Ira! lota shows e Nasi comenta: “O tribunal da internet é uma loucura”
Vocalista reage ao apoio do público em SP após polêmica que provocou cancelamento de apresentações no Sul do país


Banda volta aos palcos em meio a polêmica
O Ira! realizou na sexta (9/5) e no sábado (10) dois shows na Vibra São Paulo, e viu o público reagir com gritos de “sem anistia”, ecoando uma manifestação do vocalista Nasi que havia gerado ataques à banda semanas antes.
As apresentações marcaram o início da turnê em São Paulo após o cancelamento de quatro shows no Sul, motivados pela repercussão do episódio em Contagem (MG), quando Nasi pediu que apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro deixassem a plateia após vaias a seu grito de “sem anistia”.
Como o público reagiu em São Paulo?
Desta vez, o coro partiu da plateia ao fim da música “Dias de Luta”. Nasi reagiu levando a mão ao ouvido, incentivando a manifestação. A plateia respondeu com gritos ainda mais altos, em apoio ao vocalista.
O que Nasi disse sobre os ataques?
Em entrevista à coluna de Amaury Jr., Nasi comentou o episódio em Minas Gerais e os ataques que sofreu nas redes sociais. “Depois do show, a milícia digital e de extrema-direita começou a ligar para alguns contratantes e a me atacar de forma cruel nas redes sociais”, afirmou.
Ele lembrou que coro de “sem anistia” já tinha acontecido em vários shows de diferentes artistas. “Hoje, talvez eu ache que a situação não precisava tomar a proporção que tomou. Mas, ao mesmo tempo, fui julgado por uma pequena parte do público e, de comum acordo, resolvemos cancelar alguns contratos em certos lugares. Por outro lado, a repercussão fez com que os shows se multiplicassem e o apoio também. O tribunal da internet é uma loucura! Mas sigo fazendo rock com o Ira!”
O que ele pensa sobre roqueiros reacionários?
Nasi também comentou a contradição de ver músicos do rock assumindo posturas conservadoras e apoiando pautas autoritárias. “Não dá para apoiar uma das páginas mais sombrias da nossa história [a ditadura]. Nosso público, e quem conhece nossa trajetória, sempre prezou pela liberdade. O rock é livre, e a democracia é algo inegociável. Mas, respondendo à sua pergunta: roqueiro ‘reaça’ não dá pra entender mesmo…”, declarou.
Os 20 anos do Acústico MTV
O vocalista também falou sobre o impacto do Acústico MTV, que completou 20 anos em 2024 e motiva a atual turnê. “Acho que não só para nós, como para várias bandas, foi um grande marco. Um trabalho que foi um divisor de águas em nossas carreiras. Demos um outro salto com esse álbum”, disse.
“O rock não teria sobrevivido aos anos 90 se não fosse a MTV. O público estava acostumado com bossa nova, chorinho, samba… Ver o rock sendo tocado com violão fez com que o projeto acústico virasse um verdadeiro mainstream”, o cantor explicou.
Ele também falou sobre o carinho dos fãs. “Eu gosto do calor do público, de falar com as pessoas, de sentir a emoção. Eles vêm de longe, fazem parte da nossa história”, afirmou.
O que ele pensa sobre o futuro do rock?
Nasi afirmou que torce pelo surgimento de novos nomes, mas acredita que o movimento dos anos 1980 foi único. “O rock dos anos 80 está mais vivo do que nunca: Titãs, Paralamas, Legião, Capital… todas as bandas ainda lotam estádios. O rock nunca vai morrer, mas realmente, um movimento como aquele foi único”, concluiu.
O vocalista disse que, apesar do desgaste, a repercussão também trouxe novos convites para shows. “O tribunal da internet é uma loucura! Mas sigo fazendo rock com o Ira!”, declarou.
Como Nasi vê a importância do público?
Ele também falou sobre a relação com os fãs. “Eu gosto do calor do público, de falar com as pessoas, de sentir a emoção. Eles vêm de longe, fazem parte da nossa história”, disse Nasi.
O vocalista ainda comentou o impacto do clássico “Envelheço na Cidade” entre diferentes gerações. “Acho que hoje estamos mais cantados do que ‘Parabéns pra você’… virou uma marca”, brincou.
O que ele pensa sobre o futuro do rock?
Nasi afirmou que torce pelo surgimento de novos nomes, mas acredita que o movimento dos anos 1980 foi único. “O rock dos anos 80 está mais vivo do que nunca: Titãs, Paralamas, Legião, Capital… todas as bandas ainda lotam estádios. O rock nunca vai morrer, mas realmente, um movimento como aquele foi único”, concluiu.