Karatê Kid: Lendas é nostálgico, moderno e surpreendentemente eficiente

O novo capítulo da franquia aposta no carisma de um novo protagonista, homenageia os clássicos e acerta ao conversar com uma nova geração  Karatê Kid: Lendas acaba de chegar aos cinemas e, apesar de partir de uma fórmula amplamente conhecida, mostra que ainda é possível construir um bom filme quando se respeita a essência de […] Fonte: Karatê Kid: Lendas é nostálgico, moderno e surpreendentemente eficiente">Legião dos Heróis.

Mai 12, 2025 - 14:18
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Karatê Kid: Lendas é nostálgico, moderno e surpreendentemente eficiente

O novo capítulo da franquia aposta no carisma de um novo protagonista, homenageia os clássicos e acerta ao conversar com uma nova geração 


Karatê Kid: Lendas acaba de chegar aos cinemas e, apesar de partir de uma fórmula amplamente conhecida, mostra que ainda é possível construir um bom filme quando se respeita a essência de uma história e se entende o público para quem ela está sendo contada.
O longa acompanha Li Fong (Ben Wang), um jovem talentoso nas artes marciais que se muda para Nova York após uma tragédia familiar. Mesmo tentando seguir uma vida tranquila, ele acaba envolvido em conflitos que o levam a participar de uma competição de karatê — um arco clássico, mas que aqui ganha novas camadas.

Uma construção mais conectada com a franquia
Diferente do filme de 2010, que, embora competente, parecia um pouco deslocado dentro da cronologia da franquia, Karatê Kid: Lendas demonstra ter aprendido com o sucesso da série Cobra Kai da Netflix.
O roteiro trabalha para construir pontes entre o passado e o presente, tanto ao introduzir novos personagens enquanto traz de volta figuras centrais da saga, como Senhor Han (Jackie Chan) e Daniel LaRusso (Ralph Macchio).
É uma escolha que funciona, não apenas pela carga emocional, mas porque insere o novo protagonista dentro de uma continuidade narrativa coerente.

O carisma de um novo protagonista
O destaque do filme, sem dúvida, é Ben Wang, que interpreta Li Fong com uma combinação eficiente de carisma, intensidade e presença cênica.
Ele domina as cenas de luta com naturalidade e entrega um personagem que tem potencial para dialogar com uma nova geração de fãs. As coreografias de ação, marcadas pela assinatura de Jackie Chan, são impactantes e bem executadas, e Wang mostra segurança ao assumir esse legado.
Mais do que repetir arquétipos, o longa permite que Li tenha uma jornada própria — com espaço para amadurecimento, falhas e até um momento simbólico em que ele deixa de ser apenas aprendiz e passa a ocupar o lugar de mestre. Uma virada que acrescenta camadas ao enredo e reforça a proposta de expansão do universo Karatê Kid.
Há, sim, uma ausência de aprofundamento em relação à tragédia familiar de Li, que funciona apenas como ponto de partida para a narrativa, sem maior exploração ao longo do filme. Mas é algo que não prejudica a narrativa e seu desenvolvimento.

Atualizações que fazem sentido
Além da narrativa principal, o filme se destaca por adotar uma linguagem mais contemporânea, especialmente em termos visuais e de ritmo. Há referências claras ao estilo de conteúdo que circula hoje na Internet, o que ajuda a aproximar a trama do público jovem sem comprometer o tom da obra.
A trilha sonora também contribui para essa ambientação híbrida — com escolhas que dialogam tanto com a nostalgia dos fãs antigos quanto com o gosto musical da nova geração.
Ao focar menos em vilões caricatos e mais no desenvolvimento dos vínculos entre Li e seus aliados, o roteiro constrói uma história mais centrada em temas como pertencimento, superação e construção coletiva, elementos que sempre fizeram parte do DNA da franquia, mas que aqui são apresentados sob uma nova perspectiva.

Um filme de transição e de possibilidades
Karatê Kid: Lendas funciona como um capítulo de transição. Ele honra a trajetória que veio antes, mas não se limita a ela. É um filme que respeita a base da franquia, mas propõe uma renovação de linguagem, personagens e propósito.
É possível assistir ao longa sem ter visto os filmes anteriores ou a série Cobra Kai, o que amplia seu alcance e torna a experiência acessível a um público mais amplo — algo raro em franquias tão consolidadas.
No fim, Karatê Kid: Lendas é um bom exemplo de como é possível utilizar elementos conhecidos sem cair na repetição. A história é familiar, sim, mas conduzida com cuidado e atualizada com inteligência.

Fonte: Karatê Kid: Lendas é nostálgico, moderno e surpreendentemente eficiente">Legião dos Heróis.