EUA incluem mais de 50 empresas chinesas em sua ‘lista negra’ para embarreirar exportações

O governo chinês protestou nesta quarta-feira, 27, contra a inclusão de mais de 50 empresas do país na lista de controle de exportações dos Estados Unidos. A medida foi adotada pelo Bureau de Indústria e Segurança (BIS) do Departamento de Comércio norte-americano, que adicionou cerca de 80 companhias de diferentes países à chamada “lista de […] O post EUA incluem mais de 50 empresas chinesas em sua ‘lista negra’ para embarreirar exportações apareceu primeiro em O Cafezinho.

Mar 26, 2025 - 17:50
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EUA incluem mais de 50 empresas chinesas em sua ‘lista negra’ para embarreirar exportações

O governo chinês protestou nesta quarta-feira, 27, contra a inclusão de mais de 50 empresas do país na lista de controle de exportações dos Estados Unidos.

A medida foi adotada pelo Bureau de Indústria e Segurança (BIS) do Departamento de Comércio norte-americano, que adicionou cerca de 80 companhias de diferentes países à chamada “lista de entidades”, com base em preocupações de segurança nacional.

De acordo com o governo dos EUA, as empresas adicionadas estariam buscando acesso a tecnologias sensíveis, incluindo supercomputação, inteligência artificial e sistemas quânticos, com potenciais aplicações militares.

As restrições incluem limitações na exportação de componentes e tecnologia de origem americana para as empresas listadas.

Além das companhias chinesas, a atualização da lista inclui entidades com sede em Taiwan, Irã, Paquistão, África do Sul e Emirados Árabes Unidos.

A decisão amplia as medidas de controle impostas anteriormente como parte da estratégia dos Estados Unidos de restringir o uso de tecnologias críticas por países considerados adversários estratégicos.

Entre as empresas chinesas listadas estão seis subsidiárias do Inspur Group, conglomerado de tecnologia especializado em computação em nuvem e big data, que já havia sido incluído em listas restritivas em 2023.

Outra instituição adicionada é a Academia de Inteligência Artificial de Pequim (BAAI), organização privada sem fins lucrativos voltada à pesquisa científica em inteligência artificial.

Em nota oficial, a BAAI manifestou oposição à medida.

“Estamos chocados que uma instituição privada de pesquisa científica sem fins lucrativos tenha sido adicionada à lista de entidades. Nós nos opomos fortemente a essa decisão errada sem nenhuma base factual e pedimos aos departamentos relevantes dos EUA que a retirem”, declarou a entidade.

Segundo o Departamento de Comércio dos EUA, a BAAI e a empresa Beijing Innovation Wisdom Technology foram identificadas como responsáveis pelo desenvolvimento de modelos avançados de inteligência artificial e chips de computador voltados para uso militar.

A justificativa apresentada aponta riscos à segurança nacional e ao controle de tecnologias com aplicações dual-use — ou seja, de uso civil e militar.

O Ministério das Relações Exteriores da China respondeu às novas restrições afirmando que a medida representa um abuso dos instrumentos de controle comercial por parte dos Estados Unidos.

Em nota, a chancelaria chinesa declarou que “a lista de entidades e outros controles de exportação são um abuso destinado a suprimir injustamente as empresas chinesas”.

O governo chinês afirmou ainda que continuará acompanhando o caso e tomará as medidas necessárias para proteger os direitos e interesses legítimos de suas empresas.

A “lista de entidades” do Departamento de Comércio dos EUA é um dos principais instrumentos regulatórios usados pelo governo norte-americano para limitar o acesso de empresas estrangeiras a produtos e tecnologias fabricados nos Estados Unidos ou que utilizam propriedade intelectual norte-americana.

A inclusão na lista implica a necessidade de licenças especiais para a realização de exportações, reexportações ou transferências de tecnologia.

A tensão entre os dois países em relação ao setor de tecnologia tem se intensificado nos últimos anos. Washington tem adotado uma série de medidas para conter o avanço tecnológico da China em áreas consideradas estratégicas, como semicondutores, redes 5G, supercomputadores e aplicações militares de inteligência artificial.

Desde 2019, diversas empresas chinesas do setor de tecnologia foram alvo de sanções norte-americanas. O caso mais conhecido é o da Huawei, que teve seu acesso a componentes de alta tecnologia severamente restringido. Outras empresas, como a ZTE e fabricantes de chips, também foram afetadas.

As medidas têm sido justificadas pelas autoridades norte-americanas como parte de uma política de segurança nacional voltada à prevenção da transferência de tecnologias críticas para países considerados rivais estratégicos. Por outro lado, a China vê as restrições como uma forma de contenção econômica e tecnológica.

A nova rodada de inclusões na lista ocorre em meio a negociações comerciais e diplomáticas entre os dois países. Apesar de encontros bilaterais recentes, as divergências em temas relacionados à segurança tecnológica continuam sendo um ponto central de atrito nas relações entre Washington e Pequim.

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