Exclusivo Giz: Disney+ detalha nova assinatura com anúncios por R$ 9,90

A oferta acaba no próximo domingo (30). Confira os detalhes do plano do Disney+ nesta entrevista exclusiva do Giz Brasil. The post Exclusivo Giz: Disney+ detalha nova assinatura com anúncios por R$ 9,90 appeared first on Giz Brasil.

Mar 30, 2025 - 02:13
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Exclusivo Giz: Disney+ detalha nova assinatura com anúncios por R$ 9,90

Na última década, a ascensão e posterior consolidação dos serviços de streaming — encabeçada pela Netflix e seguida por Amazon, Disney+ e HBO Max — representou uma era de ouro no consumo de entretenimento: séries e filmes sem anúncios e intervalos por um preço justo? Nos anos 1990, isso seria um sonho.

Ironicamente, a revolução foi televisionada, com produções originais que se tornaram fenômenos da cultura pop e encurralaram a relutante indústria tradicional.

Na TV, as coisas foram mais fáceis. As produções originais de streaming começaram a ganhar prêmios em meados da década passada. No cinema, no entanto, Hollywood começou a se curvar no fim da década, com 2022 sendo o marco.

É importante lembrar que para tal “anuência” acontecer, foi necessária uma guerra. Mais uma vez, ironicamente, a guerra foi mais uma era de ouro. Quando novos serviços começaram a surgir, sendo estes de grandes estúdios, a Netflix precisou gastar muita grana para criar sucessos como “Stranger Things”.

O Disney+ chegou com tudo, pois, além de ser A DISNEY, produções como “Mandalorian” e “WandaVision” elevaram a disputa. Amazon e Warner seguiram o mesmo rumo e salvaram muita gente do tédio de um lockdown de dois anos.

No entanto, também em 2022, a Era de Ouro chega ao fim por todos os motivos citados acima. Bom para o consumidor, mas não tão bom assim para os investidores.

Os primeiros efeitos do fim da Era de Ouro são produções de menor orçamento, ofertas de vários serviços combinados até chegarmos aos anúncios.

Todos os “big four” do streaming – Netflix, YouTube (sim, de acordo com a receita), Disney+ e Prime Video – já oferecem assinaturas mais baratas com anúncios.

Além disso, as grandes plataformas voltaram a realizar eventos chamados “upfront” para atrair anunciantes. Em maio de 2024, no upfront da Disney, o apresentador Jimmy Kimmel, fez questão de levantar a contradição de 10 anos atrás.

Kimmel, aliás, é prata da casa, mas isso não o impediu de brincar com o novo modelo. “Espectadores ligarão suas TVs e terão todos os canais em um único pacote por um preço, tudo isso sustentado por anúncios. Demos o nome de TV a cabo e será algo revolucionário na vida de todos vocês”.

Kimmel também foi ácido em relação à Netflix, que recebe a culpa por inserir o novo modelo de negócios. “Eles chegaram, destruíram a TV convencional. E agora, olhe só: eles querem transmitir anúncios. Na Televisão”.

Veja:

Confuso, não é? Como voltamos ao passado? Será que vamos nos readaptar ao modo “primitivo” de consumir mídia? O streaming, que salvou a indústria cultural da pirataria, pode fazê-la renascer?

Exclusiva com o Diretor de Marketing do Disney+

Com tantos mistérios, polêmicas e desinformação envolvendo planos de streaming com anúncio, o Giz Brasil conversou com Danilo Campos, Diretor de Marketing do Disney+, que nos concedeu uma entrevista exclusiva.

diretor de marketing detalha novo plano com anúncios do Disney+

Danilo Campos, Diretor de Marketing do Disney+ no Brasil. Imagem: Disney/Divulgação

Antes de tudo: o Disney+ lançou recentemente um novo plano de assinatura com anúncios no Brasil. No nosso país, a realidade econômica é um pouco mais delicada, refletindo em 42% de quedas em assinaturas em 2023 segundo dados do IBGE.

Portanto, a intenção é compreender as vantagens para o consumidor que não recebe em dólar e entender mais sobre o plano.

Giz Brasil: A ascensão dos serviços de streaming se deu pela oferta de uma experiência sem anúncios. Por que a Disney+ e outros serviços inverteram a premissa fundamental?  

Danilo Campos:

“A ascensão inicial do streaming, de fato, ocorreu com a promessa de uma experiência livre de anúncios, algo inovador naquele momento. No entanto, o comportamento e as expectativas dos consumidores evoluíram significativamente nos últimos anos. Hoje, percebemos claramente uma demanda crescente por flexibilidade e por opções que permitam aos consumidores escolher como querem acessar conteúdos premium. Nosso plano Disney+ Padrão com anúncios, lançado recentemente por R$ 9,90, reflete exatamente essa mudança.”

“É importante destacar que cerca de 40% dos assinantes globais já optam por modelos suportados por anúncios, segundo dados da Nielsen (2024). Para nós, no Disney+, isso não representa uma reversão ou quebra da premissa original, mas sim uma ampliação das opções disponíveis para nossos usuários, tornando nosso conteúdo premium mais acessível a diferentes perfis e preferências. Em resumo, não abandonamos nosso compromisso original; pelo contrário, o fortalecemos, oferecendo mais liberdade de escolha e um serviço alinhado com as necessidades atuais do consumidor.”

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Nota do Giz sobre dados de assinaturas de streaming: (Nielsen é a empresa que mede audiência em várias mídias, incluindo o streaming. Os dados citados pela Disney são de um relatório de maio de 2024, com análises conflitantes. A TVB (Organização das emissoras de TV dos EUA) criou um relatório apontando as falhas de análises de dados da Nielsen, que exclui métricas importantes para anunciantes. Além disso, os dados da Nielsen são somente dos Estados Unidos, conforme a própria empresa ressalta. Veja aqui.

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Giz Brasil: Quais são/serão os planos de assinatura do Disney+ e o que é mais inovador nesses planos? 

“O Disney+ sempre buscou inovar, antecipando tendências e atendendo às novas demandas do consumidor brasileiro. Hoje, oferecemos uma estrutura de planos cuidadosamente pensada para ampliar ainda mais nosso alcance, mantendo a qualidade e a diversidade de conteúdo que são marcas registradas da Disney.”

“Nossa oferta atual inclui três planos principais: começamos com o Plano Disney+ Padrão com anúncios, pelo valor promocional de R$ 9,90 mensais durante quatro meses para quem assinar até 30 de março. Esse plano atende a uma demanda crescente por acessibilidade, trazendo uma experiência premium mais acessível, com anúncios cuidadosamente selecionados e contextuais. Oferece streaming simultâneo em dois dispositivos com resolução Full HD (1080p) e áudio estéreo 5.1, garantindo qualidade mesmo em nosso plano mais econômico.”

“Temos também o Plano Disney+ Padrão sem anúncios, por R$ 14,90 mensais durante o mesmo período promocional. Este plano oferece uma experiência imersiva, sem interrupções, além da vantagem adicional de permitir downloads, ideal para quem valoriza mobilidade e flexibilidade no consumo de conteúdos.” 

Oferta de assinatura com anúncios por R$9,90 por quatro meses acaba no dia 30 de março. Imagem: Screenshot/Giz Brasil

“Por fim, nosso Plano Disney+ Premium, disponível por R$ 19,90 mensais durante quatro meses nessa janela promocional, traz a experiência mais completa já oferecida pela Disney no Brasil. Além do conteúdo exclusivo do Disney+, este plano inclui acesso irrestrito aos canais ESPN, combinando entretenimento e esportes em uma só assinatura. Ainda oferece streaming simultâneo em até quatro dispositivos com resolução de até 4K e som Dolby Atmos, proporcionando uma experiência audiovisual de ponta.”

“O grande diferencial e a inovação nessa estratégia estão justamente na flexibilidade e na qualidade consistente em todos os planos. Ao segmentar nossas ofertas dessa forma, ampliamos o acesso ao universo Disney sem perder nossa essência: uma experiência premium, adaptada ao perfil e às preferências de cada consumidor brasileiro.”

 Giz: O Disney+ vai oferecer o novo plano por R$ 9,90, que será o mais barato dentre todos os serviços de streaming – metade do valor cobrado por Globoplay e Netflix e três vezes menos que o plano da Max. Qual experiência o assinante terá com esse plano?  Além do preço, como Disney+ se diferencia ou pretende se diferenciar relação à concorrência?  

“O novo plano do Disney+ por R$ 9,90 posiciona-se como a opção mais acessível do mercado, democratizando o acesso a um catálogo premium sem comprometer elementos fundamentais da experiência de streaming. O acesso é irrestrito a todo o catálogo Disney+, incluindo os clássicos da Disney e da Pixar, além das franquias da Marvel e o universo de “Star Wars”. Além de entretenimento, o Disney+ oferece todos os conteúdos do National Geographic.”

Imagem: Disney+/Reprodução

“Mas, no Brasil, o grande diferencial Disney+ é a presença dos conteúdos da ESPN diretamente na plataforma. O Disney+ conta com as principais ligas esportivas, incluindo a NFL e a NBA. No futebol, a La Liga (campeonato espanhol) e a Premier League (campeonato inglês) se destacam entre muitas outras competições. Portanto, é possível acompanhar esses esportes no mesmo ecossistema que abriga as maiores produções do cinema e da TV. Por essa integração, o Disney+ se destaca como uma plataforma completa, combinando entretenimento, esporte e factual.”

IA no Disney+: plano de R$ 9,90 também tem personalização por algorítimos

Danilo Campos explica que o plano acessível também conta com o sistema de recomendações baseadas em algoritmos de Machine Learning “auxiliando na descoberta de novos títulos alinhados ao perfil do usuário.”

A IA também pode ser uma solução para conter o incômodo causado pelos anúncios, segundo o diretor de marketing da Disney.

“Em vez de anúncios genéricos e invasivos, as peças publicitárias são estrategicamente selecionadas com base no conteúdo assistido, como propagandas de brinquedos durante animações infantis, aumentando a relevância e proporcionando uma experiência menos intrusiva.”, diz.

E a Disney continua sendo Disney. Apesar de Deadpool – primeiro filme para maiores de 18 – do estúdio, a tradição da gigante de Burbank se mantém: conteúdo de qualidade para todos.

O relatório “State of Play” da GraceNote, subsidiária da Nielsen citada acima, revela que o Disney+ é a plataforma que mais investe em conteúdo para família. Spoiler alert: conteúdo familiar é o que mais atrai engajamento em para anúncios, segundo este estudo de 2024.

Com o novo plano de assinaturas da Disney+, você pode assistir a “Divertida Mente 2” com a garotada com anúncios não invasivos, ou pelo perfil “Kids”, sem anúncios.

Giz: É inegável que planos de streaming com anúncios alteram a experiência do usuário. Neste sentido, o Disney+ implementa medidas para garantir que a experiência continue positiva e, principalmente, não se torne muito intrusiva?  

“A introdução de anúncios em plataformas de streaming é uma realidade do mercado, mas o Disney+ se diferencia ao implementar um modelo cuidadosamente projetado para minimizar a intrusividade e preservar a qualidade da experiência. Essa abordagem é sustentada por três pilares principais: limitação rigorosa de volume, contextualização inteligente e proteção reforçada ao público infantil. Nós não apenas suavizamos o impacto dos anúncios, como também fazemos uma integração não disruptiva, condizente com a proposta ecossistema de entretenimento. Ao combinar limitação quantitativa, qualificação qualitativa e mecanismos de segurança para públicos sensíveis, o Disney+ se compromete a manter uma experiência de streaming fluida, envolvente e com foco no usuário. Essa estratégia reflete um entendimento profundo de que, no modelo AVOD [Vídeo sob Demanda com Anúncios, da sigla em inglês], a sustentabilidade depende tanto da satisfação do assinante quanto da eficácia publicitária. ”

Giz: Serviços como Meli+ [Mercado Livre] já oferecem planos do Disney+ com anúncios por 24,90. No entanto, novos assinantes do Meli+ recebem a oferta e mais benefícios por, coincidentemente, R$ 9,90 nos primeiros quatro meses. Com o lançamento do novo plano, é possível que o preço dessas ofertas de parceiros também sofra alterações ou ganhem upgrades, como o Disney+ com anúncios? Além do Meli+ pode citar outras parcerias no mesmo formato? 

“Com o novo modelo de assinatura com anúncios do Disney+, é natural esperar ajustes e aprimoramentos conforme nossos parceiros busquem se manter competitivos e alinhados à nova dinâmica de mercado.  

Além do Meli+, outros parceiros que oferecem o streaming como benefício, seja em planos pagos, promocionais ou como parte de pacotes combinados, são:

  • Claro+ (Claro TV+ / Claro Net): Oferece Disney+ em pacotes de TV e internet. 
  • Vivo (Vivo TV+): Inclui Disney+ em combos de assinatura. 
  • Oi: Pacotes Oi TV+ com acesso a Disney+ em alguns planos.”  

Sobre upgrades em ofertas de parceiros, Danilo Campos destaca que o novo plano de assinaturas com anúncios pode estimular a criação de novas ofertas, “fortalecendo ainda mais o ecossistema Disney+”.

 “Nosso objetivo é continuar oferecendo qualidade e acessibilidade simultaneamente, garantindo que os consumidores brasileiros tenham sempre o melhor entretenimento disponível, independente do canal escolhido.”

 Giz: Por fim, qual a visão da Disney sobre o futuro do setor de streaming? Lives e anúncios serão o modelo dominante a longo prazo? 

“Acreditamos profundamente que o futuro do streaming é sobre flexibilidade, inovação e uma experiência com foco no assinante. O setor está evoluindo rapidamente, e, para nós, não há um modelo único que se torne necessariamente dominante para todos os públicos. Para nós, na Disney, o caminho é claro: vamos oferecer experiências diversificadas que atendam às expectativas e necessidades dos nossos usuários. Os anúncios, quando utilizados de maneira inteligente e contextualizada, continuarão, certamente, desempenhando um papel importante, sobretudo tornando acessíveis conteúdos premium para mais pessoas.” 

Para Danilo Campos, o lançamento do plano mais acessível do Disney+ reforça uma visão de personalização de anúncios, mas de modo não intrusivo e relevante, beneficiando clientes e marcas.

“Já sobre as lives, temos visto uma crescente demanda por conteúdos em tempo real que proporcionem momentos únicos e interações mais próximas entre marcas e consumidores. Eventos ao vivo, sejam esportivos, musicais ou especiais, têm um potencial extraordinário para engajamento. Portanto, as transmissões ao vivo seguirão sendo um componente-chave da estratégia, mas não isoladamente”.

Para embasar essa visão, Danilo Campos cita Bob Iger, atual CEO da Disney e uma lenda da indústria, responsável pelas aquisições da Pixar, Marvel e Lucasfilm.

Segundo ele, a postura de Iger, ao combinar formatos e modelos de monetização de modo inteligente, mas sempre focando no público, será a chave para essa terceira etapa dos streamings.

“O sucesso estará em encontrar o equilíbrio ideal, oferecendo ao usuário a possibilidade de escolher o que melhor atende suas preferências. É essa visão integrada, orientada pela inovação e excelência, que vai garantir nosso lugar no futuro do entretenimento digital.”

Ao contrário do jingle da TV tradicional, o futuro ainda não começou. Mas o novo plano da Disney+ é o primeiro passo rumo à terceira era dos streamings. Será o fim da guerra, como enfatiza a imprensa norte-americana, posicionando a Netflix como vencedora, ou uma derrocada?

Outra possibilidade é uma terceira época histórica na qualidade da produção de conteúdo, graças a uma nova fonte de receita.

A Disney, apesar de chegar tarde, tem a vantagem criativa. Pixar, Disney, Marvel, LucasFilms, “Simpsons”, além dos canais ESPN, “é muita coisa, amigo”! Por fim, veja o vídeo que anuncia o início da produção de “Vingadores: Doomsday”, que, após sair dos cinemas, não estará em outro lugar que não no Disney+:

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