KINGS LEAGUE: O novo código do futebol 3.0

Como a Kings League está redesenhando o futebol com creators, dados e cultura digital O post KINGS LEAGUE: O novo código do futebol 3.0 apareceu primeiro em MKT Esportivo.

Mar 28, 2025 - 12:31
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KINGS LEAGUE: O novo código do futebol 3.0

Você provavelmente já esbarrou com alguma notícia dela por aí. Pode ter sido pelo Neymar, pelo Kaká ou até mesmo por mega influenciadores como o Gaules. Talvez tenha assistido a um vídeo curto solto, uma jogada épica ou só viu alguém comentando sobre o assunto, sem entender muito bem o que está acontecendo. Mas por trás disso tudo existe uma aula de marketing escondida, e é sobre isso que eu quero falar com você hoje, nesta coluna.

Vamos descobrir os detalhes? 

O futebol do futuro já começou, e ele não se resume mais à bola rolando.

Nos últimos anos, o futebol deixou de competir com outros esportes. O jogo agora é contra os algoritmos, as plataformas e os criadores de conteúdo. O principal rival já não é o vôlei, o basquete ou o tênis. É o TikTok, o Twitch, o Fortnite, a Netflix, o YouTube.

Nesse novo contexto, a atenção virou o ativo mais valioso do esporte. E quem não domina esse jogo está ficando para trás.

A Kings League, criada por Gerard Piqué, não apenas inovou. Ela hackeou a lógica da indústria esportiva com um modelo que une:

  • Entretenimento (Atenção)
  • Tecnologia  (Inovação)
  • Creators (Canal distribuição)
  • Comunidade (Engajamento)

Mais que uma liga, a Kings League é uma startup de conteúdo com mecânica de futebol.

A Kings League não é um produto, é uma tese

Enquanto a maioria dos clubes e federações ainda discute transmissão em streaming como uma “alternativa”, a Kings League nasceu digital.

Ela não está preocupada com “tradição”, está focada em:

  • Retention rate (taxa de retenção)
  • View-through rate (taxa de visualização até o fim)
  • Engajamento em tempo real
  • Clipping orgânico de highlights (momentos destacados que viralizam)
  • Potencial de comunidade nos mega canais de transmissão dos Presidentes
  • Estratégia de Influência Digital 360º ( explico isso mais abaixo)

Em vez de um jogo de futebol com marketing ao redor, ela criou um produto de mídia com futebol no centro.

A soma desses pilares geram um engajamento em torno das comunidades nos canais dos presidentes de cada equipe (mega-influenciadores). Em vez de um jogo de futebol com marketing ao redor, ela criou um produto de mídia com futebol no centro.

Os ingredientes da liga:

  • Formato otimizado para atenção: 40 minutos com decisões imediatas
  • Gamificação radical: cartas surpresas, sorteios em tempo real, jogadas imprevisíveis
  • Ciclo narrativo curto: temporadas com até 11 rodadas + playoffs e mundial
  • Calendário estratégico: todos os jogos num só dia, como um “Domingão do Faustão do futebol”
  • Presidência por creators (criadores de conteúdo): cada clube tem um influenciador com audiência própria


O resultado:
os jogos são entretenimento, os cortes são conteúdo, e os criadores de todos os tamanhos possíveis, desde os que tem 1 mil seguidores até os que tem milhões, e assim todos eles viram mídia espontânea.

Para ficar mais claro, vamos a alguns exemplos nacionais.

No Brasil, dá pra ver essa mistura de níveis de influência acontecendo na prática:

  • Atletas e Celebridades: Neymar, Kaká, Gaules, JonVlogs, Luva de Pedreiro
  • Mega Influenciadores: Lucaneta e Kelvin Oliveira o K9
  • Macro Influenciadores: Henry Japa 
  • Micro Influenciadores: Yan Beltrame 
  • Nano Influenciadores: Bruno Maia , Gabriel Mendonça e Drinho

Mas quem está por trás disso tudo?

A Kosmos Holding, fundada por Piqué, com apoio de Hiroshi Mikitani (CEO da Rakuten) e outros executivos globais. A empresa atua como uma venture builder (construtora de negócios) esportiva e midiática, com frentes em audiovisual (Kosmos Studios), tênis (Kosmos Tennis), futebol tradicional (Kosmos Football) e aquisição de direitos (Kosmos Rights & Expansion).

Com a Kings League, testa a franquia global do futebol gamificado. E como uma boa Startup, já captou 60 milhões de euros com investidores como Left Lane Capital, Fillip Holdings e David Blitzer (Philadelphia 76ers) para acelerar isso.

Uma startup com mentalidade de escala internacional

A Kings League já opera ou está prestes a operar em:

  • México
  • Brasil
  • França
  • Itália
  • Alemanha
  • Estados Unidos e Ásia (previstos até 2026)
  • Além dos “mundiais” de clubes e seleções que são conectados com as ligas nacionais

O modelo é claro: influenciadores + ex-jogadores + plataformas = distribuição orgânica com engajamento escalável.

Quais os 5 pontos que a Kings League entendeu?

  1. Formato importa: Jogos longos, com poucos eventos marcantes, não funcionam no digital para nova geração. A Kings League aumenta a densidade de eventos por minuto.
  2. O fã quer participar: A Geração Z e Alpha quer votar, influenciar, comentar, clipar, jogar junto. E isso faz parte do produto central.
  3. Cada jogo é um evento: Narrativa, hype, bastidores, provocações sadias,  memes, comunidade. É um reality show esportivo, não só competição.
  4. Os creators são a nova mídia: Gaules, McHariel, JhonVlogs, Luva, Nyve, não são só donos de times. São distribuidores de conteúdo com vários canais com milhões de audiência, com escala que alguns clubes menores levariam anos para construir (os grandes ainda podem bater de frente).
  5. O futebol precisa de camadas digitais: Com bastante storytelling, gamificação, estética, participação e dados. O futebol moderno precisa parecer um produto digital, não só um uniforme em campo em prol de um escudo tradicional. As novas gerações não são muito apegadas a isso.

E no Brasil?

A Kings League Brasil reúne 10 equipes presididas por grandes nomes do esporte, da música e do entretenimento digital. O formato, inspirado no sucesso da versão espanhola.

Os times e seus presidentes são:

  • Capim FC – Jon Vlogs e Luva de Pedreiro
  • Dendele FC – Paulinho o Loko e LuquEt4
  • Desimpedidos GotiToguro e Yuri 22
  • FC Real Elite – Ludmilla e Allan Stag
  • Fluxo FC – Nobru e Cerol
  • Funkbol ClubeKond, Michel Elias e MC Hariel
  • Furia FCNeymar Jr. e Cris Guedes
  • G3X FC – Gaules e Kelvin Oliveira
  • LOUD SC – Coringa
  • Nyvelados FC – Nyvi Estephan

Cada equipe é formada por jogadores selecionados em um draft aberto, além dos famosos “wildcards”, atletas escolhidos diretamente pelos presidentes, o que adiciona ainda mais identidade e engajamento às partidas.

Conclusão

No cenário atual, em que as BETS (casas de apostas) invadiram o mercado publicitário esportivo, especialmente no Brasil e na Inglaterra, marcas de outros setores vêm perdendo espaço. Muitas ainda desejam usar o esporte como plataforma de comunicação, mas como competir com quem parece ter dinheiro infinito?

É justamente aí que ligas novas como a Kings League abrem espaço. Elas criam janelas comerciais com linguagem atual, formato acessível, conteúdo compartilhável e uma audiência ativa. Não por acaso, a Kings League Brasil já conta com marcas como iFood e Adidas.

Eu como fundador da Esporte Educa, uma startup que conecta atletas com educação, acredito que precisamos repensar urgentemente como preparamos esses jovens atletas para o futuro. Um mundo em que reputação digital, posicionamento e narrativa fazem parte da carreira. Hoje, não basta jogar bem. É preciso se comunicar, representar e inspirar.

Já para entidades tradicionais como FIFA, UEFA, Conmebol e seus clubes, promover mudanças profundas é muito mais difícil. Afinal, estamos falando de bilhões de fãs conectados à tradição, muitos passando o amor pelo clube de geração em geração. Além disso, o futebol tradicional está profundamente entrelaçado com cultura, política, paixão e, em alguns casos, até violência. Mudanças aqui trazem risco de ruptura real.

Por isso, é mais fácil para uma organização nova, sem clubismo nem amarras institucionais, criar um modelo focado em experiência, dados e fluidez.

A Kings League, por exemplo, não pensa como federação nem como clube. Pensa como startup. Tem investidores em busca de retorno financeiro, trabalha com a mentalidade de MVP (produto mínimo viável), ciclos rápidos de teste e erro, decisões baseadas em dados em tempo real e uma obsessão por escala e engajamento. Tecnologia não é acessório. É infraestrutura. Escala não é consequência. É o objetivo desde o primeiro dia.

A pergunta que fica não é se vai dar certo.

A pergunta real é: como clubes e entidades tradicionais vão se adaptar ao futuro sem perder as suas tradições?E você, caro leitor, o que acha?

Até a próxima coluna.

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