Maxyield valida entrada do Novobanco em bolsa e sugere que a TAP faça o mesmo

O presidente do Clube dos Pequenos Acionistas diz ao JE que uma IPO do Novo Banco é "desejável" e que a própria TAP poderia abrir capital ao público, algo que "não é incompatível com o processo de negociação com um parceiro estratégico".

Mar 13, 2025 - 09:38
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Maxyield valida entrada do Novobanco em bolsa e sugere que a TAP faça o mesmo

Carlos Rodrigues, presidente da Maxyield (Clube dos Pequenos Acionistas) diz que seria importante que a bolsa de valores de Lisboa tivesse um maior grau de liquidez. Para tal, vê com bons olhos a possível entrada do Novobanco e faz até referência à importância de TAP tomar a mesma decisão.

Em declarações ao Jornal Económico, o responsável salienta que “é desejável que o Novobanco possa vir para o mercado através de IPO [Oferta Pública Inicial]” e que tal deveria acontecer com a disponibilização de “uma tranche específica para pequenos investidores nacionais”.

O mesmo sugere também que a própria TAP, que está em processo de privatização, entre no mercado bolsista nacional, na medida em que não apenas seria benéfico para o mercado, como também porque “não é incompatível com o processo de negociação com um parceiro estratégico”, garante.

O próprio sublinha a importância de oferecer às famílias portuguesas “melhores condições, formas mais atrativas de aplicação das poupanças, designadamente garantindo remunerações adequadas e sustentáveis”, uma intenção que define como “a missão” da Maxyield. Nesse sentido, aponta para uma tendência de queda expressiva na capitalização do índice de referência da bolsa de Lisboa, com a qual mostra preocupação.

A capitalização do PSI caiu no último ano civil, dos 30% do PIB registados a 31 de dezembro de 2023 para 23,5% um ano mais tarde. Ao mesmo tempo, registam-se “valores muito superiores na Europa Ocidental”, refere.

Noutra vertente, a carga fiscal sobre o setor em Portugal é um fator “penalizador”, na medida em que é mais alta do que na maioria dos principais mercados europeus.

Na Assembleia da República, a Maxyield apresentou 115 orientações que gostaria de ver serem seguidas. Em vista está a “necessidade de um novo modelo para o mercado de capitais em Portugal”

O próprio esteve presente na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública e respondeu aos deputados dos vários partidos com assento parlamento, tendo descrito as medidas apresentadas.

Estas enquadram-se em quatro eixos estratégicos: oferta de valores mobiliários (sem a qual o mercado não funciona, procura de valores mobiliários (ligada à aplicação de poupanças das famílias), proteção dos pequenos investidores e, por fim, a regulação e supervisão do mercado.

Entre outras medidas, sugere que as Assembleias Gerais da empresas cotadas na bolsa passem a ser transmitidas também em formato digital, de forma a facilitar o acesso dos pequenos acionistas, ao mesmo tempo que apela à CMVM para a criação de um espaço para certificação para atividades ligadas à literacia financeira.