Marfrig Vai Incorporar BRF e Formar a MBRF, com Receita de R$ 152 Bi
Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo. Juntas, Marfrig, focada em carne bovina, e a BRF, com foco em carnes de aves e suínos, poderão acirrar a concorrência com a gigante JBS O post Marfrig Vai Incorporar BRF e Formar a MBRF, com Receita de R$ 152 Bi apareceu primeiro em Forbes Brasil.

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
As ações da Marfrig e da BRF iniciaram o pregão desta sexta-feira (16) com uma alta de quase 17% devido à confirmação, na noite de quinta-feira (15), da fusão entre as duas empresas. Se a transação for aprovada pelos acionistas, a nova companhia será denominada MBRF Global Foods Company. As assembleias estão previstas para o dia 18 de junho.
Somadas, BRF e Marfrig faturaram R$ 210,1 bilhões em 2024 e tinham um valor de mercado conjunto de R$ 50,6 bilhões na quinta-feira (15). Segundo dados das companhias, elas estão presentes em cerca de 100 países, com forte presença em mercados estratégicos como Estados Unidos (onde as margens são mais elevadas) e Oriente Médio, que é um importador líquido de alimentos. Não por acaso, a operação foi facilitada pela presença do fundo soberano saudita Salic, que é o segundo maior acionista da BRF. Entre as marcas da nova empresa estão Sadia, Perdigão e Bassi, cuja produção é estimada em 8 milhões de toneladas de produtos anualmente.
A incorporação será total, com uma relação de troca prevista de 0,8521 ação da Marfrig para cada ação da BRF na data de fechamento da fusão, considerando uma “distribuição máxima” de proventos pelas companhias. No caso da Marfrig o valor é de R$ 2,5 bilhões e da BRF, de R$ 3,5 bilhões, segundo uma nota conjunta.
MBRF
A MBRF será uma companhia global do setor de carnes e alimentos processados com receita de R$ 152 bilhões consolidada em 12 meses. Juntas, Marfrig, focada em carne bovina –com parte de suas operações nos Estados Unidos e no Brasil –, e a BRF, com foco em carnes de aves e suínos, poderão acirrar a concorrência com a gigante JBS, que conta com uma atuação global e também vende as três importantes proteínas, assim como alimentos processados.
Com a fusão, as empresas projetam sinergias de R$ 805 milhões por ano, sendo entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões previstos para os primeiros 12 meses, enquanto o restante previsto para o médio e longo prazos. “A fusão entre a Marfrig e a BRF é um movimento necessário para que possamos avançar com capturas de sinergias estratégicas e continuar crescendo nossos negócios em todo o mundo”, afirmou o controlador e presidente dos conselhos de administração de Marfrig e BRF, Marcos Molina, em nota.
A Marfrig já possui 50,49% de participação na BRF. A primeira aquisição de uma fatia na BRF pela companhia de Molina ocorreu em maio de 2021, quando a empresa declarou que seria um investidor passivo. “Hoje, com a MBRF, começamos um novo capítulo da nossa história e estamos pavimentando um futuro promissor”, acrescentou o presidente da Marfrid, destacando que a nova empresa manterá disciplina financeira e foco em produtos de valor agregado.
Conforme comunicado conjunto, a nova empresa tem 38% do volume de vendas proveniente de produtos processados, com “alto valor agregado”. O movimento deve fortalecer a presença global da nova empresa, que terá posição de liderança nos diversos mercados onde as companhias atuam, afirmaram as empresas.
Redução de custos e tributos
Com a fusão, estima-se que haverá redução de despesas na ordem de R$ 320 milhões anuais, já que o processo prevê a unificação das estruturas comercial e logística, a consolidação de um sistema operacional único e a otimização da estrutura corporativa.
A operação é também uma oportunidade na América do Norte, que considera a possibilidade de redomiciliação. “Isso traz vantagens significativas, como alta liquidez no mercado americano, acesso a custos de capital mais atrativos e uma potencial reavaliação dos múltiplos das empresas”, disseram as companhias.
Além disso, a MBRF também poderá se beneficiar de “otimização fiscal”, como a aceleração da monetização de créditos tributários nas esferas federal e estadual. “Com base em nossas estimativas atuais, essa frente deve gerar R$ 3 bilhões a valor presente”, destacaram Marfrig e BRF.
Com a conclusão da incorporação de ações, a Marfrig informou que a BRF vai se tornar uma subsidiária integral da companhia, conforme fato relevante ao mercado. Como parte da negociação, a operação prevê que os acionistas da BRF e da Marfrig sejam beneficiados com um “expressivo pagamento de proventos”.
As empresas também anunciaram a convocação de assembleia geral extraordinária de acionistas da Marfrig e da BRF para o dia 18 de junho, para deliberar sobre a incorporação das ações.
Resultados
A transação foi anunciada praticamente junto com a divulgação dos resultados trimestrais das duas empresas.
A BRF registrou lucro líquido de R$ 1,2 bilhão no período, o dobro registro nos primeiros três meses do ano passado, enquanto a Marfrig divulgou lucro líquido atribuído ao controlador de R$ 88 milhões, crescimento de 40,3% na comparação ano a ano.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização ajustado da BRF cresceu 30%, alcançando R$ 2,8 bilhões, versus R$ 3,2 bilhões da Marfrig, avanço de 20,8% em base anual.
A alavancagem da BRF atingiu seu menor patamar histórico no primeiro trimestre (0,54 vezes), enquanto a Marfrig teve nível mais alto, de 2,69 vezes, com uma dívida líquida consolidada de R$ 38,1 bilhões.
Já a BRF fechou o primeiro trimestre com dívida líquida de R$ 5,98 bilhões.
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