Documentário 'Entre Raízes e Rituais Ancestrais' revela força e homenageia erveiras da Amazônia
Filme estreia no dia 25 de março, às 19h, no auditório Wilson Fonseca da Ufopa Rondon, em Santarém. Força e conhecimento das erveiras do Tapajós são mostrados em documentário Divulgação No coração da floresta, onde os rios desenham caminhos de vida e a mata sussurra segredos antigos, há mulheres que carregam em suas mãos o poder da cura. São parteiras, benzedeiras, puxadeiras e erveiras, guardiãs de um conhecimento ancestral que pulsa no ritmo da terra e das águas. Esse é o contexto do documentário “Entre Raízes e Rituais Ancestrais, Mãos de Cura – Mulheres da Amazônia”, dirigido por Joyce Viana. ✅ Clique aqui e siga o canal g1 Santarém e Região no WhatsApp O documentário que terá sua estreia no dia 25 de março, às 19h, em uma exibição especial no auditório Wilson Fonseca da Ufopa Rondon, em Santarém, e, simultaneamente, no canal Bubui Cultura, no YouTube, levando essas histórias a públicos de diferentes territórios, é um canto de resistência, um tributo às que mantêm viva a sabedoria dos antigos, mesmo diante da passagem implacável do tempo. Mãos da Floresta Desde menina, Maria Susete Kumaruara, indígena da aldeia Solimões, em Santarém, sabia que seu destino era trazer vida ao mundo. O chamado ecoava em seu peito, mas sua mãe não incentivava. Aos 12 anos, sem nunca ter aprendido com ninguém, fez seu primeiro parto. “O pai da criança pediu que eu fizesse companhia para a grávida enquanto buscava uma parteira. Mas minha mente foi guiando, minhas mãos souberam o que fazer. O bebê não estava na posição certa, e, sem saber como, ajeitei e trouxe ele ao mundo”, destacou Maria Susete Kumaruara. Ritual de cura registrado para o documentário Divulgação Histórias como a dela se repetem por toda a Amazônia, em quilombos, aldeias e comunidades ribeirinhas, onde o conhecimento não se aprende nos livros, mas no olhar das matriarcas, no toque das mãos enrugadas que abençoam, na força das vozes que entoam rezas e canções. No documentário, conhecemos outras mulheres que, como Maria Susete, carregam no corpo e na alma os saberes antigos. Juvita (Jovelina Oliveira) e Railanda Maia, puxadeiras, dominam a arte de alinhar corpos e energias com suas mãos firmes. Maria Barreto, benzedeira, conhece as palavras certas para afastar males e trazer alívio. Nelci Escher, Alaíde dos Anjos e Luciene Borari, erveiras, entendem o poder curativo das folhas, raízes e cascas da floresta. Neide Viana, puxadeira e erveira, une os dois conhecimentos em um só, trazendo equilíbrio entre corpo e espírito. Mais do que um registro, “Entre Raízes e Rituais Ancestrais” é um rito de passagem, um mergulho profundo na espiritualidade amazônica. Cada mulher retratada no filme tem uma música própria, composta por Allan Carvalho, traduzindo em melodia sua história, sua energia, sua essência. Não são apenas canções, mas orações musicadas, vibrando como a pulsação da floresta. A trilha sonora do documentário ganhou força e se transformou em um álbum musical, ampliando ainda mais o alcance dessa narrativa sensível e poderosa. Joyce Viana, diretora do documentário Divulgação Para a diretora Joyce Viana, conquistar a confiança dessas mulheres foi um processo delicado, uma aproximação feita com respeito e escuta. “O conhecimento delas é passado de geração em geração, de mãe para filha, em rituais silenciosos que acontecem longe dos olhos do mundo. Foi preciso tempo para que se sentissem seguras para compartilhar.” Joyce nasceu em Belém, mas há mais de 20 anos escolheu Santarém como lar. Pós-graduada em Gestão Cultural e Indústria Criativa pela PUC-RJ, ela se dedica há mais de 10 anos à produção cultural e ao audiovisual, contando histórias que fortalecem a identidade amazônica. O filme é também um manifesto pela força feminina no audiovisual. Com produção, edição e montagem da AD Produções, a equipe trabalhou para que a narrativa fosse conduzida de forma sensível, respeitando os tempos e os silêncios dessas histórias. Um legado O documentário não se encerra na tela. Ele ecoará em escolas, quilombos, aldeias indígenas e comunidades ribeirinhas, onde será exibido gratuitamente, despertando em pelo menos 300 jovens o desejo de preservar esses saberes. Nas plataformas digitais, espera-se que ao menos 10.000 pessoas assistam ao filme, ampliando o debate sobre identidade, espiritualidade e resistência. E nos festivais de cinema, como o Festival de Alter do Chão e Amazônia DOC, a meta é levar a história dessas mulheres para além das fronteiras do Brasil, mostrando ao mundo a força invisível que mantém viva a floresta. A produção cinematográfica é mais do que um registro. É um chamado. É uma reza. É o testemunho de que, enquanto essas mulheres existirem, a Amazônia seguirá pulsando, imensa e sagrada. “Espero que o público sinta o peso e a beleza desses saberes. Essas mulheres são a base da floresta. Seu conhecimento não pode ser esquecido”, disse Joyce Viana. VÍDEOS: Mais vistos do g1 Santarém e Região


Filme estreia no dia 25 de março, às 19h, no auditório Wilson Fonseca da Ufopa Rondon, em Santarém. Força e conhecimento das erveiras do Tapajós são mostrados em documentário Divulgação No coração da floresta, onde os rios desenham caminhos de vida e a mata sussurra segredos antigos, há mulheres que carregam em suas mãos o poder da cura. São parteiras, benzedeiras, puxadeiras e erveiras, guardiãs de um conhecimento ancestral que pulsa no ritmo da terra e das águas. Esse é o contexto do documentário “Entre Raízes e Rituais Ancestrais, Mãos de Cura – Mulheres da Amazônia”, dirigido por Joyce Viana. ✅ Clique aqui e siga o canal g1 Santarém e Região no WhatsApp O documentário que terá sua estreia no dia 25 de março, às 19h, em uma exibição especial no auditório Wilson Fonseca da Ufopa Rondon, em Santarém, e, simultaneamente, no canal Bubui Cultura, no YouTube, levando essas histórias a públicos de diferentes territórios, é um canto de resistência, um tributo às que mantêm viva a sabedoria dos antigos, mesmo diante da passagem implacável do tempo. Mãos da Floresta Desde menina, Maria Susete Kumaruara, indígena da aldeia Solimões, em Santarém, sabia que seu destino era trazer vida ao mundo. O chamado ecoava em seu peito, mas sua mãe não incentivava. Aos 12 anos, sem nunca ter aprendido com ninguém, fez seu primeiro parto. “O pai da criança pediu que eu fizesse companhia para a grávida enquanto buscava uma parteira. Mas minha mente foi guiando, minhas mãos souberam o que fazer. O bebê não estava na posição certa, e, sem saber como, ajeitei e trouxe ele ao mundo”, destacou Maria Susete Kumaruara. Ritual de cura registrado para o documentário Divulgação Histórias como a dela se repetem por toda a Amazônia, em quilombos, aldeias e comunidades ribeirinhas, onde o conhecimento não se aprende nos livros, mas no olhar das matriarcas, no toque das mãos enrugadas que abençoam, na força das vozes que entoam rezas e canções. No documentário, conhecemos outras mulheres que, como Maria Susete, carregam no corpo e na alma os saberes antigos. Juvita (Jovelina Oliveira) e Railanda Maia, puxadeiras, dominam a arte de alinhar corpos e energias com suas mãos firmes. Maria Barreto, benzedeira, conhece as palavras certas para afastar males e trazer alívio. Nelci Escher, Alaíde dos Anjos e Luciene Borari, erveiras, entendem o poder curativo das folhas, raízes e cascas da floresta. Neide Viana, puxadeira e erveira, une os dois conhecimentos em um só, trazendo equilíbrio entre corpo e espírito. Mais do que um registro, “Entre Raízes e Rituais Ancestrais” é um rito de passagem, um mergulho profundo na espiritualidade amazônica. Cada mulher retratada no filme tem uma música própria, composta por Allan Carvalho, traduzindo em melodia sua história, sua energia, sua essência. Não são apenas canções, mas orações musicadas, vibrando como a pulsação da floresta. A trilha sonora do documentário ganhou força e se transformou em um álbum musical, ampliando ainda mais o alcance dessa narrativa sensível e poderosa. Joyce Viana, diretora do documentário Divulgação Para a diretora Joyce Viana, conquistar a confiança dessas mulheres foi um processo delicado, uma aproximação feita com respeito e escuta. “O conhecimento delas é passado de geração em geração, de mãe para filha, em rituais silenciosos que acontecem longe dos olhos do mundo. Foi preciso tempo para que se sentissem seguras para compartilhar.” Joyce nasceu em Belém, mas há mais de 20 anos escolheu Santarém como lar. Pós-graduada em Gestão Cultural e Indústria Criativa pela PUC-RJ, ela se dedica há mais de 10 anos à produção cultural e ao audiovisual, contando histórias que fortalecem a identidade amazônica. O filme é também um manifesto pela força feminina no audiovisual. Com produção, edição e montagem da AD Produções, a equipe trabalhou para que a narrativa fosse conduzida de forma sensível, respeitando os tempos e os silêncios dessas histórias. Um legado O documentário não se encerra na tela. Ele ecoará em escolas, quilombos, aldeias indígenas e comunidades ribeirinhas, onde será exibido gratuitamente, despertando em pelo menos 300 jovens o desejo de preservar esses saberes. Nas plataformas digitais, espera-se que ao menos 10.000 pessoas assistam ao filme, ampliando o debate sobre identidade, espiritualidade e resistência. E nos festivais de cinema, como o Festival de Alter do Chão e Amazônia DOC, a meta é levar a história dessas mulheres para além das fronteiras do Brasil, mostrando ao mundo a força invisível que mantém viva a floresta. A produção cinematográfica é mais do que um registro. É um chamado. É uma reza. É o testemunho de que, enquanto essas mulheres existirem, a Amazônia seguirá pulsando, imensa e sagrada. “Espero que o público sinta o peso e a beleza desses saberes. Essas mulheres são a base da floresta. Seu conhecimento não pode ser esquecido”, disse Joyce Viana. VÍDEOS: Mais vistos do g1 Santarém e Região