Insegurança alimentar grave é 31,4% maior em lares chefiados por mulheres

Segundo o IBGE, situação é ainda mais crítica em residências lideradas por negras

Mar 6, 2025 - 17:24
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Insegurança alimentar grave é 31,4% maior em lares chefiados por mulheres

Dados do IBGE mostram que a fome é 31,4% maior em lares chefiados por mulheres, se comparados aos dados de lares liderados por homens. Quando analisados todos os níveis de insegurança alimentar, essa vulnerabilidade aumenta para 36,6%.

Quanto ao recorte de gênero e raça, a insegurança alimentar grave chega a 6% nas casas cuja pessoa de referência é uma mulher negra, um patamar três vezes superior que em lares chefiados por homens brancos.

Segundo o Instituto Pacto contra a Fome, a desigualdade de gênero se manifesta na pobreza, no trabalho e também na fome.

“As mulheres, que já são maioria entre os pobres no Brasil, recebem baixos rendimentos e enfrentam a sobrecarga do cuidado, que muitas vezes as restringe ou impede de participar da força de trabalho, que seria remunerado. Esse cenário reflete também na garantia de uma alimentação regular e permanente em quantidade e qualidade suficientes”, diz nota da organização.

Co-diretora do Pacto Contra a Fome, Maria Siqueira diz que garantir a segurança alimentar das mulheres é contribuir para a sobrevivência e o desenvolvimento de milhões de famílias brasileiras.

“É necessário levar em consideração as questões da desigualdade de gênero, em uma perspectiva interseccional com as questões de raça, ao desenhar políticas públicas para que elas sejam efetivas e atendam quem mais precisa, promovendo o acesso à alimentação adequada, a inserção produtiva e a valorização do trabalho feminino”, afirmou.

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