‘Já desisti de ir pra festa, socializar, viajar’: a realidade de quem vive com a doença de Crohn
Neste Maio Roxo, mês de conscientização sobre as Doenças Inflamatórias Intestinais (DII), a Catraca Livre conversou com Manie de Andrade, enfermeira de Salvador (BA), que convive com a Doença de Crohn há mais de duas décadas e é ostomizada há quase 10 anos. Manie recebeu o diagnóstico de Crohn aos 17 anos, após sete meses […]

Neste Maio Roxo, mês de conscientização sobre as Doenças Inflamatórias Intestinais (DII), a Catraca Livre conversou com Manie de Andrade, enfermeira de Salvador (BA), que convive com a Doença de Crohn há mais de duas décadas e é ostomizada há quase 10 anos.
Manie recebeu o diagnóstico de Crohn aos 17 anos, após sete meses de exames, sintomas intensos e visitas a diferentes especialistas.
Ela teve diarreias, náuseas, vômitos, febre, fadiga, falta de apetite e dor no abdome. Perdeu 20 quilos e dormia muito mal, pois ficava acordando para ir ao banheiro.
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“Chegava a ir no toalete 10-15 vezes ou mais no fim do dia. O diagnóstico veio como uma resposta, com certo alívio, por dar um nome. Mas, ao mesmo tempo, medo e interrogações”, relembra.
Complicações e ostomia
Nos anos seguintes, ela enfrentou complicações severas da doença. “Entre 2014 e 2015, os meus dias se resumiam a dores, depressão e pânico, estar deitada em cima de uma cama, usando fraldas. Saía de casa, basicamente, pra fazer exame, ir pra médico, tomar medicamentos. Nos dias bons, fiz algumas aulas e visitei minha amiga de infância“, conta sobre o período que a Crohn estava em atividade.
Tudo até chegar à necessidade de uma ostomia — cirurgia que cria uma abertura no abdômen para eliminação das fezes. A decisão de usar a bolsa não foi fácil, e Manie chegou a combinar com um cirurgião que só aceitaria colocar no dia que fosse realmente essencial. Até que esse dia chegou.