E infelizmente ainda há pessoas, em pleno ano de 2025, que têm isso como natural”, disse o ministro do Esporte, André Fufuca, durante evento em Vitória, onde participou da inauguração de instalações esportivas.

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