Esquema de roubo de iPhones envolvia empresas de telefonia e entregas nos EUA

Uma nova reportagem do The Wall Street Journal detalhou um esquema sofisticado envolvendo o roubo de iPhones e…

Mar 20, 2025 - 20:39
 0
Esquema de roubo de iPhones envolvia empresas de telefonia e entregas nos EUA
iPhone com logo da FedEx

Uma nova reportagem do The Wall Street Journal detalhou um esquema sofisticado envolvendo o roubo de iPhones e outros dispositivos eletrônicos — o qual foi devidamente desvendado e desmontado após o trabalho de diferentes agências de segurança dos Estados Unidos (incluindo o FBI).

O esquema envolvia os famosos “porch thefts” (ou “roubos em varandas”), em que pacotes com os aparelhos são levados após eles serem deixados por entregadores na porta ou varanda de residências. Trata-se de um método já bastante comum por lá, mas nesse caso com camadas de sofisticação adicionais.

Isso porque era feito o uso de um software desenvolvido para contornar as proteções de privacidade da FedEx (uma das maiores companhia de entregas americanas) referentes a dados de entrega. Ele foi criado por um programador conhecido como “CookieNerd”, que o comercializou no Telegram.

Com dados de rastreio em massa em mãos, os criminosos contavam ainda com os trabalhos de um funcionário da AT&T, uma das principais empresas de telefonia americanas. Ele era responsável por repassar dados sobre aparelhos vendidos pela companhia, visando facilitar os roubos.

O homem, que tirou fotos dos nomes, endereços e números de rastreamento dos clientes e as compartilhou com o grupo criminoso, também ajudou a recrutar outros funcionários da empresa para o serviço sujo, recebendo de US$2 mil a US$2,5 mil por cada pessoa que conseguisse adicionar ao esquema.

Obviamente, não parava por aí…

Sob posse desses dados valiosos, “corredores” contratados para os roubos sabiam exatamente quando e onde as entregas seriam feitas, vigiando os caminhões da FedEx para posteriormente pegar pacotes contendo não apenas iPhones, como também Apple Watches, AirTags e smartphones da Samsung.

Após roubados, os pacotes eram levados para uma loja de reparos de smartphones que foi o centro da investigação, a Wyckoff Wireless. De lá, eles eram enviados ao exterior — geralmente com declaração falsa sobre o conteúdo do seu pacote, o que ajudou a polícia a desmontar o esquema.

Em fevereiro, policiais invadiram a loja Wyckoff Wireless, fechando a rua e trazendo cães farejadores para revistar as instalações. Os vizinhos disseram que a polícia revistou as paredes e o teto, e saiu com caixas grandes. A loja está fechada desde então.

Segundo o jornal, foram presas 13 pessoas envolvidas com o que eles chamaram de “aliança criminosa internacional” — incluindo o dono da loja supracitada, a qual virou alvo dos agentes federais em meio às constantes entradas e saídas de pessoas com pacotes suspeitos no local.

As duas empresas supracitadas, que não foram as únicas companhias do gênero alvos da investigação, afirmaram cooperar com as investigações e atualizar seus processos para proteger motoristas e pacotes (no caso da FedEx), e envolvendo o treinamento de funcionários (no caso da AT&T).

via MacRumors