Lucro líquido da Tesla, principal empresa de Elon Musk, cai 71% em 2025

Lucros da Tesla despencam, afetados por reação negativa ao papel político de Elon Musk. O lucro líquido da Tesla caiu 71% no primeiro trimestre, em meio a dificuldades para enfrentar a concorrência internacional e os impactos na reputação da marca devido ao papel polêmico do CEO Elon Musk na administração Trump. Musk afirmou que, a […] O post Lucro líquido da Tesla, principal empresa de Elon Musk, cai 71% em 2025 apareceu primeiro em O Cafezinho.

Abr 23, 2025 - 17:56
 0
Lucro líquido da Tesla, principal empresa de Elon Musk, cai 71% em 2025

Lucros da Tesla despencam, afetados por reação negativa ao papel político de Elon Musk.

O lucro líquido da Tesla caiu 71% no primeiro trimestre, em meio a dificuldades para enfrentar a concorrência internacional e os impactos na reputação da marca devido ao papel polêmico do CEO Elon Musk na administração Trump.

Musk afirmou que, a partir de maio, dedicará bem menos tempo ao trabalho de corte de custos no Departamento de Eficiência Governamental, mas manteve um tom desafiador diante das críticas. “Acredito que o certo é combater o desperdício e a fraude, e tentar colocar o país de volta nos trilhos”, disse Musk em uma ligação com analistas após a divulgação do balanço trimestral na terça-feira.

A fabricante de veículos elétricos também reportou lucro ajustado por ação de 27 centavos, abaixo da expectativa dos analistas, que era de 41 centavos.

A Tesla afirmou que mudanças nas políticas comerciais, agravadas pelas tarifas da administração Trump, estão pressionando as cadeias de suprimentos e aumentando os custos da empresa. A companhia importa parte de suas células de bateria da China, mas está buscando alternativas nos Estados Unidos.

A disputa comercial e o “sentimento político em mudança” podem reduzir a demanda por seus veículos, segundo a Tesla, que pode rever sua projeção de vendas para o ano. A empresa havia previsto crescimento nas vendas de carros em 2025, após uma queda incomum em 2024.

Durante a ligação de terça-feira, Musk suspirou profundamente antes de abordar a guerra comercial do governo Trump. Ele disse que defende tarifas mais baixas e continuará advogando por isso. “Quero enfatizar que a decisão sobre tarifas cabe inteiramente ao presidente dos Estados Unidos. Se ele vai ouvir meu conselho, cabe a ele”, afirmou.

As ações da Tesla subiram mais de 3% no pregão após o fechamento na terça, após avançarem 4,6% antes da divulgação do relatório. Analistas atribuíram o otimismo à reafirmação da Tesla sobre os planos de lançar modelos mais acessíveis ainda este ano.

A receita global da Tesla caiu no trimestre, com destaque para uma queda acentuada nas vendas automotivas, incluindo retrações de dois dígitos em mercados importantes como Estados Unidos, China e Alemanha.

A retração nas vendas e os preços mais baixos, impulsionados por promoções generosas, prejudicaram a receita e o lucro. A empresa também mencionou semanas de paralisação em suas quatro fábricas para preparar o lançamento do novo Model Y, seu carro-chefe.

Investimentos maiores em inteligência artificial também impactaram negativamente o lucro. Musk já declarou que os carros autônomos e outras inovações em IA são centrais para o crescimento da Tesla.

Mesmo antes da entrada de Musk na política partidária afetar a imagem da marca, a Tesla já enfrentava uma demanda mais lenta por seus veículos. A empresa sempre apostou em negócios não automotivos como forma de expandir além dos carros.

As quedas acentuadas nas vendas e nos lucros ocultaram um ponto positivo nos negócios de armazenamento de energia e assinaturas de software da Tesla, que registraram crescimento de dois dígitos no trimestre.

O próximo passo da Tesla é o lançamento de sua frota de robotáxis, que Musk comparou a uma fusão de Uber com Airbnb. A empresa disse estar no caminho certo para lançar o primeiro serviço de táxi autônomo em Austin, Texas, em junho.

Mesmo assim, a Tesla reportou receita de US$ 19,3 bilhões no trimestre, uma queda de 9% em relação ao ano anterior. A receita do setor automotivo caiu 20%. Já o setor de energia cresceu 67%.

A empresa também arrecadou US$ 595 milhões com créditos de carbono vendidos a outras montadoras, um aumento significativo em relação ao ano anterior.

A margem operacional no trimestre foi de 2,1%, ante 5,5% no mesmo período do ano passado.

As entregas globais de veículos caíram 13% no trimestre, em parte devido à reação negativa dos consumidores ao papel de Musk como responsável pelos cortes de gastos no governo Trump. A Tesla enfrentou protestos nos EUA e na Europa, e algumas lojas e estações de recarga foram vandalizadas ou incendiadas.

Alguns analistas afirmam que consumidores adiaram compras aguardando o lançamento da nova versão do Model Y.

A Tesla também enfrenta tarifas de 25% sobre importações de automóveis. Embora fabrique os veículos vendidos nos EUA em fábricas no Texas e na Califórnia, a empresa depende de países vizinhos para componentes, como o México, que fornece mais de 20% das peças, segundo dados federais.

Estudos de consultorias mostram quedas significativas nas vendas em mercados importantes, como Califórnia e China. A Tesla não divulga dados de entrega por modelo ou região.

Na Califórnia, maior mercado de veículos elétricos dos EUA, a participação da Tesla caiu para 44% das novas matrículas de veículos zero emissão no primeiro trimestre, ante 56% um ano antes, segundo a associação de concessionárias locais.

Na China, os embarques caíram cerca de 22%, enquanto as entregas na Alemanha despencaram 62%, de acordo com associações do setor.

Para estimular vendas, a Tesla lançou em abril uma versão mais barata da Cybertruck, a US$ 69.990, com recursos econômicos como bancos de tecido. A empresa também está desenvolvendo uma versão mais acessível do Model Y.


Autor: Sean McLain
Data de publicação: 22 de abril de 2025
Fonte: The Wall Street Journal

O post Lucro líquido da Tesla, principal empresa de Elon Musk, cai 71% em 2025 apareceu primeiro em O Cafezinho.