Esforço de segurança comum

O projecto europeu tem sido bem sucedido e é nos momentos de crise que tem avançado. O seu sucesso incómoda, e muito, a Rússia, parte da América e outras autocracias. Não duvido que, após tantos anos de cooperação bem sucedida, muitos cidadãos europeus sintam que efectivamente partilham valores e uma identidade que os distingue dos demais. As inegáveis mudanças em curso exigirão uma abordagem diferente. Até que ponto os europeus estão dispostos a se sacrificar pela manutenção da paz dentro do seu continente? Já vimos que colocar bandeiras da Ucrânia à janela, ou no perfil das redes sociais, não é suficiente. Investir na indústria de armamento não é difícil, mas a barreira psicológica passa por colocar botas no terreno. Eu gostava de saber o que é os europeus acham do cenário em que todos os considerados aptos, entre os 20 e os 55 anos, homens ou mulheres e de acordo com as respectivas capacidades, estariam ao serviço do esforço de segurança comum, durante um mês por ano e durante os anos vindouros. Não estou a falar de funções exclusivamente de natureza militar, mas naturalmente que uma parte significativa teria de o ser. Isto é uma ideia em bruto, que precisaria de ser afinada, mas gostava de ver um estudo de opinião sobre uma coisa deste género. Para além de tudo o resto, não duvido que pelos laços que seriam estabelecidos, pela partilha das dificuldades e pelo significado seria para nós e para o mundo, o que possamos definir por identidade europeia, seria profundamente reforçada. E os autocratas ainda teriam mais razão para se irritar com os europeus por estes se terem atrevido a lhes mostrar o que deve ser feito frente aos bullies, como aqui refere o João André.

Mar 1, 2025 - 13:46
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Esforço de segurança comum

O projecto europeu tem sido bem sucedido e é nos momentos de crise que tem avançado. O seu sucesso incómoda, e muito, a Rússia, parte da América e outras autocracias. Não duvido que, após tantos anos de cooperação bem sucedida, muitos cidadãos europeus sintam que efectivamente partilham valores e uma identidade que os distingue dos demais.

As inegáveis mudanças em curso exigirão uma abordagem diferente. Até que ponto os europeus estão dispostos a se sacrificar pela manutenção da paz dentro do seu continente? Já vimos que colocar bandeiras da Ucrânia à janela, ou no perfil das redes sociais, não é suficiente. Investir na indústria de armamento não é difícil, mas a barreira psicológica passa por colocar botas no terreno.

Eu gostava de saber o que é os europeus acham do cenário em que todos os considerados aptos, entre os 20 e os 55 anos, homens ou mulheres e de acordo com as respectivas capacidades, estariam ao serviço do esforço de segurança comum, durante um mês por ano e durante os anos vindouros. Não estou a falar de funções exclusivamente de natureza militar, mas naturalmente que uma parte significativa teria de o ser. Isto é uma ideia em bruto, que precisaria de ser afinada, mas gostava de ver um estudo de opinião sobre uma coisa deste género.

Para além de tudo o resto, não duvido que pelos laços que seriam estabelecidos, pela partilha das dificuldades e pelo significado seria para nós e para o mundo, o que possamos definir por identidade europeia, seria profundamente reforçada. E os autocratas ainda teriam mais razão para se irritar com os europeus por estes se terem atrevido a lhes mostrar o que deve ser feito frente aos bullies, como aqui refere o João André.