Faltam 86 dias para o Rali de Portugal: Simo Lampinen e as memórias do TAP 1970

Depois da desclassificação no ano anterior, um Lancia Fulvia, desta vez com Simo Lampinen ao volante, voltaria a ser o primeiro a cruzar a ‘meta’ nas arcadas do Estoril. A meio da prova verificou-se uma luta interessante pelos primeiros lugares, mas foi essencialmente a Lancia que dominou a prova, de fio a pavio e os […] The post Faltam 86 dias para o Rali de Portugal: Simo Lampinen e as memórias do TAP 1970 first appeared on AutoSport.

Fev 18, 2025 - 12:28
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Faltam 86 dias para o Rali de Portugal: Simo Lampinen e as memórias do TAP 1970

Depois da desclassificação no ano anterior, um Lancia Fulvia, desta vez com Simo Lampinen ao volante, voltaria a ser o primeiro a cruzar a ‘meta’ nas arcadas do Estoril. A meio da prova verificou-se uma luta interessante pelos primeiros lugares, mas foi essencialmente a Lancia que dominou a prova, de fio a pavio e os seus pilotos, Simo Lampinen e Sandro Munari, alternaram na liderança. Tony Fall, agora em Ford Escort ainda deu réplica na fase inicial da prova, mas a passagem por Arganil, como sucederia em muitas outras ocasiões, iria acabar por decidir por completo a prova: Tony Fall desistiu, Ove Andersson, em Alpine Renault, teve sorte idêntica e Simo Lampinen descolou de Sandro Munari. A completar o pódio, aparecia um jovem chamado Bjorn Waldegård, que havia levado o Porsche 911 à vitória nas duas últimas edições do Rallye de Monte Carlo. José Lampreia, em Datsun 2000 colocou-se logo a seguir, levando a melhor sobre Francisco Romãozinho, num Citroën DS 21 oficial e António Peixinho, em Alfa Romeo 1750. Chegaram ao Estoril, 22 concorrentes.

Simo Lampinen recorda a prova: “Mais do que da competição em si, lembro-me do entusiasmo que o rali gerava nas pessoas. Uma das provas de classificação era disputada na pista de ciclismo de um estádio em Lisboa (ndr: Estádio de Alvalade) e, para chegarmos ou sairmos do estádio, era uma loucura, tal era o trânsito. Cheguei a pensar que não conseguia controlar a tempo. Depois, quando entrámos no estádio e vimos aquela gente toda sentada, pendurada nas bancadas, percebemos o trânsito lá fora. Era muita gente! Á saída do estádio, e durante todo o rali, estávamos constantemente a acenar às pessoas. Lembro-me de pensar que os portugueses gostavam realmente de carros de rali. E essa acabaria por se tornar uma imagem de marca do Rali de Portugal. Naquele ano, em Arganil, houve um grande incêndio florestal e o rali foi discutido entre mim e o meu companheiro de equipa, o Sandro Munari.

Mas eu sempre gostei de etapas longas e desgastantes e decidi atacar em praticamente todo o percurso, chegando ao Estoril no primeiro lugar. O John Davenport era muito profissional e fez sempre um excelente trabalho no que respeita às horas dos controlos e das assistências, o que me permitiu concentrar na condução. Curiosamente, o Fulvia que venceu o TAP está em perfeito estado de conservação. Pertenceu a Amilcare Belestrieri, depois à equipa Grifone e foi, mais tarde, comprado pelo meu amigo Carlo Stella que mantém o chassis, a transmissão, entre outros componentes, de origem. Quando há encontros de clássicos de ralis em Itália, o Carlo convida-me e eu não perco a oportunidade de matar saudades do Fulvia e de rever velhos amigos…

FOTO: Simo Lampinen, TAP 1970 (Arquivo Edições Vintage)The post Faltam 86 dias para o Rali de Portugal: Simo Lampinen e as memórias do TAP 1970 first appeared on AutoSport.