Lula erra e diz que só em seu governo PIB cresceu mais de 3%

Em 2021, o PIB brasileiro cresceu 4,8% sob a administração do então presidente Jair Bolsonaro (PL)

Mar 8, 2025 - 00:43
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Lula erra e diz que só em seu governo PIB cresceu mais de 3%

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) errou nesta 6ª feira (7.mar.2025) ao dizer, em um evento sobre reforma agrária em Minas Gerais, que só sob seus governos o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil cresceu mais de 3% ao ano. Em 2021, sob Jair Bolsonaro (PL), o PIB teve crescimento de 4,8%. No ano seguinte, 2022, teve crescimento de 3%.

“Você sabe quantas vezes a economia brasileira, depois de 2010, cresceu acima de 3%? Ela só cresceu acima de 3%…a última vez que cresceu foi no meu governo em 2010, que a economia cresceu 7,5%. De lá para cá, ela nunca mais cresceu acima de 3%”, declarou Lula.

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De 2011 até 2022, período a que se referiu o presidente, foram 4 vezes que o PIB cresceu ao menos 3%:

O presidente, assim como a maioria do comando do PT, evita falar o que aconteceu durante os últimos anos de Dilma Rousseff no Planalto. Sem pandemia e sem nenhuma guerra de proporções relevantes no mundo, o PIB caiu 3,5% em 2015 e 3,3% em 2016, ano em que a ex-presidente sofreu um impeachment e foi substituída por Michel Temer (MDB).

Depois desse período, o país só voltou a registrar retração da economia em 2020, com a pandemia de covid-19, no 2º ano de mandato de Bolsonaro.

Lula errou também ao dizer que foi só ele voltar ao governo para que o PIB voltasse a crescer acima de 3%. Ao invés de falar PIB, o petista falou “inflação”. Esta, por sua vez, também está elevada, o que pressiona os juros. O governo corre para tentar conter os preços principalmente dos alimentos.

“Pois foi o Lulinha voltar, que a inflação [sic] já cresceu 3,4% e 3,5%. E agora vai crescer 3,4% outra vez”, afirmou.

Assista (1m12s):

O governo anunciou, inclusive, na 5ª feira (6.mar), medidas para conter a inflação e baixar o preço dos alimentos. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB), informou que 9 produtos terão isenção da alíquota do imposto de importação.

Como mostrou o Poder360, entretanto, a isenção terá impacto limitado para frear a inflação e conter o aumento dos preços. Os produtos que terão a alíquota zerada pelo governo representam só 1% do que o Brasil importou em 2024.

O PIB do país cresceu 3,4% em 2024 na comparação com o ano anterior. Em valores correntes, a economia brasileira movimentou R$ 11,7 trilhões no período.

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou os dados nesta 6ª feira (7.mar). Eis as íntegras do relatório (PDF – 2 MB) e da apresentação (PDF – 2 MB).

O Produto Interno Bruto é a soma de tudo o que o país produziu em determinado período. É um dos indicadores mais importantes do desempenho de uma economia. Se cresceu, a dinâmica está aquecida.

O resultado veio alinhado com as projeções dos agentes financeiros. Esperava-se um aumento próximo a 3,5%, segundo as projeções colhidas pelo Poder360.

A agropecuária havia impulsionado o crescimento do PIB de 2023. No entanto, houve uma queda de 3,2% no setor no ano seguinte. 

Os setores que se destacaram positivamente foram a indústria (3,3%) e os serviços (3,7%).

Reforma agrária

O presidente discursou enquanto participava do evento em Campo do Meio (MG) para entregar terras do programa Terra da Gente. Foram entregues 12.297 lotes para famílias acampadas em 138 assentamentos rurais, totalizando 385 mil hectares (ha) espalhados em 24 Estados do país.

Durante o evento, o petista assinou 7 decretos para fins de reforma agrária, somando 13.307 hectares e R$ 189 milhões em investimentos. Segundo o governo, o potencial é de atender cerca de 800 famílias. Os decretos são sobre 3 imóveis no Complexo Ariadnópolis: as fazendas Ariadnópolis (3.182 ha), Mata Caxambu (248 ha) e Potreiro (204 ha).