Euclid: ESA libera ‘mina de ouro’ de dados sobre profundezas do Universo
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A Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) liberou, nesta quarta-feira (19), a primeira leva de dados coletados por meio do telescópio espacial Euclid. Esses dados incluem três prévias das imagens que o Euclid irá produzir das profundezas do Universo.
Os dados incluem levantamento para classificar 380 mil galáxias e 500 novos candidatos a lentes gravitacionais. Também traz informações sobre outros corpos cósmicos, como aglomerados de galáxias e núcleos galácticos ativos.
O Euclid precisa observar tantas galáxias assim para cientistas desvendarem os mistérios do “Universo escuro” – o nome dado para descrever a parte do Universo composta por matéria e energia escura.
Euclid é uma mina de ouro de dados, e seu impacto será de grande alcance, desde a evolução das galáxias até os objetivos cosmológicos mais amplos da missão. Clotilde Laigle, cientista do Consórcio Euclid
1ª leva de dados do Euclid liberada pela ESA foi coletada ao longo de uma semana de observações
Para esta primeira leva de dados, o Euclid – lançado em julho de 2023 e “ativado” em fevereiro de 2024 – passou uma semana analisando três áreas do céu. É sobre essas áreas que ocorrerão observações mais profundas no futuro.
Com uma única varredura em cada região, o Euclid observou 26 milhões de galáxias – a mais distante, e portanto mais antiga, está a cerca de 10,5 bilhões de anos-luz de distância da Terra. As observações também contêm uma pequena amostra de quasares – núcleos brilhantes de galáxias ativas alimentadas por buracos negros supermassivos.
O Euclid vai passar por essas áreas várias outras vezes ao longo de sua missão, prevista para se estender até 2030. E este primeiro vislumbre oferece uma prévia da imensa escala do atlas cósmico a ser construído por meio do telescópio. Ao final da missão, este atlas cobrirá cerca de um terço de todo o céu noturno que “cobre” a Terra.
Imagens das profundezas do Universo capturadas pelo Euclid
As três regiões das profundezas do Universo observadas por meio do Euclid receberam os seguintes nomes: Euclid Deep Field North, Euclid Deep Field Fornax e Euclid Deep Field South.
Você confere abaixo a imagem do Euclid Deep Field North. Essa área contém mais de dez milhões de galáxias, a Nebulosa do Olho de Gato (à esquerda do centro), um remanescente estelar a cerca de três mil anos-luz de distância e um grande grupo de galáxias dominado pela galáxia NGC 6505 (à direita do centro). O Euclid fará 32 varreduras desta região do céu até 2030.

Agora, você vê o primeiro vislumbre capturado pelo telescópio da região Euclid Deep Field Fornax, na qual já foram observadas 4,5 milhões de galáxias. Nos próximos seis anos, o Euclid fará 52 observações dessa região do espaço.

Por fim, existe a imagem do Euclid Deep Field South (abaixo), a região menos estudada das três. Além disso, é o maior campo profundo a ser observado por meio do telescópio. Por isso, tem grande potencial para descobertas.

O telescópio espacial já avistou mais de 11 milhões de galáxias nesta região. E registrou indícios de uma estrutura em grande escala do universo chamada teia cósmica, composta por fios de gás e matéria escura que se estendem entre aglomerados de galáxias.
Mais informações sobre os dados liberados pela ESA estão disponíveis neste comunicado publicado no site da agência espacial. A seguir, as versões em alta resolução das imagens das regiões (nas quais dá para dar bastante zoom): Euclid Deep Field North, Euclid Deep Field Fornax e Euclid Deep Field South.
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Preciosidade dos dados e imagens coletados pelo Euclid
“É impressionante como uma única observação das áreas de campo profundo já nos forneceu uma riqueza de dados que podem ser usados para uma variedade de propósitos na astronomia: desde formas de galáxias até lentes gravitacionais fortes, aglomerados e formação de estrelas, entre outros”, disse Valeria Pettorino, cientista do projeto Euclid da ESA.
“Apenas imagine as descobertas que nos aguardam”, acrescentou. Algumas talvez sejam inconcebíveis para a imaginação humana. Mas não custa tentar. E sonhar.
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