Do hype à responsabilidade: Transformando insights em estratégia real

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Mar 14, 2025 - 19:14
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Do hype à responsabilidade: Transformando insights em estratégia real

Na edição 2025 do SXSW, um sentimento atravessava as salas de conferência, os corredores e até mesmo os cafés improvisados entre uma palestra e outra: urgência. Urgência para entender. Para adaptar. Para agir. O clima de como lidar com dilemas se transfere dos corredores de Austin e se transfere para nosso dia-a-dia para além de reproduzir o hype e conseguir ser coerente em planos de ação.

Em vez de exaltar o novo pelo novo, o evento trouxe um tom de despertar coletivo, colocou as pessoas no centro da transformação e como peças fundamentais para o sucesso da evolução da IA e Era dos Agentes Autônomos. Os líderes mais atentos não saíram com uma lista de tendências — saíram com alertas. E com uma convocação clara: ou incorporamos o futuro na prática da estratégia, ou continuaremos apenas reagindo, enquanto outros constroem.

Lucidez e capital: chegou a conta dos sonhos!

Scott Galloway foi direto: a festa do capital especulativo está com os dias contados. Startups que se apoiam em promessas vagas e rodadas infinitas, sem lucro, sem produto real e sem plano de sustentabilidade, estão perto do abismo. “A maior bolha de valor destrutivo da história está em curso. Empresas precisam parar de brincar de fazer slides e voltar a gerar valor real e com responsabilidade.”

O recado serve para conselhos de administração, investidores e gestores: inovação sem clareza financeira é só ruído. Estratégia é também renunciar — saber o que não escalar, o que cortar e o que sustentar no longo prazo.

O futuro que não espera mais, ele se constrói. Ou você é protagonista ou aceita.

Em sua aguardada apresentação do Tech Trends Report, Amy Webb trouxe uma provocação importante: muitos sinais que chamávamos de fracos já se tornaram ondas gigantes. A convergência entre biotecnologia, IA generativa, neurotecnologia, computação quântica e plataformas autônomas está remodelando não só o mercado — mas o conceito de humanidade.

“Não temos mais o luxo de esperar para nos adaptar. A velocidade das transformações exige líderes preparados para tomar decisões sob incerteza”, afirmou Webb.

E esse talvez seja o ponto-chave: a incerteza virou constante. O que muda não é se vamos enfrentar transformações — mas como estamos nos preparando para elas. Capacidade de aprender rápido, desaprender com humildade e adaptar com agilidade viraram competências centrais. Estratégia, hoje, é sinônimo de flexibilidade consciente.

Perguntas são passivas e não mais suficientes. A era dos prompts chegou: comando é cultura!

Em um dos momentos mais marcantes do evento, Ian Beacraft — especialista em Gestão de Mudança — colocou um espelho diante de todos nós: não basta saber usar a tecnologia, é preciso entender o que se está pedindo a ela. “Um prompt não é só uma instrução. É um reflexo da sua intenção, do seu contexto e da sua cultura organizacional”, disse ele.

Na era da IA generativa, o diferencial competitivo não será a ferramenta, mas a qualidade das interações e comandos, a clareza da estratégia, qualidade e maturidade dos dados. Empresas que apenas automatizarem seus vícios não sairão do lugar. E líderes que terceirizarem a inteligência, perderão o timing da transformação.

Aprendemos a cuidar do corpo e da mente mas a nova epidemia é da solidão. A saúde Social vem a tona!
Entre algoritmos, robôs e disrupções, a fala mais humana — e talvez mais urgente — veio de Kasley Killam. “O maior risco da nossa geração não é a IA. É a solidão.”

Ela apresentou dados da Organização Mundial da Saúde e do Surgeon General dos EUA, mostrando que a solidão crônica afeta mais de 1 bilhão de pessoas no mundo e tem impacto comparável ao de fumar 15 cigarros por dia. Além disso, reduz produtividade, criatividade, confiança e colaboração — pilares essenciais para qualquer empresa inovadora.

Killam defende que estamos entrando na era da saúde social — uma dimensão do bem-estar que envolve conexões genuínas, pertencimento e interações de qualidade. Para além do plano individual, ela defende que a saúde social precisa ser incorporada às estratégias organizacionais, da arquitetura dos escritórios à cultura de liderança e às métricas de sucesso.

“Empresas que priorizarem conexões humanas e intencionalidade relacional terão times mais saudáveis, mais criativos e mais resilientes.”

A provocação é clara: como criar cultura digital sem perder o humano? Como construir times de alta performance sem cair no burnout relacional? E como usar tecnologia para aproximar — não para isolar?
Empatia estratégica como alavanca da mudança na era digital!

Fechando esse mosaico de vozes, Rohit Bhargava trouxe um conceito precioso: empatia estratégica. Mais do que se colocar no lugar do outro, trata-se de projetar futuros que incluam múltiplas perspectivas desde o início, ecoando isso, a agenda da diversidade nunca foi tão necessária. “O mundo não precisa de mais ideias brilhantes. Precisa de soluções relevantes”, afirmou ele.

Essa escuta ativa, conectada, transversal, é o que diferencia inovação superficial de impacto sistêmico. E exige líderes capazes de navegar a complexidade com abertura, curiosidade e senso de serviço.

De Austin para a ação: o que fazer agora?

Se SXSW fosse uma sala de guerra, o diagnóstico estaria claro: o futuro está cada vez mais veloz, mas o desafio não é só tecnológico. É humano. É estratégico. É cultural. A pergunta que deixo é: o que sua empresa vai fazer com isso?

5 ações para transformar insights em vantagem competitiva:

  1. Revisite sua estratégia com lentes de realidade e futuro. Corte narrativas frágeis e não alinhadas. Reforce o que cria valor no presente — e esteja pronto e prepare as pessoas e os processos para as constantes mudanças. Adaptação é a nova inteligência.
  2. Desenvolva uma cultura de aprendizado contínuo. Invista em aprender, desaprender e reaprender. Novas habilidades são fundamentais.O conhecimento técnico envelhece e isso acontecerá cada vez mais rápido — a capacidade de aprender não, torne isso um pilar estratégico da sua organização.
  3. Trate o design de interações como ativo estratégico. Saúde social não é bônus. É base. Espaços de trabalho, reuniões, plataformas e lideranças precisam promover conexão. Conexões reais, conexões relevantes.
  4. Ensine seu time a pensar na era dos prompts, vamos além de boas perguntas. A era dos prompts exige contexto, intenção e governança. Ferramentas de IA só entregam bons resultados com bons comandos.
  5. Coloque empatia e escuta na centralidade da inovação. Só inova quem entende o outro — e transforma isso em ação relevante. Inovação premissa novas ações, parece clichê mas paradigmas antigos não funcionam em um novo mundo, além de otimizar precisamos reinventar. Métricas do passado não medem o futuro, precisamos de novas métricas para transformar.

O SXSW mostrou que os próximos anos serão definidos por decisões feitas agora. O tempo de esperar passou. Agora é agir — com lucidez, coragem e intenção.

E você? Vai apenas assistir à transformação ou vai ser protagonista?

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