IPO do BFA “está a correr muito bem” e “esperamos vender as ações acima do valor de balanço”, diz CEO do BPI

Ainda não há uma avaliação para o BFA. "A nossa expectativa é que o preço do IPO saia acima do price bookvalue", confessou João Pedro Oliveira e Costa. O valor de balanço dos 14,75% é de 95 milhões. O CEO do BPI falou ainda da maior preocupação do banco nesta altura. "Encontrar alavancas para o crescimento é uma preocupação da administração do BPI", referiu o CEO do banco.

Mai 5, 2025 - 13:38
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IPO do BFA “está a correr muito bem” e “esperamos vender as ações acima do valor de balanço”, diz CEO do BPI

O BPI vai dispersar na jovem Bolsa de Luanda 14,75% da sua participação de 48,1% no Banco de Fomento Angola (o IPO é de 29,75%, sendo que a Unitel vende 15%). O processo está em curso e “está a correr muito bem”, revelou João Pedro Oliveira e Costa, na conferência de imprensa de apresentação de resultados. O IPO do BFA está previsto para julho.

Recorde-se que o BFA contribuiu com 46 milhões de euros para os resultados do BPI.

A administração do BPI disse ainda que será o BFA a escolher os assessores financeiros da operação. Ainda não há uma avaliação para o BFA. “A nossa expectativa é que o preço do IPO saia acima do price-book value”, confessou o banqueiro. O valor do price-book value no que toca aos 14,75% é de 95 milhões de euros, o que projeta o valor de 100% para 650 milhões de euros.

“É dos melhores ativos para os investidores” da bolsa Bodiva, disse João Pedro Oliveira e Costa que admitiu que há um acordo verbal, para que não haja alteração de estatutos, da politica dividendos ou de governo do BFA sem acordo do BPI. Por outro lado, há também um acordo para que o BPI se mantenha, nesta fase, no capital do BFA (onde vai ficar depois do IPO com 33%). Isto porque é relevante para os novos investidores o BFA manter a associação ao BPI (acionista fundador) depois do IPO. “Dá estabilidade ao IPO”, o BPI manter nesta fase no capital do BFA.

Já o BCI, onde o BPI tem 35,67%, deu um contributo negativo aos resultados consolidados. O rating de Moçambique atribuído pelas três agências caiu, explicou a administradora Susana Trigo Cabral, quando questionada para o contributo negativo de sete milhões de euros do BCI para as contas do BPI. Por causa da queda do rating do país, o BPI teve de reforçar as imparidades para a carteira de dívida pública moçambicana. Por outro lado o BPI aumentou as imparidades da participação financeira por causa do risco país ter aumentado.

Ao todo as imparidades para o BCI ascenderam a 17 milhões de euros. Sem isto, o contributo seria positivo em 10 milhões de euros. O BCI teve cerca de 30 milhões de euros de lucros no trimestre.

O BCI, maior banco de Moçambique, tem apresentado resultados positivos, disse o CEO do BPI, que frisou que só se apropriam dos  resultados distribuídos pelo banco moçambicano, ao contrário da outra acionista que é a Caixa Geral de Depósitos e que é maioritário, que consolida integralmente.

O CEO do BPI lembrou que foi anunciado no fim da semana passada o retomar do investimento em gás natural pela Total em Cabo Delgado, “o que é um investimento enorme do qual o financiamento está garantido. Claro que vai levar tempo a surtir efeito vai mas é muito significativo para Moçambique”, referiu.

O CEO do BPI, na fase de perguntas e respostas, falou ainda sobre o Novobanco e disse que inicialmente o processo de IPO seria até ao Verão, “mas não tenho a certeza que o processo continue nesta altura”. Mas João Pedro Oliveira e Costa, diz que vai esperar que o Novobanco venha para o mercado, quando questionado se iria olhar para o banco como alvo de crescimento por aquisições.

“Se o país não crescer, o BPI não vai crescer”, confessou o CEO que espera que a dinamização da economia tenha um impulso do PRR.

“Encontrar alavancas para o crescimento é uma preocupação da administração do BPI”, referiu o CEO do banco.