Mãe em luto de jovem de 28 anos que morreu de infarto alerta sobre risco de bebida comum após morte da filha

Em agosto de 2021, a vida de Lori Barranon mudou para sempre. Sua filha, Katie Donnell, de 28 anos, morreu após sofrer um infarto enquanto saía com amigos. O caso chocou familiares e conhecidos, já que Katie era considerada o “exemplo de saúde”: praticava exercícios religiosamente, seguia uma dieta balanceada com alimentos orgânicos e não tinha histórico de problemas cardíacos. A mãe, porém, acredita que um hábito comum entre jovens foi decisivo para a tragédia: o consumo excessivo de bebidas energéticas e suplementos pré-treino.

Katie era uma entusiasta do fitness. Acordava às 5h para fazer cardio, ia à academia regularmente e mantinha uma rotina intensa. Para sustentar esse ritmo, ela recorria a produtos com altas doses de cafeína. Lori conta que só descobriu a quantidade consumida pela filha após sua morte.

“Ela começava o dia com um pré-treino para ‘acordar’, mesmo antes do trabalho. Seu namorado disse que ela comprava pacotes com quatro latas a cada dois ou três dias. Além disso, bebia muito café”, relata a mãe. Amigas de Katie também confirmaram que ela raramente era vista sem uma lata de energético na mão. No carro da jovem, Lori encontrou várias latas vazias – pelo menos três ou quatro.

A mãe falou sobre a angústia de ter que desligar os aparelhos de suporte à vida de sua filha (Kennedy News and Media).

Apesar do estilo de vida aparentemente saudável, Katie sofreu uma parada cardíaca fulminante. Socorrida às pressas, passou dez dias ligada a aparelhos até que a família optou por desligar os suportes vitais. Lori, que vive na Flórida, EUA, decidiu alertar outros pais sobre os riscos que enxerga nas bebidas energéticas. “Com 28 anos, você não vê pessoas morrendo de infarto. Os médicos disseram que veem isso acontecer muito com quem consome pré-treino ou energéticos, mas não atribuíram a causa da morte a isso. Eu tenho certeza de que foi o problema”, afirma.

O que dizem os especialistas?

De acordo com o portal Healthline, o consumo excessivo de bebidas energéticas está associado a problemas cardiovasculares, como pressão alta, arritmias e, em casos extremos, infartos. A cafeína em altas doses pode sobrecarregar o coração, especialmente em pessoas predispostas a condições não diagnosticadas. No entanto, especialistas ressaltam que ainda não há evidências científicas suficientes para comprovar uma relação direta de causa e efeito entre esses produtos e mortes cardíacas.

Órgãos como o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) consideram seguro um consumo diário de até 400 mg de cafeína – o equivalente a cerca de quatro xícaras de café. O problema é que algumas bebidas energéticas ultrapassam essa marca: uma única lata pode conter mais de 500 mg, sem contar outros estimulantes como taurina e guaraná. Em excesso, a combinação pode levar à toxicidade por cafeína, com sintomas como taquicardia, convulsões e até colapso do sistema nervoso.

Lori disse que sua filha era “apaixonada por fitness” e estava em perfeita saúde (Kennedy News and Media).

Um alerta para jovens e pais

Lori transformou a dor em um apelo público. “Peço que orientem seus filhos e observem o que eles estão consumindo. Acho que essas bebidas deveriam ser proibidas”, diz. Ela destaca que muitos jovens, como Katie, usam energéticos para manter a disposição na rotina agitada ou nos treinos, sem perceber os riscos. A história serve como um exemplo extremo, mas real, de como hábitos aparentemente inofensivos podem esconder perigos.

Enquanto a discussão sobre regulamentação continua, médicos recomendam moderação. Para quem pratica exercícios, hidratação com água ou isotônicos sem cafeína costuma ser suficiente. Já pais e responsáveis são incentivados a dialogar sobre os componentes desses produtos e a observar possíveis exageros. A tragédia de Katie Donnell mostra que, mesmo em corações jovens e fortes, os limites do corpo nem sempre são visíveis – e a prevenção pode ser a chave.

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