Em alta, mortes no trânsito chegaram a 34,8 mil no Brasil em 2023, mostra Atlas da Violência

Em uma década, foram 397,3 mil mortes por transporte terrestre, a maioria dos óbitos é de motociclistas. Estudo aponta que a extinção do seguro DPVAT agravou o financiamento do SUS nesses acidentes. Quatro pessoas morrem em acidente de trânsito na BR-386, no Norte do RS Glauber Silveira/Tua Rádio Cristal O Brasil registrou aumento nas mortes no trânsito em 2023, aponta o Atlas da Violência, divulgado nesta segunda-feira (12) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Esta é a primeira vez que o estudo inclui uma seção dedicada exclusivamente à violência no transporte. Em 2023, o país registrou 34.881 mortes no transporte terrestre, de 2,9% na comparação com os 33.894 registrados em 2024. O índice de mortes a cada 100 mil habitantes foi de 15,8 para 16,2. As mortes no trânsito estão em alta desde 2019, após um período acentuado de queda que os pesquisadores atribuem mais à desaceleração da economia naquele período do que a alguma outra ação duradoura de prevenção. O levantamento destaca que o crescimento ocorreu apesar dos compromissos assumidos na Década de Ação pela Segurança no Trânsito (2011–2020), que tinha como meta global da ONU uma redução em 50% da mortalidade no trânsito até 2020. “O tema da violência nos transportes é tratado como um grave problema de saúde pública, com níveis de mortalidade comparáveis aos homicídios intencionais”, aponta o relatório. O Atlas cita o Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (PNATRANS), válido até 2030, como uma das principais estratégias para enfrentar o problema. No entanto, fatores estruturais como o crescimento da frota de motocicletas, a falta de fiscalização, as más condições viárias e a extinção do seguro DPVAT são apontados como agravantes. “A extinção do DPVAT reduziu a capacidade de atendimento às vítimas no SUS e eliminou a indenização às famílias, o que agrava ainda mais a situação das populações mais vulneráveis”, diz o documento.

Mai 12, 2025 - 16:34
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Em alta, mortes no trânsito chegaram a 34,8 mil no Brasil em 2023, mostra Atlas da Violência

Em uma década, foram 397,3 mil mortes por transporte terrestre, a maioria dos óbitos é de motociclistas. Estudo aponta que a extinção do seguro DPVAT agravou o financiamento do SUS nesses acidentes. Quatro pessoas morrem em acidente de trânsito na BR-386, no Norte do RS Glauber Silveira/Tua Rádio Cristal O Brasil registrou aumento nas mortes no trânsito em 2023, aponta o Atlas da Violência, divulgado nesta segunda-feira (12) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Esta é a primeira vez que o estudo inclui uma seção dedicada exclusivamente à violência no transporte. Em 2023, o país registrou 34.881 mortes no transporte terrestre, de 2,9% na comparação com os 33.894 registrados em 2024. O índice de mortes a cada 100 mil habitantes foi de 15,8 para 16,2. As mortes no trânsito estão em alta desde 2019, após um período acentuado de queda que os pesquisadores atribuem mais à desaceleração da economia naquele período do que a alguma outra ação duradoura de prevenção. O levantamento destaca que o crescimento ocorreu apesar dos compromissos assumidos na Década de Ação pela Segurança no Trânsito (2011–2020), que tinha como meta global da ONU uma redução em 50% da mortalidade no trânsito até 2020. “O tema da violência nos transportes é tratado como um grave problema de saúde pública, com níveis de mortalidade comparáveis aos homicídios intencionais”, aponta o relatório. O Atlas cita o Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (PNATRANS), válido até 2030, como uma das principais estratégias para enfrentar o problema. No entanto, fatores estruturais como o crescimento da frota de motocicletas, a falta de fiscalização, as más condições viárias e a extinção do seguro DPVAT são apontados como agravantes. “A extinção do DPVAT reduziu a capacidade de atendimento às vítimas no SUS e eliminou a indenização às famílias, o que agrava ainda mais a situação das populações mais vulneráveis”, diz o documento.