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Estudo descobre como as plantas respondem ao estresse
Para compreender sua comunicação, ciência tenta criar plantas "repórteres" que sinalizam quando estão com estresse, secas ou danificadas The post Estudo descobre como as plantas respondem ao estresse appeared first on Giz Brasil.
Planta demonstra estresse? Em novo estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, pesquisadores descobriram como se “comunicar” com as plantas. A ideia é usar os sinais que elas dão para compreender suas necessidades, como quando precisam ser regadas, por exemplo.
Há mais de um século, os cientistas se perguntavam como as plantas respondem a fatores estressantes. Alguns acreditavam que elas utilizassem hormônios ou substâncias, enquanto outros sugeriam a possibilidade de sinais mecânicos.
Para desvendar o mistério, a autora Vesna Bacheva e seus colegas desenvolveram um modelo preditivo e uma estrutura unificada que explica como as plantas transmitem sinais mecânicos e químicos quando sofrem mudanças na pressão.
Isso porque a pressão negativa existente na vasculatura da planta, que mantém a água dentro do caules, raízes e folhas quando ela está seca, altera o equilíbrio dentro da planta. Isso desencadeia um movimento no fluido vegetal que pode transportar sinais mecânicos e químicos, buscando restaurar o equilíbrio.
Como as plantas transmitem sinais quando estão estressadas?
A vasculatura das plantas é composta por um sistema de tubos sob pressão que exercem pressão sobre os tecidos elásticos. Assim, quando uma planta se fere, por exemplo, há uma mudança de pressão que provoca respostas.
De acordo com os pesquisadores, mudanças de pressão podem causar um fluxo maciço de água através da planta, transportando substâncias químicas liberadas pelas células no local da lesão para o restante dela. Também é possível que substâncias químicas possam desencadear a produção de um ácido tóxico que repele insetos, protegendo a planta.
Além disso, as mudanças de pressão podem desencadear a abertura de canais mecanossensíveis ao redor da vasculatura, liberando cálcio ou íons. Um fluxo de cálcio poderia, por exemplo, estimular a expressão de genes de resposta defensiva.
“Estamos tentando desenvolver plantas ‘repórteres’ que nos digam o que estão vivenciando no momento”, contou Bacheva. “Isso inclui plantas pigmentadas que mudam de cor ou plantas fluorescentes que acendem quando precisam de água. A visão fundamental é ter comunicação bidirecional, para que uma planta repórter não apenas comunique que precisa de água, como também um agricultor possa informar a uma planta que ela pode ficar seca por muitos dias e que ela deve usar a água de forma mais eficiente.”
O estudo envolveu pesquisadores das universidades norte-americanas de Cornell, Harvard, Arizona, além de Bordeaux (França).
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