Dívidas apertam St. Marche

O grupo St. Marche, dono da rede de supermercados paulista voltada para as classes A e B, está apertado por dívidas de R$ 639 milhões e pediu uma tutela cautelar antecipada à Justiça como uma forma de evitar entrar em recuperação judicial.  O pe...

Fev 20, 2025 - 19:01
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Dívidas apertam St. Marche

O grupo St. Marche, dono da rede de supermercados paulista voltada para as classes A e B, está apertado por dívidas de R$ 639 milhões e pediu uma tutela cautelar antecipada à Justiça como uma forma de evitar entrar em recuperação judicial. 

O pedido foi parcialmente concedido pela 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, nesta última segunda-feira, 17.

A medida é considerada uma recuperação extrajudicial, quando o devedor negocia diretamente com os credores, sem intervenção da Justiça. O processo é, em geral, mais rápido e flexível do que uma recuperação judicial.

Segundo o Valor Econômico, entre os credores da rede estão, em ordem, o BTG Pactual (R$ 275 milhões), Eco Securitizadora (R$ 224,8 milhões), Banco do Brasil (R$ 27,9 milhões), Santander (R$ 24,2 milhões), BMP Money Plus (R$ 13,9 milhões), Daycoval (R$ 9,9 milhões) e Quatá Gestão de recursos (R$ 8,5 milhões).

Com o processo, o grupo deve pedir o vencimento antecipado das dívidas e liberar valores em recebíveis de cartão de crédito e débito das contas vinculadas e de investimentos. 

Caso a estratégia funcione, a companhia conseguirá se proteger de um pedido de falência durante a negociação com os credores.

Até o momento, o juiz responsável pelo caso concedeu a suspensão de execuções por 60 dias para que seja iniciado o processo de negociação.

Conforme revela o Valor Econômico, fontes anônimas afirmaram que a empresa acredita que conseguirá se estabilizar sem evoluir para uma recuperação judicial, dado a força da marca.

A empresa, entretanto, opera desde 2021 com patrimônio negativo, além de ter enfrentado dificuldades com o caixa e baixo estoque nos últimos tempos.

Em atuação desde 2002, a St Marche conta com 31 lojas na capital, Grande São Paulo e no litoral do estado. Há 14 anos, o grupo adquiriu o mercado gourmet Empório Santa Maria e, em 2015, foi responsável pela vinda do primeiro centro gastronômico italiano Eataly da América Latina. Em 2024, a rede faturou R$ 1,32 bilhão.