Homo Deus: cientistas estão mais perto de criar vida em laboratório

Após a reconstrução sintética do genoma eucarionte de uma levedura, cientistas se aproximam da criação da vida. The post Homo Deus: cientistas estão mais perto de criar vida em laboratório appeared first on Giz Brasil.

Fev 9, 2025 - 02:16
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Homo Deus: cientistas estão mais perto de criar vida em laboratório

Após mais de 10 anos de pesquisas, cientistas australianos conseguiram reconstruir o genoma de uma levedura, chegando mais perto da habilidade de criar vida em laboratório. Em um novo estudo, publicado na revista Nature, os cientistas da Universidade Macquarie, detalham a reprodução do primeiro genoma sintético da levedura Saccharomyces cerevisiae. 

Popularmente conhecida como “levedura da cerveja”, a Saccharomyces cerevisiae criada em laboratório representa uma revolução na engenharia genética.

A levedura serve como um modelo para demonstrar o potencial de produzir alimentos que conseguem suportar as mudanças climáticas e evitar a transmissão de doenças.

Esta é a primeira vez que cientistas criam um genoma totalmente sintético de um ser eucarionte, ou seja: que possui células com DNA.

A conquista científica do estudo, segundo um comunicado da universidade australiana, representa a conclusão do projeto Sc2.0, iniciativa global para criar o primeiro genoma eucariótico sintético do mundo.

Desse modo, os cientistas se basearam em estudos anteriores que conseguiram criar vida em laboratório, mas de organismos mais simples, como bactérias.

Genoma de levedura é o primeiro passo para criar vida em laboratório

O estudo é a primeira evidência de que cientistas podem criar formas de vida de organismos mais complexos em laboratório. No entanto, ainda há muito trabalho a se fazer antes de criar vida sintética.

No estudo, os cientistas não conseguiram criar uma levedura sintética, mas, sim, o genoma, demonstrando o potencial de reprojetar por completo as células de leveduras.

Proteínas do genoma sintético da levedura. Imagem: Universidade Macquarie/Divulgação

Contudo, os cientistas precisam de mais pesquisas para refinar a técnica e expandir o processo para criar vida em laboratório. Neste caso recente, por exemplo, os cientistas encontraram desafios para decodificar o 16º cromossomo sintético da levedura (SynXVI).

Usando ferramentas de edição de genoma, como o CRISPR, os cientistas conseguiram identificar e resolver problemas, como otimizar a capacidade da levedura em usar glicerol como fonte de energia em temperaturas mais altas.

“Uma das principais descobertas do nosso estudo foi como o posicionamento de marcadores genéticos podem interferir na expressão genética de genes essenciais”, diz Hugh Goold, biólogo e principal autor do estudo.

Mesmo que os cientistas não consigam criar vida em laboratório atualmente, a recriação do genoma da levedura representa um grande avanço na engenharia genética.

Aliás, os cientistas comentam que a técnica tem aplicações para além da agricultura, como no desenvolvimento de processos de biofabricação mais eficientes e sustentáveis para materiais e medicamentos.

Para Briardo Llorente, biólogo e coautor do estudo, o genoma sintético da levedura “representa um salto quântico” na engenharia genética. Mas, se esse salto quântico será a chave para os cientistas criarem vida em laboratório, só o futuro dirá.

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